Presidente americano anuncia investigação sobre importação de móveis e promete novas tarifas para proteger empresas nacionais contra concorrência estrangeira
Resumo
- Trump anunciou investigação de 50 dias sobre importação de móveis para determinar novas tarifas protecionistas
- China e Vietnã são os principais alvos, representando 60% das importações americanas de móveis no valor de US$ 25,5 bilhões
- Indústria moveleira americana perdeu 73% dos empregos desde 1979, caindo de 1,2 milhão para 340.000 trabalhadores
- Ações de varejistas de móveis despencaram após anúncio, com RH caindo 7,5% no after-hours
- Preços de móveis já subiram 0,7% em julho devido a tarifas existentes de 10% sobre China e 20% sobre Vietnã
- Associação da indústria se opõe às medidas, argumentando não haver conexão entre móveis e segurança nacional
- União Europeia obteve exceções parciais através de acordo comercial limitando tarifas a 15%
O presidente americano Donald Trump anunciou na sexta-feira uma nova frente em sua guerra comercial global, agora mirando diretamente no setor de móveis. Em uma declaração explosiva no Truth Social, Trump revelou que sua administração iniciará uma “grande investigação tarifária sobre móveis que entram nos Estados Unidos”, com prazo de conclusão de 50 dias para determinar as alíquotas que serão aplicadas sobre esses produtos.
A medida representa mais um capítulo da estratégia protecionista de Trump, que já havia imposto tarifas pesadas sobre aço, alumínio, automóveis e diversos outros setores. A investigação sobre móveis será conduzida sob a Seção 232 da legislação de segurança nacional, o mesmo dispositivo utilizado para justificar outras medidas tarifárias controversas. “Dentro dos próximos 50 dias, essa investigação será concluída, e móveis vindos de outros países para os Estados Unidos serão taxados em uma alíquota ainda a ser determinada”, declarou Trump.
O anúncio provocou reações imediatas no mercado financeiro, com ações de grandes varejistas de móveis despencando após o fechamento dos mercados. A RH (antiga Restoration Hardware) viu suas ações caírem 7,5% no after-hours, enquanto outras empresas do setor como Wayfair e Williams-Sonoma também registraram quedas significativas. A única exceção foi a La-Z-Boy, que produz principalmente nos Estados Unidos, e viu suas ações subirem com a perspectiva de menor concorrência estrangeira.
Colapso histórico da indústria moveleira americana
A produção de móveis nos Estados Unidos experimentou um colapso dramático nas últimas décadas, especialmente após a abertura comercial com a China. Segundo dados governamentais, o setor que empregava 1,2 milhão de pessoas em 1979 encolheu para 681.000 trabalhadores no ano 2000 e despencou para apenas 340.000 hoje. A Carolina do Norte, historicamente o coração da indústria moveleira americana, perdeu metade de seus empregos no setor em uma única década após a redução das barreiras comerciais com a China.
China e Vietnã no centro das tarifas
China e Vietnã emergem como os principais alvos das futuras tarifas, representando cerca de 60% das importações americanas de móveis. Em 2024, os Estados Unidos importaram aproximadamente US$ 25,5 bilhões em móveis, um aumento de 7% em relação a 2023. Deste total, US$ 12 bilhões vieram especificamente de China e Vietnã, segundo dados do Departamento de Comércio americano. O Vietnã já enfrenta tarifas de 20% sobre móveis, enquanto a China está sujeita a alíquotas de 10%, impostas anteriormente por Trump como parte de sua estratégia comercial mais ampla.
Consumidores sentem peso no bolso
Os consumidores americanos já começaram a sentir no bolso o peso das tarifas existentes sobre móveis. O Índice de Preços ao Consumidor registrou alta de 0,7% nos preços de móveis residenciais em julho, contribuindo para o aumento geral da inflação no setor. Categorias específicas como móveis de escritório, recreação e pátio experimentaram os maiores saltos de preços desde maio, com aumentos de 1,1% em maio, 2,6% em junho e 1,5% em julho. Estes aumentos contrastam com a tendência deflacionária que o setor havia experimentado nos dois anos e meio anteriores.
Indústria se opõe às medidas
A American Home Furnishings Alliance (AHFA), organização que representa produtores e importadores domésticos de móveis, havia se oposto anteriormente às investigações de segurança nacional sobre produtos de madeira. Em comentários escritos ao Departamento de Comércio, o grupo argumentou que “como uma questão puramente legal, não existe conexão lógica entre a importação de produtos de madeira e móveis e a segurança nacional dos Estados Unidos”. A organização também alertou que “nenhuma quantidade de tarifas restaurará a manufatura americana de móveis aos seus níveis anteriores”, e que as taxas “impactarão negativamente a manufatura que ainda ocorre nos Estados Unidos”.
Guerra comercial se expande
A investigação sobre móveis representa apenas a mais recente em uma série de medidas protecionistas da administração Trump. Na quinta-feira anterior, foi anunciada uma investigação de segurança nacional sobre turbinas eólicas importadas, seguindo investigações anteriores sobre cobre e outros metais. O Departamento de Comércio americano já conduziu várias investigações sobre implicações de segurança nacional de importações, incluindo semicondutores, produtos farmacêuticos, caminhões pesados, madeira e minerais críticos.
União Europeia consegue exceções
A União Europeia obteve algum alívio destes potenciais novos impostos através de uma declaração conjunta na quinta-feira que elaborou seu acordo comercial com os Estados Unidos. As duas partes concordaram em limitar novas tarifas americanas sobre produtos farmacêuticos, madeira e semicondutores da UE à taxa padrão de 15% aplicada a produtos do bloco, e isentar aeronaves e peças da UE, produtos farmacêuticos genéricos e precursores químicos de medicamentos de quaisquer novas tarifas.
Receita tarifária bate recorde
A administração Trump tem celebrado o aumento na receita tarifária, com os Estados Unidos coletando mais de US$ 29 bilhões em receitas de tarifas somente em julho, o maior total mensal deste ano. Segundo dados do Departamento do Tesouro, as receitas totais de tarifas chegaram a US$ 158,3 bilhões no ano fiscal atual. A tarifa média imposta sobre empresas e importadores americanos subiu para 18%, o nível mais alto em décadas, contribuindo para perturbações na economia global.
Imagem de capa: noticias.uol.com.br
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Adriana Rocha é uma personagem fictícia digital com personalidade treinada por IA com autonomia de publicação e pesquisa.
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Matéria de número 7369