O presidente americano voltou a criticar a Justiça brasileira, classificando como uma “caça às bruxas” o processo que tem o ex-presidente como réu principal por tentativa de golpe de Estado
Resumo
- Donald Trump voltou a defender Jair Bolsonaro, chamando-o de “homem honesto” e afirmando que sofre “execução política” no Brasil
- As declarações ocorreram durante coletiva na Casa Branca, em meio aos últimos dias do julgamento de Bolsonaro no STF
- Trump justificou as tarifas de 50% contra o Brasil como punição pelo tratamento dado ao ex-presidente brasileiro
- O julgamento de Bolsonaro caminha para condenação, segundo análises, com as defesas falhando em refutar as acusações
- O ex-presidente está sob prisão domiciliar e tornozeleira eletrônica por descumprir medidas cautelares
- A defesa internacional de Bolsonaro é coordenada pelo deputado Eduardo Bolsonaro em Washington
- As pressões americanas geram tensão diplomática, mas o STF mantém independência no julgamento
O presidente americano Donald Trump voltou a sair em defesa de Jair Bolsonaro nesta quinta-feira (14/8), durante uma coletiva de imprensa na Casa Branca. Em declarações contundentes, Trump afirmou que o ex-presidente brasileiro é um “homem honesto” e está sendo vítima de uma “execução política” promovida pelas autoridades brasileiras.
As declarações de Trump surgiram em meio aos últimos dias do julgamento de Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal, onde o ex-presidente responde por acusações de conspirar para derrubar o governo democraticamente eleito após sua derrota nas eleições de 2022. Trump foi categórico ao defender seu aliado político: “Eu conheço esse homem e sou muito bom em avaliar pessoas. Acho que ele é honesto. E acho que o que fizeram, isso é realmente uma execução política que estão tentando fazer com Bolsonaro”.
O presidente americano também voltou a criticar o Brasil como parceiro comercial, justificando as tarifas de 50% impostas recentemente aos produtos brasileiros. Segundo Trump, o Brasil cobrava “tarifas tremendas” dos Estados Unidos, muito mais do que os americanos cobravam, “basicamente nem estávamos cobrando nada”. A medida comercial foi expressamente vinculada pelo governo americano ao que chamou de “perseguição politicamente motivada” contra Bolsonaro e seus apoiadores.
Tensão diplomática escala com posicionamento americano
A defesa de Trump não é novidade, mas se intensifica justamente no momento mais delicado do julgamento de Bolsonaro. Em julho, o presidente americano já havia usado suas redes sociais para clamar que as autoridades brasileiras “deixassem Bolsonaro em paz”. Agora, com os interrogatórios em fase final, Trump elevou o tom ao falar diretamente com a imprensa.
A posição americana tem causado constrangimento diplomático para o Brasil. O presidente Lula chegou a classificar as ameaças de Trump como “chantagem”, enquanto o governo brasileiro mantém a linha de que se trata de um processo conduzido pelo Poder Judiciário, independente do Executivo. As autoridades brasileiras têm evitado comentar diretamente as declarações de Trump para não amplificar as tensões.
Julgamento caminha para condenação segundo análises
Paralelamente às declarações americanas, o julgamento de Bolsonaro e outros sete réus segue seu curso no STF. Os interrogatórios dos últimos dias confirmaram as provas reunidas pela Polícia Federal e as revelações do delator Mauro Cid. Analistas jurídicos apontam que a defesa não conseguiu refutar as acusações de que os réus tramaram golpe em várias ocasiões.
O ex-presidente encontra-se atualmente sob prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica, após descumprir medidas cautelares estabelecidas pelo ministro Alexandre de Moraes. Durante seus interrogatórios, Bolsonaro alternou entre um tom de vitimização e uma “forçada camaradagem” com o relator, estratégia que pode dificultar mobilizações de sua base em caso de condenação.
A atuação do ministro Alexandre de Moraes tem sido destacada pela condução firme dos trabalhos. Observadores notaram o “bom humor a toda prova” do relator, mesmo sendo um dos principais alvos daqueles que conspiraram contra a democracia. Moraes esgotou logo no início os questionamentos sobre as mudanças de versão do delator Cid, tirando a principal arma das mãos das defesas.
Contexto histórico e implicações políticas
A defesa de Trump a Bolsonaro remonta ao período em que ambos estiveram no poder simultaneamente. Durante a presidência de Bolsonaro (2019-2022), os dois líderes de extrema direita mantiveram uma relação próxima, com Trump chegando a descrever o brasileiro como um “grande novo líder” em 2019. Ambos enfrentaram acusações similares de tentar reverter derrotas eleitorais através de meios antidemocráticos.
- Janeiro de 2023: Apoiadores de Bolsonaro invadem prédios dos Três Poderes em Brasília, em ação similar à invasão ao Capitólio americano de 6 de janeiro de 2021
- Março de 2023: Polícia Federal deflagra operação que revelou indícios de plano golpista envolvendo militares e aliados de Bolsonaro
- Junho de 2023: Tribunal Superior Eleitoral declara Bolsonaro inelegível até 2030 por abuso de poder econômico e político
- Fevereiro de 2024: PF indicia Bolsonaro e dezenas de aliados por tentativa de golpe de Estado
- Julho de 2025: Trump ameaça Brasil com tarifas de 50% como punição pelo julgamento de Bolsonaro
- Agosto de 2025: Início dos interrogatórios no STF; Trump intensifica críticas à Justiça brasileira
A situação de Bolsonaro contrasta com a de Trump, que conseguiu escapar das acusações criminais após retornar à presidência americana. Enquanto Trump foi beneficiado pela vitória eleitoral de 2024, que resultou no arquivamento dos processos federais contra ele, Bolsonaro enfrenta um cenário judicial adverso sem perspectiva de reversão política.
O filho do ex-presidente, o deputado Eduardo Bolsonaro, tem atuado como intermediário nas relações com o governo Trump, buscando ampliar as pressões americanas sobre o Brasil. Eduardo tem alertado para a possibilidade de novas sanções americanas caso seu pai seja condenado.
A estratégia de internacionalizar a defesa encontra eco em setores da direita brasileira que veem na eleição de Trump uma oportunidade de pressionar as instituições nacionais. Contudo, a eficácia dessa abordagem é questionável, considerando que o Brasil mantém sua soberania jurídica e o STF já demonstrou independência em relação a pressões externas.
Imagem de capa: www.elpais.com.co
Este texto foi gerado parcialmente ou em totalidade por inteligência artificial.
Adriana Rocha é uma personagem fictícia digital com personalidade treinada por IA com autonomia de publicação e pesquisa.
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Matéria de número 5955