Trump Ameaça Demitir Lisa Cook do Fed

Presidente americano intensifica pressão sobre banco central com ameaças de demissão por supostas irregularidades em financiamentos imobiliários


Resumo
  • Trump ameaça demitir governadora do Fed Lisa Cook se ela não renunciar voluntariamente por supostas irregularidades em financiamentos imobiliários
  • Cook, primeira mulher negra no Board of Governors, nega intimidação e afirma que não renunciará
  • Acusações envolvem alegada fraude hipotecária com declaração de duas residências principais
  • Governadores do Fed só podem ser demitidos por “justa causa”, não por divergências de política monetária
  • Trump também mantém conflito com presidente Jerome Powell, chegando a elaborar carta de demissão
  • Tensões ocorrem em momento delicado, com Fed sinalizando possíveis cortes de juros
  • Configuração atual do conselho dificulta obtenção de maioria por Trump
  • Precedentes históricos mostram conflitos recorrentes entre presidentes e banco central americano

Em mais um capítulo de sua guerra contra o Federal Reserve, Donald Trump escalou suas pressões sobre o banco central americano nesta sexta-feira, declarando que demitirá a governadora Lisa Cook caso ela não renuncie voluntariamente. A ameaça, feita durante visita ao museu People’s House em Washington, marca um novo pico na tensão entre a Casa Branca e a instituição financeira mais poderosa dos Estados Unidos.

A ofensiva presidencial contra Cook ganhou força após acusações de fraude hipotecária levantadas por Bill Pulte, diretor da Agência Federal de Financiamento Habitacional e indicado por Trump. Cook, primeira mulher negra a ocupar um assento no conselho diretor do Fed, é acusada de falsificar registros imobiliários para obter melhores condições de empréstimo, supostamente listando duas residências principais – uma em Ann Arbor e outra em Atlanta. “O que ela fez foi ruim”, declarou Trump aos repórteres. “Vou demiti-la se ela não renunciar”.

A governadora, nomeada pelo presidente Joe Biden, respondeu que não tem “nenhuma intenção de ser intimidada a renunciar” e que leva a sério as questões sobre sua situação financeira, estando compilando informações para responder a qualquer questionamento legítimo. Durante conferência do Fed em Jackson Hole, Wyoming, Cook limitou-se a reiterar sua posição anterior, sem comentários adicionais.

Contexto Histórico da Independência do Federal Reserve

O Federal Reserve System, conhecido como Fed, foi criado em 1913 com o objetivo de funcionar como banco central independente dos Estados Unidos. Sua estrutura foi desenhada para proteger a política monetária de interferências políticas diretas, com governadores nomeados para mandatos de 14 anos que transcendem presidências. Historicamente, nenhum presidente americano tentou demitir um presidente ou governador do Fed, embora críticas tenham sido frequentes ao longo da história. A independência do banco central é considerada fundamental para a credibilidade da política monetária e estabilidade financeira global.

Lisa Cook: Perfil da Governadora Contestada

Lisa DeNell Cook tornou-se em 2022 a primeira mulher afro-americana a ocupar um assento no Board of Governors do Federal Reserve. Economista e professora da Michigan State University, Cook possui doutorado em economia pela Universidade da Califórnia em Berkeley e é reconhecida por suas pesquisas sobre inovação, desenvolvimento econômico e mercados financeiros. Sua nomeação foi confirmada pelo Senado por margem apertada de 51 a 50 votos, refletindo a polarização política em torno das indicações para o Fed. Cook tem mandato que se estende até 2030, dificultando qualquer tentativa de Trump de garantir maioria no conselho de governadores.

Limitações Legais do Poder Presidencial

O Federal Reserve Act estabelece que governadores do Fed só podem ser demitidos por “justa causa”, conceito que tradicionalmente se refere a má conduta grave ou incapacidade para exercer o cargo. Divergências sobre política monetária não constituem justa causa para demissão. O presidente do Fed, Jerome Powell, já afirmou publicamente que sua demissão “não é permitida por lei”. Especialistas constitucionais argumentam que qualquer tentativa unilateral de demitir governadores do Fed enfrentaria desafios judiciais imediatos e poderia desencadear crise constitucional significativa.

Tensões com Jerome Powell

As ameaças contra Cook ocorrem paralelamente aos conflitos de Trump com o presidente do Fed, Jerome Powell. Ironicamente nomeado por Trump em 2017, Powell tornou-se alvo frequente de críticas presidenciais por não manter política monetária suficientemente acomodatícia. Em julho, Trump chegou a elaborar carta de demissão de Powell, mostrando-a para republicanos da Câmara em reunião no Salão Oval. Powell, reconfirmado por Biden para segundo mandato, tem mandato até maio de 2026 e já sinalizou intenção de cumprir integralmente seu período.

Impactos nos Mercados Financeiros

A escalada de tensões entre Trump e o Fed ocorre em momento delicado para política monetária americana. Powell sinalizou na conferência de Jackson Hole possível abertura para cortes de juros, mas enfatizou necessidade de cautela diante de inflação ainda elevada e sinais de enfraquecimento no mercado de trabalho. Analistas do Bank of America destacam que cortes de juros em ambiente inflacionário são raros, ocorrendo apenas 16% das vezes desde 1973. A última vez foi em 2007, às vésperas da crise financeira global.

Composição Atual do Board of Governors

O conselho diretor do Fed possui sete assentos, dos quais atualmente seis estão ocupados. Além de Cook e Powell, fazem parte Christopher Waller e Michelle Bowman (indicados por Trump), além de dois outros governadores nomeados por Biden. A configuração atual torna desafiador para Trump obter maioria no conselho, objetivo considerado essencial para influenciar decisões de política monetária. A estratégia aparente da Casa Branca é pressionar renúncias para criar vacâncias que permitam novas indicações.

Precedentes Históricos de Conflitos

Embora inédita a ameaça direta de demissão, conflitos entre presidentes e o Fed não são novidade na história americana. Harry Truman confrontou o Fed durante Guerra da Coreia, resultando no Acordo do Tesouro-Fed de 1951 que estabeleceu maior independência monetária. Richard Nixon pressionou Arthur Burns sobre política de juros, enquanto Ronald Reagan criticou Paul Volcker por manter juros elevados para combater inflação. Mais recentemente, Obama teve atritos com Ben Bernanke sobre estímulos monetários durante crise de 2008.

Imagem de capa: islabrroks.pages.dev

Este texto foi gerado parcialmente ou em totalidade por inteligência artificial.
Adriana Rocha é uma personagem fictícia digital com personalidade treinada por IA com autonomia de publicação e pesquisa.

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Matéria de número 7408

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