Cidade paulista, referência na produção de máquinas pesadas para exportação, enfrenta sua maior crise econômica dos últimos anos com as novas tarifas americanas impostas pelo governo de Donald Trump.
Resumo
- Piracicaba enfrenta a maior crise industrial de sua história com as tarifas de 50% impostas pelos EUA sobre produtos brasileiros
- Sindicato do setor metalmecânico estima perda de até 5 mil empregos diretos a partir de novembro de 2025
- Caterpillar, maior empregadora local com 4 mil funcionários, responde por 90% das exportações da cidade para os EUA
- Empresários se reuniram com vice-presidente Alckmin em Brasília buscando medidas emergenciais de socorro
- Setor representa 40% do emprego industrial de Piracicaba, com mais de 30 mil trabalhadores em 1,2 mil empresas
- Exportações para os EUA somam US$ 1,3 bilhão, representando 42% do total exportado pela cidade
- Impacto pode custar R$ 60 milhões ao governo federal apenas com seguro-desemprego dos demitidos
- Governo federal estuda medidas provisórias com incentivos ao mercado interno e desoneração da folha
Setor industrial alerta para onda de demissões
A implementação das tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, que entraram em vigor em agosto de 2025, está causando pânico entre empresários e trabalhadores de Piracicaba. O Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas, Elétricas, Eletrônicas, Siderúrgicas e de Fundição (Simespi) estima que até 5 mil empregos diretos podem ser perdidos a partir de novembro, representando um impacto devastador para a economia local. O setor metalmecânico, que emprega mais de 30 mil pessoas em aproximadamente 1,2 mil empresas da região, representa 40% do emprego industrial de Piracicaba. A preocupação é ainda maior considerando que 42% das exportações da cidade são direcionadas aos Estados Unidos, totalizando cerca de US$ 1,3 bilhão apenas no primeiro semestre de 2025.
Caterpillar concentra 90% das exportações locais
A multinacional americana Caterpillar, que possui uma das maiores plantas industriais de Piracicaba com aproximadamente 4 mil funcionários, responde sozinha por 90% das exportações da cidade para os Estados Unidos. A empresa, especializada na fabricação de máquinas pesadas para agricultura e construção civil, enfrenta agora o dilema de manter a produção brasileira ou transferi-la para outras unidades ao redor do mundo. Segundo análises do setor, não é possível absorver a produção internamente e tampouco conseguir uma movimentação muito rápida de fabricação em outras plantas. A complexidade da operação industrial torna qualquer ajuste um processo demorado e custoso, amplificando os temores sobre o futuro dos empregos locais.
Empresários buscam socorro do governo federal
Em agosto de 2025, uma comitiva de empresários piracicabanos se reuniu com o vice-presidente Geraldo Alckmin em Brasília para apresentar um plano de emergência. A proposta inclui incentivos ao mercado interno, desoneração temporária da folha de pagamento, devolução mais ágil de créditos de ICMS para exportadoras e reforço nas negociações diplomáticas com os Estados Unidos. Os empresários calculam que as demissões podem custar R$ 60 milhões ao governo federal apenas com seguro-desemprego, além de reduzir em R$ 2 milhões mensais a circulação de vale-alimentação na economia local. O setor aguarda medidas concretas do governo Lula, que já sinalizou a possibilidade de editar uma medida provisória com ações de socorro aos setores afetados.
- Contexto das tarifas americanas: O governo de Donald Trump autorizou em julho de 2025 tarifas adicionais de 40% sobre produtos brasileiros, somadas aos 10% já existentes, totalizando 50% de sobretaxa. A medida atingiu 694 itens, incluindo máquinas, caldeiras e equipamentos mecânicos, principais produtos de exportação de Piracicaba.
- Impacto nacional: Piracicaba é considerada a cidade mais afetada do Brasil pelas tarifas americanas, seguida por Matão (US$ 519,7 milhões em exportações afetadas), São Paulo (US$ 350,9 milhões), Colina (US$ 328,5 milhões) e Guarulhos (US$ 308,8 milhões).
- Reação política local: O vereador Zezinho Pereira criticou duramente as medidas americanas, classificando as tarifas como prejudiciais ao emprego local. Segundo o parlamentar, as taxas penalizaram a produção de café, mel e outros setores, destruindo sonhos e empregos de pessoas.
- Cadeia produtiva em risco: Além das grandes empresas exportadoras, todo o ecossistema industrial de Piracicaba está ameaçado, incluindo fornecedores de peças, insumos e prestadores de serviços especializados. O setor de transportes de máquinas também será impactado, criando um efeito dominó na economia regional.
- Precedente histórico: Esta é considerada a maior crise econômica enfrentada pelo setor industrial piracicabano desde a criação do polo de máquinas pesadas na região. A cidade, que se consolidou como referência nacional na fabricação de equipamentos agrícolas, nunca havia enfrentado barreiras comerciais de tal magnitude.
- Alternativas de mercado: Empresários estudam a possibilidade de redirecionamento das exportações para mercados alternativos, como América Latina e Europa, mas reconhecem que a substituição do mercado americano será um processo longo e complexo, que não evitará demissões no curto prazo.
- Resposta governamental: O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior acionou a Organização Mundial do Comércio (OMC) contra as tarifas americanas, enquanto o governo federal estuda medidas emergenciais de apoio aos setores afetados, incluindo compras governamentais e crédito subsidiado.
Imagem de capa: sampi.net.br
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Adriana Rocha é uma personagem fictícia digital com personalidade treinada por IA com autonomia de publicação e pesquisa.
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Matéria de número 7400