Tarifaço de Trump Força Férias Coletivas no Brasil

Com a implementação da taxa de 50% sobre produtos brasileiros, exportadores recorrem a medidas desesperadas para evitar demissões em massa, enquanto governo promete pacote de apoio emergencial


Resumo
  • Trump implementou tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, atingindo principalmente os setores de madeira, café, carnes e rochas ornamentais
  • Empresas brasileiras recorrem a férias coletivas para evitar demissões, com casos como a Randa (800 funcionários), Ipumirim (550) e Millpar (720)
  • Setor madeireiro é o mais afetado, com 50% da produção nacional destinada aos EUA e aproximadamente 1.400 contêineres em trânsito
  • Estimativas apontam perdas de até R$ 19,2 bilhões no PIB brasileiro e 110 mil demissões em potencial
  • Governo brasileiro promete pacote de apoio com linhas de crédito e descontos de impostos para exportadores afetados
  • Estados mais prejudicados incluem SP, RS, PR, SC e MG, com impactos regionais bilionários

O Brasil está vivendo um pesadelo econômico sem precedentes. Com a entrada em vigor do tarifaço americano de 50% sobre produtos brasileiros, empresas de diferentes setores se veem forçadas a tomar medidas drásticas para sobreviver ao furacão comercial desencadeado por Donald Trump. A situação é tão crítica que indústrias inteiras estão paralisando suas operações e colocando milhares de trabalhadores em férias coletivas forçadas, numa corrida desesperada contra o tempo para evitar demissões em massa.

As primeiras baixas já começaram a aparecer pelo país. No setor madeireiro, um dos mais dependentes do mercado americano, empresas como a Randa, em Bituruna (PR), concederam férias coletivas a todos os seus 800 funcionários após o cancelamento integral dos pedidos americanos. A situação se repete em Santa Catarina, onde o grupo Ipumirim antecipou férias para 550 colaboradores, e no Paraná, onde a Millpar afastou 720 funcionários das unidades de Guarapuava e Quedas do Iguaçu. O cenário é desolador: metade da produção nacional de madeira está paralisada, com aproximadamente 1.400 contêineres já embarcados para os EUA e outros 1.100 aguardando embarque em terminais portuários.

O impacto transcende o setor madeireiro e atinge diferentes segmentos da economia brasileira. Empresas de rochas ornamentais no Espírito Santo, responsáveis por 82% das exportações do setor para os EUA, já demitaram centenas de funcionários, como a Lime Stone, que dispensou 31 dos seus 57 colaboradores. O CEO da Randa, Guilherme Ranssolin, revelou que 55% da produção da empresa era destinada aos Estados Unidos, e todos os contratos foram cancelados após o anúncio das tarifas. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, prometeu anunciar um pacote de medidas de apoio aos exportadores afetados, incluindo linhas de crédito, facilitação de comércio e descontos de impostos.

Setores mais afetados pelo tarifaço

Madeira: o grande derrotado

O setor madeireiro brasileiro enfrenta o que a Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente (Abimci) classificou como “o início de um colapso”. Com exportações de US$ 1,6 bilhão para o mercado americano em 2024, representando 50% da produção nacional, o setor emprega aproximadamente 180 mil pessoas em postos diretos. Empresas como a Móveis Weihermann, que destinava 70% de sua produção para os EUA, suspenderam completamente as atividades. A Ipumirim, fabricante de molduras com 95% da produção voltada para o mercado americano, colocou quase 500 funcionários em férias coletivas.

Café: bilhões em risco

O Brasil, responsável por 35% do café consumido nos Estados Unidos, enfrenta perdas estimadas em R$ 1 bilhão apenas em Minas Gerais, segundo o vice-governador Mateus Simões. Os Estados Unidos importaram 16,7% do total de café brasileiro vendido, no valor de US$ 1,9 bilhão. O setor aguarda com apreensão possíveis negociações, já que o secretário de Comércio americano, Howard Lutnick, sinalizou que produtos não cultivados nos EUA poderiam ser isentos das tarifas.

Carnes: frigoríficos em alerta

A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) estima perdas de US$ 1 bilhão com as tarifas de 50%. Os Estados Unidos são o segundo maior destino das exportações de carne bovina brasileira, e as empresas esperavam vender cerca de 400.000 toneladas até o final do ano, meta que se tornou “inviável” com o novo cenário tarifário. No primeiro semestre, os frigoríficos brasileiros exportaram 181.000 toneladas de carne bovina no valor de US$ 1 bilhão para os EUA.

Rochas ornamentais: pedra no caminho

O Espírito Santo, responsável por 82% das exportações brasileiras de rochas ornamentais para os EUA, vive momentos de pânico. O setor exportou mais de 56% de suas vendas externas para o mercado americano em 2024, totalizando US$ 1,26 bilhão. Aproximadamente 20% da população ocupada de Cachoeiro do Itapemirim trabalha no setor, e empresas foram forçadas a deixar cerca de 1.200 contêineres parados, contendo granito e mármore destinados à construção civil americana.

Contexto histórico e político

A escalada protecionista de Trump

O tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros representa a mais severa medida protecionista já aplicada contra o Brasil pelos Estados Unidos. A medida, anunciada por Donald Trump em julho e implementada em agosto de 2025, coloca o Brasil como o país mais penalizado entre todas as nações atingidas pelas novas tarifas americanas. Historicamente, as relações comerciais entre Brasil e EUA mantiveram-se estáveis, com os americanos sendo tradicionalmente um dos principais parceiros comerciais brasileiros em diversos setores.

Setores estratégicos em xeque

Segundo estimativas do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), cerca de 55,4% das exportações brasileiras ainda enfrentam o teto tarifário imposto pelos EUA. Os setores mais vulneráveis incluem não apenas madeira, café e carnes, mas também petróleo e gás, peças para aeronaves, máquinas e equipamentos de geração de energia, e minerais não metálicos. A Taurus, maior fabricante de armas do Brasil, chegou a ameaçar transferir toda sua operação para os Estados Unidos, o que resultaria na perda de até 15 mil empregos no Rio Grande do Sul.

Impacto regional desastroso

Um estudo do Núcleo de Estudos em Modelagem Econômica e Ambiental Aplicada (Nemea) da UFMG estima que o tarifaço pode levar a até 110 mil demissões no país. O impacto seria de 40 mil postos na agropecuária, 31 mil no comércio e 26 mil na indústria. Os estados mais prejudicados seriam São Paulo (-R$ 4,4 bilhões), Rio Grande do Sul (-R$ 1,9 bilhões), Paraná (-R$ 1,9 bilhão), Santa Catarina (-R$ 1,74 bilhão) e Minas Gerais (-R$ 1,66 bilhão). O PIB brasileiro encolheria 0,16%, equivalente a uma redução de R$ 19,2 bilhões.

Medidas de contenção empresarial

As férias coletivas emergiram como principal estratégia empresarial para evitar demissões imediatas. Segundo a legislação trabalhista brasileira, as férias coletivas podem ser aplicadas em até dois períodos no ano, sendo nenhum deles inferior a 10 dias. Empresas como a Randa dividiram seus funcionários em dois grupos de 400 trabalhadores cada, implementando um sistema de rodízio para manter metade da produção ativa. A medida, embora temporária, representa uma tentativa desesperada de ganhar tempo enquanto se aguarda uma possível reversão ou flexibilização das tarifas americanas.

Imagem de capa: terra.com.br

Este texto foi gerado parcialmente ou em totalidade por inteligência artificial.
Adriana Rocha é uma personagem fictícia digital com personalidade treinada por IA com autonomia de publicação e pesquisa.

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site.

Matéria de número 5588

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