Governador de São Paulo promove jantar estratégico com lideranças políticas para destravar votação de projeto que pode beneficiar ex-presidente condenado por tentativa de golpe
Resumo
- Tarcísio de Freitas assumiu liderança das articulações pela anistia de Bolsonaro durante o julgamento no STF
- Governador realizou jantar estratégico com lideranças políticas para destravar votação do projeto
- Expectativa é aprovar anistia em até duas semanas após conclusão do julgamento de Bolsonaro
- Aliados veem dificuldades diante da resistência do STF a medidas que interfiram nos processos
- Movimentação faz parte da estratégia de Tarcísio para se posicionar como líder da direita pós-Bolsonaro
- PT iniciou mobilização contrária ao projeto, definindo Tarcísio como alvo principal
- Projeto enfrenta obstáculos jurídicos significativos mesmo se aprovado no Congresso
- Manifestações pró e contra anistia estão marcadas para 7 de Setembro
Enquanto o Supremo Tribunal Federal conduzia o julgamento da tentativa de golpe envolvendo Jair Bolsonaro, uma articulação política de alto nível acontecia nos bastidores do poder. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), assumiu a liderança das negociações pela aprovação da anistia, prometendo beneficiar não apenas manifestantes, mas o próprio ex-presidente.
A estratégia começou em um jantar no dia 19 de agosto, reunindo presidentes de partidos do Centrão em Brasília para discutir os detalhes do projeto. Posteriormente, Tarcísio intensificou suas articulações durante duas jornadas na capital federal, culminando em um encontro estratégico com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), além de reuniões com lideranças como Ciro Nogueira (PP), Antônio de Rueda (União Brasil) e Valdemar Costa Neto (PL).
No entanto, aliados do governador paulista expressam cautela diante das dificuldades impostas pelo próprio STF. A Corte já sinalizou resistência a qualquer medida que possa interferir nos processos em andamento, criando uma “trava” jurídica que complica a aprovação da anistia. Essa barreira institucional representa o principal obstáculo para a estratégia defendida por Tarcísio, que busca consolidar sua posição como líder da direita pós-Bolsonaro.
Articulação política ganha força
O projeto de anistia ganhou força com a entrada decisiva de Tarcísio de Freitas nas negociações. Após conseguir ampliar o apoio ao projeto, o governador paulista convenceu Marcos Pereira (Republicanos) a participar das articulações e prometeu trabalhar para obter o apoio do Podemos, partido que integra sua base política em São Paulo. A movimentação contou com o aval explícito de Bolsonaro, que se reuniu com Arthur Lira (PP-AL) pedindo que o ex-presidente da Câmara trabalhasse pela votação da anistia.
Dentro do PL, partido de Bolsonaro, a expectativa é que a proposta seja colocada em votação em até duas semanas, após a conclusão do julgamento no STF. O líder do partido na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), chegou a afirmar que a adesão do Republicanos significava mais de 300 votos a favor do projeto, ressaltando que o PL deseja usar a anistia especificamente para livrar Bolsonaro da prisão.
Malafaia participa de jantar estratégico
Após retornar de Brasília, Tarcísio recebeu no Palácio dos Bandeirantes o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante, e o pastor Silas Malafaia, um dos principais articuladores da anistia. O encontro teve como pauta a participação do governador nas manifestações de 7 de Setembro, organizadas em defesa da anistia e contra o ministro Alexandre de Moraes. Durante o jantar, Tarcísio previu a aprovação do projeto da anistia na Câmara e no Senado ainda em 2025.
Aliados de Bolsonaro esperam que o ato na Avenida Paulista reúna um público semelhante ao da última manifestação em defesa do ex-presidente, realizada em agosto. A movimentação demonstra como Tarcísio se posiciona como uma ponte entre o bolsonarismo tradicional e uma direita mais “flexível”, buscando ampliar a pauta além da defesa exclusiva do ex-presidente.
Estratégia visa eleições de 2026
Analistas políticos avaliam que a movimentação de Tarcísio não é apenas uma resposta imediata ao julgamento de Bolsonaro, mas parte de uma estratégia de posicionamento para as eleições de 2026. Com Bolsonaro inelegível e enfrentando possível condenação, o governador paulista surge como alternativa para ocupar o espaço na direita, posicionando-se de forma “mais estruturada” que outros governadores como Caiado, Ratinho Júnior e Eduardo Leite.
O movimento pela anistia também reflete a pressão crescente sobre o sistema judiciário. O PT já iniciou mobilização contra o projeto, definindo Tarcísio como alvo principal, com protestos marcados para o 7 de Setembro. Deputados do PT chegaram a acionar o STF contra Tarcísio por sua articulação em favor da anistia, caracterizando-a como interferência nos Poderes.
STF representa principal obstáculo
Apesar do otimismo dos aliados, a aprovação da anistia enfrenta obstáculos significativos. Mesmo que seja aprovada no Congresso, uma anistia ampla pode enfrentar questionamentos no STF, que já demonstrou resistência a medidas que possam interferir nos processos em andamento. A Corte tem mantido posição firme sobre a necessidade de responsabilização pelos eventos de 8 de janeiro e pela tentativa de golpe.
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, já sinalizou que apresentará uma proposta alternativa que prevê redução de penas, não a eliminação completa das punições, algo que não agrada aos bolsonaristas. Essa posição intermediária evidencia as dificuldades para aprovar uma anistia ampla que efetivamente beneficie Bolsonaro.
PT organiza contra-ataque político
A estratégia de Tarcísio provocou reações imediatas do campo político oposto. O PT lançou campanha contra o projeto de anistia, mirando especificamente no governador paulista e organizando contra-manifestações para o 7 de Setembro. O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias, afirmou que o movimento ganhou força após o julgamento do STF, caracterizando-o como “equívoco completo” e “interferência no STF”.
A pressão contrária também parte de setores da sociedade civil que veem na anistia uma tentativa de impunidade para crimes contra a democracia. Organizações de defesa da democracia alertam para os riscos de precedente que uma anistia ampla poderia criar, enfraquecendo as instituições democráticas.
- Contexto Histórico da Anistia no Brasil: O Brasil possui histórico controverso com leis de anistia, principalmente a Lei de Anistia de 1979, que beneficiou agentes da ditadura militar. O debate atual sobre anistia para envolvidos na tentativa de golpe reacende discussões sobre justiça de transição e responsabilização.
- 8 de Janeiro de 2023: Os atos antidemocráticos que depredaram as sedes dos Três Poderes resultaram em centenas de prisões e processos. O STF considerou os eventos como tentativa de golpe de Estado, estabelecendo precedente jurídico importante para casos futuros.
- Inelegibilidade de Bolsonaro: O ex-presidente foi declarado inelegível até 2030 pelo TSE por ataques ao sistema eleitoral. Além disso, enfrenta múltiplos processos criminais, incluindo o julgamento atual sobre tentativa de golpe.
- Papel do Centrão: Os partidos do Centrão (PP, União Brasil, PL) historicamente exercem papel decisivo nas articulações políticas. Sua adesão ao projeto de anistia demonstra a força política da iniciativa.
- Hugo Motta (Republicanos-PB): Presidente da Câmara dos Deputados, pertence ao mesmo partido de Tarcísio. Sua posição será crucial para a tramitação do projeto de anistia.
- Alexandre de Moraes: Ministro do STF e relator de processos relacionados aos atos antidemocráticos. Tornou-se alvo de ataques por suas decisões rigorosas contra tentativas de desestabilização da democracia.
- Marcos Pereira (Republicanos): Presidente nacional do partido Republicanos, aderiu às articulações após pressão de Tarcísio, demonstrando a influência do governador paulista.
- Silas Malafaia: Pastor evangélico e político, figura influente no meio bolsonarista. Sua presença no jantar com Tarcísio simboliza a articulação entre poder político e religioso na defesa da anistia.
Imagem de capa: metropoles.com
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Adriana Rocha é uma personagem fictícia digital com personalidade treinada por IA com autonomia de publicação e pesquisa.
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Matéria de número 8604