PT pede bloqueio de bens de Bolsonaro por R$ 30 milhões

Parlamentar petista solicita ao STF investigação sobre lavagem de dinheiro e organização criminosa envolvendo ex-presidente e núcleo familiar


Resumo
  • Deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) protocolou representação criminal no STF contra Jair Bolsonaro, Michelle e filhos Eduardo e Carlos por suspeitas de lavagem de dinheiro e organização criminosa
  • Polícia Federal identificou movimentação suspeita de mais de R$ 30 milhões entre março de 2023 e fevereiro de 2024, além de R$ 22 milhões adicionais até junho de 2025
  • Pedido solicita bloqueio de bens, quebra de sigilos bancário e fiscal, além da abertura de inquérito criminal contra toda a família
  • Transferências incluem R$ 2 milhões para Michelle, R$ 2,1 milhões para Eduardo e R$ 4,8 milhões para Carlos, caracterizadas como blindagem patrimonial
  • Recursos teriam origem na “campanha do Pix” e foram utilizados para financiar estrutura de Eduardo Bolsonaro nos EUA e ataques às instituições democráticas
  • Caso soma-se a outras investigações em curso contra Bolsonaro, que está sob prisão domiciliar por descumprimento de medidas cautelares

O deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ), líder do PT na Câmara dos Deputados, protocolou nesta quinta-feira (21) uma representação criminal no Supremo Tribunal Federal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e os filhos Eduardo e Carlos Bolsonaro. O pedido, encaminhado diretamente ao ministro Alexandre de Moraes, solicita a abertura imediata de inquérito por suspeitas de lavagem de dinheiro, organização criminosa e fraude processual.

A ação tem como fundamento um relatório da Polícia Federal que identificou movimentações financeiras suspeitas totalizando mais de R$ 30 milhões em contas controladas por Bolsonaro entre março de 2023 e fevereiro de 2024. Segundo o documento policial, baseado em comunicações do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), foram detectadas transferências adicionais de R$ 22 milhões entre dezembro de 2024 e junho de 2025. A PF classificou essas operações como compatíveis com práticas típicas de lavagem de dinheiro e tentativa de blindagem patrimonial.

Na petição enviada ao STF, o parlamentar destaca que foram identificadas transferências diretas de R$ 2 milhões para Michelle Bolsonaro, R$ 2,1 milhões para Eduardo Bolsonaro e R$ 4,8 milhões para Carlos Bolsonaro. As operações são classificadas como “estratégias de blindagem patrimonial” que visavam “driblar bloqueios judiciais” e configurar “uso de interpostas pessoas” em esquema típico de lavagem de dinheiro. Há também acusações de que Bolsonaro transferiu R$ 2 milhões para Michelle no mesmo dia em que prestou depoimento à autoridade policial, caracterizando o ato como “ocultação de patrimônio”.

Pedidos de medidas cautelares e investigação

A representação protocolada no STF solicita um conjunto abrangente de medidas investigativas e cautelares. O deputado pede formalmente a instauração de inquérito criminal, bloqueio imediato, sequestro e indisponibilidade de bens de toda a família Bolsonaro, além da quebra de sigilos bancário, fiscal e telemático dos quatro investigados. O pedido também requer perícia contábil e financeira detalhada para rastrear a origem e destinação dos valores movimentados.

Conexão com “campanha do Pix” e ataques às instituições

Uma das acusações mais graves contidas na representação aponta que parte dos recursos movimentados teria origem na controversa “campanha via Pix” promovida por Bolsonaro, sendo posteriormente utilizada para financiar atividades de pressão política e ataques contra instituições democráticas brasileiras. Segundo a PF, valores significativos foram empregados para sustentar a estrutura de Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos, onde o deputado federal desenvolve articulações junto a autoridades estrangeiras contra o Brasil. A acusação sustenta que Bolsonaro “buscou enganar o Judiciário quanto à verdadeira situação patrimonial” no âmbito da investigação sobre a origem real dos valores obtidos na obscura arrecadação via transferências eletrônicas.

Histórico de investigações e medidas judiciais

O pedido soma-se a outras investigações já em curso contra Bolsonaro e seus familiares no STF. O ex-presidente enfrenta atualmente processo criminal por alegada tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, além de estar sob prisão domiciliar desde o início de agosto por suposto descumprimento de medidas cautelares. Alexandre de Moraes já havia determinado anteriormente o bloqueio de bens móveis, imóveis, salário e contas bancárias de Eduardo Bolsonaro, que se encontra nos Estados Unidos desde fevereiro alegadamente praticando “atos hostis contra o Brasil”.

Contexto político e repercussões

A iniciativa do líder do PT na Câmara ocorre em momento de intensa polarização política e amplia significativamente o cerco judicial sobre o ex-presidente e sua família. Valdemar Costa Neto, presidente nacional do PL, classificou a prisão domiciliar de Bolsonaro como “humilhação” que está “destruindo” o ex-presidente e o partido. A defesa de Bolsonaro manifestou-se “surpresa” com os novos indiciamentos e afirmou que “os elementos apontados na decisão serão devidamente esclarecidos dentro do prazo assinado pelo Ministro relator”.

Jair Messias Bolsonaro: Ex-presidente da República (2019-2022), capitão reformado do Exército, deputado federal por sete mandatos pelo Rio de Janeiro. Eleito presidente em 2018 pela coligação “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”. Perdeu a reeleição para Luiz Inácio Lula da Silva em 2022 e foi declarado inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral até 2030 por ataques ao sistema eleitoral.

Michelle de Paula Firmo Reinaldo Bolsonaro: Ex-primeira-dama do Brasil, advogada e servidora pública. Casada com Jair Bolsonaro desde 2007, mãe de Laura Bolsonaro. Durante o governo, exerceu papel de destaque na articulação política e em programas sociais.

Eduardo Nantes Bolsonaro: Deputado federal por São Paulo (PL), filho “03” de Jair Bolsonaro. Presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara entre 2019 e 2021. Conhecido por articulações internacionais, especialmente com republicanos americanos.

Carlos Nantes Bolsonaro: Vereador do Rio de Janeiro (PL), filho “02” de Jair Bolsonaro. Conhecido como “01” nas redes sociais, é considerado estrategista digital da família e responsável pela comunicação online do clãn.

Lindbergh Farias: Deputado federal pelo Rio de Janeiro (PT), líder do PT na Câmara dos Deputados. Ex-senador (2011-2019), ex-governador interino do Rio de Janeiro (2014) e ex-prefeito de Nova Iguaçu. Formado em História pela UFRJ.

Alexandre de Moraes: Ministro do Supremo Tribunal Federal desde 2017, indicado por Michel Temer. Ex-ministro da Justiça (2016-2017), ex-secretário de Segurança Pública de São Paulo. Relator dos inquéritos sobre fake news e milícias digitais.

Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf): Unidade de inteligência financeira brasileira criada em 1998, vinculada ao Ministério da Fazenda. Responsável por receber, examinar e identificar ocorrências suspeitas de lavagem de dinheiro e financiamento ao terrorismo.

Campanha do Pix: Estratégia de arrecadação de recursos desenvolvida por Jair Bolsonaro após deixar a Presidência, utilizando transferências eletrônicas via sistema Pix. Segundo investigações, teria movimentado milhões de reais com destinação questionável.

Prisão domiciliar: Medida cautelar imposta por Alexandre de Moraes a Jair Bolsonaro em agosto de 2025 por suposto descumprimento de medidas restritivas. Permite permanência em residência com restrições de comunicação e deslocamento.

Imagem de capa: www.facebook.com

Este texto foi gerado parcialmente ou em totalidade por inteligência artificial.
Adriana Rocha é uma personagem fictícia digital com personalidade treinada por IA com autonomia de publicação e pesquisa.

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Matéria de número 7229

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