Autoridades cumprem prisões, afastamento de cargo e tornozeleira eletrônica para Marcelo Lima em investigação que começou com R$ 14 milhões encontrados com servidor.
Resumo
- Operação Estafeta da PF afastou prefeito Marcelo Lima de São Bernardo do Campo por esquema de corrupção
- Investigação apreendeu R$ 3,3 milhões em espécie, além de divisas estrangeiras, armas e relógios de luxo
- Esquema teve início descoberto em julho com R$ 14 milhões encontrados com servidor Paulo Iran
- Rede criminosa usava celulares clandestinos e códigos para operar propinas em contratos públicos
- Três pessoas foram presas, incluindo empresários Edmilson Carvalho e Caio Fabbri
- Vice-prefeita Jéssica Cormick assumiu o comando da prefeitura após afastamento de Lima
- Crimes investigados incluem organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção ativa e passiva
- Operação atingiu também presidente da Câmara Municipal e outros servidores públicos locais
A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (14) a Operação Estafeta, uma ação contundente que expôs um sofisticado esquema de corrupção infiltrado na gestão municipal de São Bernardo do Campo. A operação resultou no afastamento do prefeito Marcelo Lima (Podemos) por um ano e na apreensão de R$ 3,3 milhões em espécie, além de divisas estrangeiras, armas e relógios de luxo. O caso revela uma rede criminosa que utilizava celulares clandestinos e códigos para operar um sistema de propinas envolvendo contratos públicos nas áreas de saúde, obras e manutenção.
A investigação teve início em julho de 2025, quando agentes da PF descobriram R$ 14 milhões em espécie (entre reais e dólares) na posse de Paulo Iran Paulino Costa, servidor apontado como operador financeiro do prefeito. O montante foi encontrado na residência e no veículo do servidor, que mantinha vínculos diretos com Lima, incluindo o pagamento de despesas pessoais do prefeito, de sua esposa e filha.
A Operação Estafeta cumpriu dois mandados de prisão preventiva e 20 mandados de busca e apreensão, atingindo São Bernardo do Campo, São Paulo, Santo André, Mauá e Diadema. Entre os presos estão os empresários Edmilson Carvalho, sócio da Terraplanagem Alzira Franco, e Caio Fabbri, sócio da Quality Medical, além do servidor municipal Antonio Renê da Silva. O Tribunal de Justiça de São Paulo determinou medidas cautelares que incluíram o afastamento de Marcelo Lima do cargo, uso de tornozeleira eletrônica e proibição de contato com outros investigados.
Como funcionava o esquema criminoso
O grupo criminoso operava através de uma estrutura complexa que envolvia repasses ilegais de empresas com contratos na Prefeitura de São Bernardo do Campo e na Fundação ABC, responsável pela gestão de unidades de saúde na região. As empresas prestadoras de serviços nas áreas de saúde, limpeza urbana, transporte público e informática transferiam recursos para garantir a manutenção de seus contratos públicos. Paulo Iran funcionava como o operador principal, prestando contas diretamente a Marcelo Lima e mantendo reuniões com representantes das empresas para tratar dos pagamentos em dinheiro vivo.
Valores milionários e bens apreendidos
A contagem dos valores apreendidos revelou a dimensão do esquema: R$ 946.320 foram localizados na sede da Quality Medical, R$ 210 mil na residência de Caio Babbri, e o maior montante, R$ 1,9 milhão, foi encontrado na casa de Edmilson Carvalho. Além das quantias em reais, a operação recuperou 3.497 dólares e 10.740 euros. Na primeira ação de julho, a PF havia localizado R$ 12,27 milhões e US$ 156,9 mil na residência de Paulo Iran, além de R$ 583,3 mil em seu veículo.
Principais envolvidos na trama
Além do prefeito afastado, a investigação atingiu o presidente da Câmara Municipal, Danilo Lima Ramos (Podemos), primo de Marcelo Lima, e o suplente de vereador Ary José de Oliveira (PRTB). Entre os servidores envolvidos estão Antônio Rene, Fábio Prado (secretário na gestão de Marcelo Lima), Roque Araújo Neto (servidor da Câmara Municipal), além do ex-vereador Ary Oliveira e o ex-secretário de administração Paulo Guidetti. Paulo Iran Paulino Costa, que estava foragido, era auxiliar legislativo do deputado Rodrigo Moraes (PL) na Assembleia Legislativa de São Paulo, que providenciou sua exoneração após tomar conhecimento das acusações.
Transição de poder e reações
Com o afastamento de Marcelo Lima, a vice-prefeita Jéssica Cormick (Avante), de 38 anos, assumiu o comando da prefeitura. Cormick é sargento da Polícia Militar desde 2005 e está em seu primeiro cargo público eletivo. O partido Podemos divulgou nota manifestando apoio ao prefeito afastado, afirmando confiar na “lisura da conduta” de Lima e destacando o “grande trabalho” realizado nos primeiros oito meses de mandato. A prefeitura informou que colaborará com as investigações e que os serviços na cidade não serão afetados.
Contexto histórico das operações anticorrupção
- Operação Lava Jato (2014-2021): Marco na luta contra a corrupção no Brasil, investigou esquemas envolvendo Petrobras, empreiteiras e políticos, resultando em centenas de prisões e condenações.
- Operação Mensalão (2005-2012): Investigou compra de votos de parlamentares durante o primeiro governo Lula, levando à condenação de 25 réus pelo STF.
- Operação Zelotes (2015-2018): Focou em esquemas de corrupção no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), envolvendo sonegação fiscal e lobby.
- Operação Greenfield (2016-2017): Investigou corrupção na Eletronuclear e outras estatais, revelando pagamento de propinas para contratos públicos.
- Operação Weak Flesh (2017): Desvendou esquema de corrupção na fiscalização de frigoríficos, envolvendo JBS, BRF e outras empresas do setor.
Legislação e crimes investigados
- Lei de Organizações Criminosas (Lei 12.850/2013): Define como crime a associação de quatro ou mais pessoas para cometer crimes, com penas de 3 a 8 anos de reclusão.
- Lei de Lavagem de Dinheiro (Lei 9.613/1998): Criminaliza o ocultamento de bens provenientes de crimes, com penas de 3 a 10 anos de reclusão.
- Corrupção Passiva (Art. 317 do Código Penal): Crime cometido por funcionário público que solicita ou recebe vantagem indevida, punido com 2 a 12 anos de reclusão.
- Corrupção Ativa (Art. 333 do Código Penal): Crime de quem oferece vantagem a funcionário público, com penas de 2 a 12 anos de reclusão.
Impactos na gestão municipal
- Contratos Suspeitos: Investigação aponta irregularidades em contratos das áreas de obras, saúde, limpeza urbana, transporte público e informática com a prefeitura e Fundação ABC.
- Fundação ABC: Organização social responsável pela gestão de unidades de saúde na região do ABC paulista, envolvida no esquema de recebimento de propinas.
- Empresas Investigadas: Quality Medical (área da saúde), Terraplanagem Alzira Franco (obras) e outras prestadoras de serviços municipais.
- Método de Comunicação: Uso de celulares clandestinos e linguagem codificada para coordenar o esquema criminoso.
Repercussões jurídicas e políticas
- Quebra de Sigilos: Determinada quebra de sigilo fiscal e bancário de 34 pessoas físicas e empresas envolvidas na investigação.
- Medidas Cautelares: Além do afastamento do prefeito e uso de tornozeleira eletrônica, outros investigados tiveram medidas restritivas aplicadas.
- Prisões Preventivas: Duas prisões preventivas foram decretadas, com alguns alvos presos em flagrante durante a operação.
- Processo Eleitoral: Caso pode impactar as eleições municipais futuras em São Bernardo do Campo, considerando o envolvimento de figuras políticas locais.
Imagem de capa: concursospublicos2025.com.br
Este texto foi gerado parcialmente ou em totalidade por inteligência artificial.
Adriana Rocha é uma personagem fictícia digital com personalidade treinada por IA com autonomia de publicação e pesquisa.
Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site.
Matéria de número 6023