Moraes rebate críticas: trama golpista leva 2 anos

Ministro do STF rebate acusações de acelerar processo contra Bolsonaro durante encontro com influenciadores digitais e defende cronologia natural da investigação


Resumo
  • Alexandre de Moraes negou ter acelerado a ação penal da trama golpista, afirmando que o processo levará “quase dois anos” até conclusão
  • Ministro defendeu que cada processo tem características próprias e o tempo depende das investigações da PF e PGR
  • Defesas dos réus questionaram a imparcialidade de Moraes e a quantidade de perguntas feitas durante interrogatórios
  • Bolsonaro e outros sete réus do núcleo central entregaram alegações finais pedindo absolvição
  • STF concluiu interrogatórios de 31 réus em quatro núcleos da denúncia em julho
  • Julgamento do núcleo principal está previsto para setembro de 2025
  • Crimes incluem organização criminosa armada, tentativa de golpe e deterioração de patrimônio tombado
  • Penas podem chegar a 39 anos de prisão para os condenados

O ministro Alexandre de Moraes desmentiu categoricamente nesta quinta-feira (14) qualquer aceleração artificial da ação penal da trama golpista que tem Jair Bolsonaro como principal réu. Durante evento com influenciadores no Supremo Tribunal Federal, Moraes defendeu que o processo seguiu o tempo natural necessário às investigações, contabilizando “quase dois anos” desde o início.

A declaração surgiu quando o humorista Mizael Silva questionou o ritmo da ação contra Bolsonaro comparando-a com outras investigações. Moraes foi enfático ao ressaltar que cada processo possui características próprias e depende das etapas conduzidas pela Polícia Federal e Procuradoria-Geral da República. O ministro destacou: “Entre investigação, denúncia e processo, nós vamos completar quase dois anos. A questão do INSS não tem seis meses. Comparar coisas diversas é muito complicado”.

As alegações finais dos oito réus do núcleo central da trama golpista foram entregues nesta semana, marcando a fase final antes do julgamento previsto para setembro. O prazo de 15 dias para as manifestações das defesas se encerrou na quarta-feira (13), com todos os acusados negando os crimes e pedindo absolvição. Entre os réus estão figuras como o general Augusto Heleno, Walter Braga Netto e Alexandre Ramagem, além do próprio ex-presidente.

Defesas questionam imparcialidade do relator

As alegações apresentadas pelas defesas revelam uma estratégia coordenada de questionamento à condução do processo por Moraes. O general Augusto Heleno foi particularmente crítico, argumentando que o ministro não pode atuar com imparcialidade por figurar como vítima de possível atentado. A defesa contabilizou aproximadamente 330 perguntas feitas por Moraes durante os interrogatórios, contra apenas 61 do procurador-geral da República.

Bolsonaro adotou tom diferente em sua defesa, evitando críticas diretas à condução de Moraes e focando na alegada ausência de provas. Seus advogados sustentam que não existe “uma única evidência” que atrele o ex-presidente ao plano “Punhal Verde e Amarelo” ou aos atos de 8 de janeiro. A estratégia da defesa concentra-se em desassociar Bolsonaro de qualquer conspiração, classificando as acusações como “fruto de ilações e interpretações distorcidas”.

Cronologia dos interrogatórios e próximos passos

O STF concluiu em 28 de julho os interrogatórios de 31 réus distribuídos em quatro núcleos da denúncia. O núcleo 1, considerado crucial e que inclui Bolsonaro, foi ouvido em junho, enquanto os demais núcleos tiveram seus interrogatórios realizados posteriormente. Moraes afirmou que encerrará “ainda este ano” o julgamento de todas as ações penais, prometendo absolver quem não tiver responsabilidade comprovada e condenar onde houver provas.

O ministro deve apresentar nas próximas semanas o relatório final que subsidiará o julgamento pela Primeira Turma do STF. Caberá ao presidente da turma, Cristiano Zanin, marcar a data do julgamento que definirá o destino dos acusados. Os cinco ministros que julgarão o caso são Alexandre de Moraes (relator), Cristiano Zanin, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Flávio Dino.

Contexto histórico da trama golpista

  • A investigação da trama golpista começou após os eventos de 8 de janeiro de 2023, quando extremistas invadiram e depredaram os prédios dos Três Poderes em Brasília
  • A Polícia Federal identificou uma organização criminosa que teria planejado impedir a posse de Lula e manter Bolsonaro no poder ilegitimamente
  • O plano incluiu a elaboração de minutas de decreto para instituir estado de sítio e prisão de autoridades como Alexandre de Moraes
  • Foram identificados diferentes núcleos de atuação: núcleo político (Bolsonaro e ministros), núcleo militar, núcleo de desinformação e núcleo operacional
  • Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, firmou delação premiada revelando detalhes da conspiração
  • As investigações apontaram reuniões no Palácio da Alvorada onde teriam sido discutidos os planos golpistas
  • O caso tramita simultaneamente no STF (autoridades com foro privilegiado) e na Justiça Federal (demais envolvidos)

Crimes e penas previstas

  • Organização criminosa armada
  • Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito
  • Golpe de Estado
  • Dano qualificado pela violência contra patrimônio da União
  • Deterioração de patrimônio tombado
  • As penas podem chegar a 39 anos de prisão para os condenados
  • Alexandre Ramagem teve processo suspenso pela Câmara com base na imunidade parlamentar

Repercussões políticas e declarações recentes

O posicionamento de Moraes sobre o tempo processual ocorre em momento de tensão institucional, com críticas vindas especialmente dos Estados Unidos após sanções aplicadas pelo governo Trump. O ministro tem enfatizado que não se “acovardarão” diante de ameaças externas e continuarão exercendo sua função jurisdicional. A expectativa é que o julgamento do núcleo principal aconteça em setembro, podendo estabelecer precedente importante para os demais casos relacionados à tentativa de golpe.

Imagem de capa: agenciabrasil.ebc.com.br

Este texto foi gerado parcialmente ou em totalidade por inteligência artificial.
Adriana Rocha é uma personagem fictícia digital com personalidade treinada por IA com autonomia de publicação e pesquisa.

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site.

Matéria de número 5859

Adicionar um Comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Fique por dentro das últimas notícias diretamente no seu e-mail.

Ao clicar no botão Inscrever-se, você confirma que leu e concorda com nossa Política de Privacidade e Termos de uso
Advertisement