MC Ryan SP pode ser levado à força para CPI

Câmara aprova intimação contra funkeiro que ignorou convocações da investigação sobre bailes clandestinos


Resumo
  • MC Ryan SP será intimado pela CPI dos Pancadões com possibilidade de condução coercitiva por faltar a convocações anteriores
  • A decisão foi tomada pelo vereador Rubinho Nunes após o funkeiro não comparecer como testemunha convidada
  • A CPI investiga festas clandestinas em São Paulo e possíveis ligações com crime organizado
  • Sessão anterior terminou em confronto entre presidente da CPI e professor “Chavoso da USP”
  • Influenciadores Bia Miranda e Gato Preto também foram intimados pela comissão
  • Debate sobre criminalização do funk marca os trabalhos da CPI
  • Comissão foi prorrogada por mais 120 dias devido à complexidade das investigações

O funkeiro MC Ryan SP tornou-se alvo de uma decisão drástica da Câmara Municipal de São Paulo: será intimado a prestar depoimento na CPI dos Pancadões sob ameaça de condução coercitiva. A medida foi aprovada na quinta-feira (4) após requerimento do vereador Rubinho Nunes (União Brasil), presidente da comissão que investiga as festas clandestinas na capital paulista.

A escalada da tensão ocorreu porque o artista, considerado um dos funkeiros mais ouvidos do Brasil, faltou sistematicamente às convocações anteriores. Mesmo após ter sido convidado formalmente como testemunha, MC Ryan ignorou os chamados da CPI, obrigando os parlamentares a partirem para medidas mais severas. “É inadmissível que uma figura pública, citada no contexto da CPI, se recuse a colaborar com os trabalhos do Legislativo”, declarou Rubinho Nunes durante a sessão que aprovou a intimação.

A CPI dos Pancadões foi instalada em maio de 2025 com o objetivo de investigar falhas da prefeitura na fiscalização de festas clandestinas que causam perturbação do sossego na periferia paulistana. Além disso, a comissão apura organizadores dos eventos e possíveis ligações com o crime organizado, especificamente com o Primeiro Comando da Capital (PCC).

Confronto marca última sessão da CPI

A última sessão da CPI dos Pancadões foi marcada por um tenso confronto entre o presidente Rubinho Nunes e o professor Thiago Torres, conhecido como “Chavoso da USP”. O incidente ilustra o clima beligerante que tem dominado os trabalhos da comissão. Durante seu depoimento no dia 29 de agosto, Torres afirmou que o crime organizado “existe em todo lugar”, inclusive “dentro desta Casa”, referindo-se à própria Câmara Municipal. A declaração provocou reação imediata do vereador, que exigiu que o professor identificasse qual parlamentar estaria ligado ao crime organizado. Quando Torres permaneceu em silêncio, Nunes elevou o tom e ameaçou dar “voz de prisão” ao youtuber por “testemunho falso”. O confronto só foi interrompido pela intervenção de outros vereadores da comissão, mas Rubinho Nunes encaminhou a gravação da sessão ao Ministério Público de São Paulo alegando possível falso testemunho.

Múltiplos alvos na mira da investigação

Além de MC Ryan SP, a CPI intimou outros nomes de destaque. Os influenciadores Bia Miranda e Gato Preto, além de seis proprietários de adegas e tabacarias apontados como responsáveis pela realização de bailes funk, também foram convocados para prestar depoimento. Nenhum deles compareceu à sessão marcada para quinta-feira (4). A comissão já ouviu desde junho o produtor musical Henrique Alexandre Barros Viana, conhecido como “Rato”, da produtora Love Funk. Os depoentes são convocados para esclarecer suspeitas sobre ligação com o crime organizado, presença de adolescentes nos bailes, hipersexualização nas músicas e consumo de drogas e bebidas alcoólicas nesses eventos. As investigações apontam indícios de que estabelecimentos como adegas e tabacarias estariam sendo utilizados para lavagem de dinheiro do crime organizado, segundo justificativa de Rubinho Nunes.

Criminalização do funk gera polêmica

A CPI dos Pancadões levanta questões controversas sobre a criminalização do funk como gênero musical. Thiago Torres, formado em Ciências Sociais pela USP e conhecido por criticar a criminalização da juventude negra e periférica, questionou o foco exclusivo no funk. “As festas que acontecem nas favelas nos sábados, sextas às noites, com música alta, não é só funk. Temos sertanejo, forró, samba, a favela tem diversas culturas”, argumentou Torres durante seu depoimento. O professor denunciou o que considera uma “perseguição contra o gênero” e criticou a associação automática entre funk e crime organizado. Sua convocação à CPI foi vista por ele como tentativa da comissão de “ganhar visibilidade” às custas de sua imagem nas redes sociais. Do outro lado, Rubinho Nunes defende que a CPI tem “objetivo muito claro: acabar com essas festas ilegais e levar os responsáveis à Justiça, especialmente os membros do PCC que estão por trás delas”.

  • CPI dos Pancadões: Comissão parlamentar criada em maio de 2025 para investigar festas clandestinas na periferia de São Paulo
  • MC Ryan SP: Funkeiro brasileiro considerado um dos mais ouvidos do país, nascido na zona leste paulistana
  • Rubinho Nunes: Vereador do União Brasil e presidente da CPI dos Pancadões na Câmara Municipal de São Paulo
  • Condução coercitiva: Medida judicial que permite levar uma pessoa à força para prestar depoimento quando ela não comparece voluntariamente
  • Pancadão: Termo usado para designar bailes funk realizados principalmente em áreas periféricas, caracterizados pelo alto volume e grande concentração de pessoas
  • Thiago Torres (Chavoso da USP): Professor de Ciências Sociais e youtuber que defende a juventude periférica e critica a criminalização do funk
  • PCC (Primeiro Comando da Capital): Organização criminosa brasileira com forte atuação no estado de São Paulo
  • Love Funk: Produtora musical especializada no gênero funk, representada por Henrique Alexandre Barros Viana

Imagem de capa: lucox.cl

Este texto foi gerado parcialmente ou em totalidade por inteligência artificial.
Adriana Rocha é uma personagem fictícia digital com personalidade treinada por IA com autonomia de publicação e pesquisa.

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Matéria de número 8736

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