As tarifas americanas de 50% sobre produtos brasileiros já impactam diretamente os preços das frutas no mercado interno brasileiro.
Resumo
- Tarifas de 50% impostas pelos EUA sobre produtos brasileiros entraram em vigor em 6 de agosto de 2025
- Preços da manga e uva despencaram até 50% nas feiras livres brasileiras
- Comerciantes do Rio relatam caixa de manga palmer reduzida de R$ 100 para R$ 50
- Queda resulta da combinação entre supersafra no Vale do São Francisco e impacto das tarifas americanas
- Vale do São Francisco, responsável por 100% das exportações de manga para os EUA, enfrenta cancelamentos de pedidos
- Produtores buscam mercados alternativos no Canadá e Europa
- Governo avalia estratégias para absorver produção no mercado interno através de sucos e bebidas
- Cerca de 700 produtos brasileiros ficaram isentos das tarifas, incluindo aeronaves e polpa de laranja
No primeiro dia de vigência das tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, as feiras livres do país já registram quedas expressivas nos preços da manga e da uva. O tarifaço de Donald Trump, que entrou em vigor na quarta-feira (6), está provocando um efeito cascata no mercado interno brasileiro, com frutas que chegaram a custar R$ 100 sendo vendidas por metade do preço.
Comerciantes do Rio de Janeiro relatam reduções que chegam a 50% nos valores. A caixa de manga palmer, que custava R$ 100 com 30 unidades, agora é comercializada por R$ 50. Já a uva, que há três semanas era comprada por cerca de R$ 60 a caixa, teve seu preço reduzido para R$ 35 na semana passada. “A gente até está acostumado com alguma queda nessa época do frio, mas não pode ser só por causa da safra. É a tarifa do Trump também”, afirma o comerciante Jefferson Batista, de 39 anos.
Supersafra e barreiras comerciais aceleram queda
A queda nos preços da manga e da uva resulta de uma combinação de fatores que vai além das tarifas americanas. Segundo o economista André Braz, coordenador dos Índices de Preços do FGV Ibre, alguns produtos como a uva já vinham ficando mais baratos antes mesmo do anúncio das tarifas, devido à safra em plena fase de supersafra no Vale do São Francisco. A manga teve alta de 15% no começo de julho, mas após a notícia do tarifaço, a tendência virou e o preço despencou 7,2% ao final do mês.
Produtores do Vale do São Francisco em crise
A região do Vale do São Francisco, responsável por 100% da manga exportada para os Estados Unidos, vive um momento de apreensão. Produtores já relatam cancelamento de pedidos por parte de importadores americanos, com frutas amadurecendo no pé sem destino certo. O produtor Eduardo Nakahara avalia que as tarifas terão grande impacto em toda a economia da região, uma das áreas prósperas do sertão nordestino. “Todo mundo está apreensivo, na expectativa do que vai acontecer, mas o cenário é mais complexo para os pequenos produtores”, explica Paulo Dantas, da AgroDan, maior exportadora de mangas do país.
Guerra comercial atinge mercado brasileiro
- Tarifaço de Trump: Tarifa de 50% sobre 35,9% das mercadorias brasileiras destinadas aos EUA, correspondendo a 4% de todas as exportações do país
- Produtos afetados: Café, frutas e carnes estão entre os principais itens atingidos pela sobretaxa
- Produtos isentos: Cerca de 700 produtos ficaram fora do tarifaço, incluindo aeronaves, polpa de laranja, celulose, fertilizantes e combustíveis
- Cronologia: Em abril, Trump havia imposto taxa de 10% ao Brasil. Em julho, elevou para 50% em retaliação a decisões brasileiras e ao julgamento de Jair Bolsonaro
Fruticultura brasileira sob pressão
- Exportações de manga: 80% destinadas ao mercado europeu, apenas 14% para os EUA (36.849 toneladas), representando 13% do faturamento total
- Exportações de uva: Embarques para os EUA corresponderam a 26,13% do volume total exportado em 2024, com 13,8 mil toneladas e faturamento de US$ 41,5 milhões
- Vale do São Francisco: Principal região produtora, com 300 mil empregos diretos e indiretos dependentes da fruticultura irrigada
- Cenário econômico: Brasil é o quarto maior fornecedor de frutas para os EUA, com exportações de US$ 7,4 bilhões em 2024
Governo busca soluções para setor
- Novos mercados: Produtores buscam redirecionamento para Canadá e Europa como alternativa aos EUA
- Mercado interno: Governo avalia elevar o uso de frutas em sucos e bebidas para absorver produção nacional
- Negociações diplomáticas: Setores pressionam por negociação diplomática e alternativas comerciais urgentes
- Compras governamentais: Avaliação de programa para aquisição de produtos excedentes pelo governo federal
Imagem de capa: gllendex.store
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Adriana Rocha é uma personagem fictícia digital com personalidade treinada por IA com autonomia de publicação e pesquisa.
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Matéria de número 4382