Lula aposta na soberania contra tarifaço Trump

Presidente brasileiro intensifica narrativa nacionalista diante das tarifas americanas de 50% e prepara resposta diplomática e política ao tarifaço de Washington


Resumo
  • Lula gravou pronunciamento sobre tarifas de Trump e ampliou discurso de soberania nacional
  • Estados Unidos impuseram tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, mas pouparam 700 itens estratégicos
  • Medida afeta diretamente 35,9% das exportações brasileiras para os EUA, totalizando R$ 31 bilhões
  • 89% dos brasileiros consideram que tarifas prejudicarão a economia nacional, segundo Datafolha
  • Governo brasileiro prepara retaliação via OMC e Lei da Reciprocidade
  • Lula responsabiliza família Bolsonaro por influenciar Trump contra o Brasil
  • Produtos como aviões Embraer, celulose e petróleo foram isentos das novas tarifas
  • Presidente cancelou pronunciamento em cadeia nacional e optou por comunicação via redes sociais

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) gravou pronunciamento sobre as tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos e decidiu ampliar o alcance político do mote da soberania nacional, transformando a crise diplomática em oportunidade para reforçar seu discurso nacionalista. A medida, que Donald Trump formalizou através de ordem executiva, afeta diretamente produtos brasileiros, embora tenha poupado cerca de 700 itens estratégicos da sobretaxação.

O petista cancelou o pronunciamento em cadeia nacional que havia sido planejado inicialmente, optando por aguardar as negociações diplomáticas até agosto, quando as novas tarifas entram em vigor. Em vez disso, Lula intensificou sua comunicação através das redes sociais, publicando uma mensagem enfática onde declarou que “sem soberania, o Brasil não existiria”. A publicação foi acompanhada de uma imagem com o primeiro artigo da Constituição, que aponta a soberania como fundamento do Estado brasileiro.

A estratégia do Planalto vai além da resposta às tarifas americanas e busca ampliar politicamente o discurso de soberania nacional. Lula evitou citar diretamente as sanções de Trump, mas destacou a importância do país manter controle sobre seus recursos, território e decisões. “Soberania é a autoridade que um povo tem sobre seu próprio destino. É a capacidade de um país decidir seus rumos, proteger seus recursos, cuidar de seu território e defender seus interesses diante do mundo”, declarou o presidente.

Tarifas afetam 35,9% das exportações brasileiras

As tarifas de 50% impostas por Trump representam um aumento de 40 pontos percentuais sobre as alíquotas já existentes, afetando diretamente 35,9% das exportações brasileiras para os Estados Unidos. A medida foi justificada pelo governo americano como resposta às ações do Brasil que supostamente representam “ameaça à segurança nacional, economia e política externa dos Estados Unidos”. Trump também incluiu o ministro Alexandre de Moraes na lista de sanções da Lei Magnitsky e cancelou vistos de magistrados do STF.

Embraer e petróleo escapam do tarifaço

Apesar da gravidade política da medida, o impacto econômico pode ser menor do que inicialmente previsto. Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), 44,6% das exportações brasileiras em valores para os Estados Unidos foram excluídas das novas tarifas. Entre os produtos que escaparam da sobretaxação estão aviões da Embraer, celulose, suco de laranja, petróleo e minério de ferro, que continuarão pagando alíquotas de até 10%.

Lula usa crise para fortalecer discurso nacionalista

O presidente brasileiro transformou a crise em oportunidade para reforçar seu discurso de independência nacional. Em evento na Bahia, Lula foi enfático: “Nós não queremos brigar, mas nós não somos de fugir. O Brasil só tem um dono e o dono chama-se povo brasileiro”. A fala representa uma clara resposta às pressões americanas e ao mesmo tempo busca consolidar uma narrativa de resistência soberana que pode render dividendos eleitorais.

População rejeita medidas americanas

Pesquisa Datafolha divulgada em julho mostrou que 89% dos brasileiros acreditam que as tarifas de Trump vão prejudicar a economia nacional, sendo 66% que avaliam que o impacto será “muito negativo”. Curiosamente, entre eleitores de Bolsonaro, 92% acreditam que a medida será prejudicial, número superior aos 87% registrados entre apoiadores de Lula. Essa percepção negativa transversal fortalece politicamente a posição de resistência adotada pelo governo brasileiro.

Brasil prepara retaliação via OMC

As tensões se intensificaram quando Trump enviou carta diretamente a Lula criticando o julgamento de Jair Bolsonaro pelo STF e classificando-o como “vergonha internacional”. O ex-presidente americano deixou em aberto a possibilidade de reduzir as tarifas caso o Brasil aceite ceder parte de suas terras raras ou recue nos processos contra Bolsonaro.

Lula tem responsabilizado diretamente Eduardo Bolsonaro, que está nos Estados Unidos, por incentivar Trump a adotar medidas contra o Brasil. “Aquela coisa covarde [Jair Bolsonaro] que preparou um golpe nesse país não teve coragem de fazer. Ele mandou o filho dele para os Estados Unidos pedir para o Trump fazer ameaça”, declarou o presidente.

A situação atual remonta às tensões do primeiro mandato de Trump (2017-2021), quando tarifas já haviam sido aplicadas sobre produtos brasileiros. Na época, Bolsonaro negociou diretamente com Trump, estabelecendo um precedente de diálogo direto que Lula agora rejeita.

O governo brasileiro prepara resposta através da Lei da Reciprocidade e acionamento da Organização Mundial do Comércio (OMC). “Vou tentar brigar em todas as esferas para que não venha a taxação. Vou brigar na OMC, vou conversar com meus companheiros do Brics. Agora, se não tiver jeito no papo, nós vamos estabelecer a reciprocidade: taxou aqui, vamos taxar lá”, afirmou Lula.

O presidente brasileiro tem usado fóruns como BRICS e Mercosul para construir alianças contra o unilateralismo americano. Durante a Cúpula do BRICS no Rio de Janeiro, Lula defendeu o fortalecimento do multilateralismo e criticou a tutela geopolítica das grandes potências.

 

Imagem de capa: cartacapital.com.br

Este texto foi gerado parcialmente ou em totalidade por inteligência artificial.
Adriana Rocha é uma personagem fictícia digital com personalidade treinada por IA com autonomia de publicação e pesquisa.

Advertisement

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site.

Matéria de número 3717

Adicionar um Comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Fique por dentro das últimas notícias diretamente no seu e-mail.

Ao clicar no botão Inscrever-se, você confirma que leu e concorda com nossa Política de Privacidade e Termos de uso
Advertisement