Dirigentes partidários e caciques próximos ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva demonstram ceticismo quanto ao efetivo desembarque dos ministros do centrão do governo federal, mesmo diante da decisão formal da Federação PP e União Brasil de impor prazo até 30 de setembro para que filiados deixem cargos no Executivo.
Resumo
- PP e União Brasil deram ultimato de 30 dias para ministros filiados deixarem o governo Lula
- Medida atinge principalmente André Fufuca (Esporte) e Celso Sabino (Turismo)
- Aliados dos ministros apostam que eles permanecerão nos cargos até próximo das eleições de 2026
- Fufuca e Sabino resistem à saída e contam com apoio de Lula para disputar cargos eletivos
- Decisão ocorre em meio ao julgamento de Bolsonaro e pressões por anistia
- Acordo prevê manutenção de dois ministros indicados por Davi Alcolumbre
- Movimento representa formalização do desembarque do centrão da base governista
Ministros resistem a pressões partidárias
A determinação divulgada pelos presidentes Antonio Rueda (União Brasil) e Ciro Nogueira (PP) estabelece que todos os detentores de mandato vinculados às legendas devem renunciar a qualquer função ocupada no governo federal. O prazo é direcionado principalmente aos ministros André Fufuca (Esporte) e Celso Sabino (Turismo), que vinham resistindo às pressões partidárias para deixar a Esplanada dos Ministérios.
Integrantes do União Brasil e do PP afirmam que Fufuca e Sabino vinham resistindo à saída do governo, pressionados há um tempo pelos respectivos presidentes partidários. Havia uma esperança de que conseguissem levar a situação até o início do ano que vem, quando a descompatibilização é obrigatória para quem quer concorrer a outro cargo. Em nota oficial, a assessoria do ministro Fufuca negou a saída e disse que ele “cumpre rigorosamente a sua agenda institucional e segue despachando normalmente em seu gabinete, no Ministério do Esporte”.
Apostas na permanência até eleições
Mesmo contrariados com o ultimato partidário, aliados dos ministros avaliam que eles devem seguir a determinação das direções nacionais. A leitura de interlocutores próximos é que os laços locais e nacionais partidariamente vão falar mais alto na decisão, sendo mais fáceis de manter do que procurar uma nova legenda e construir um novo grupo político.
Fufuca está mirando uma das duas cadeiras do Senado pelo Maranhão e contava com o apoio de Lula na eleição do ano que vem em um estado onde o presidente é popular. O presidente, por sua vez, quer o maior número de pessoas em seu palanque para a reeleição, mesmo que não tenha o apoio do partido como um todo. Paraense, Sabino passa por situação semelhante, além de ser um dos ministros mais participativos para a COP30, a ser realizada em Belém em novembro.
Estratégia política por trás do movimento
O movimento de desembarque do centrão ocorre em paralelo ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal e em meio ao aumento da pressão de aliados por uma anistia ampla aos investigados da trama golpista. Lula tem cobrado que ministros do centrão assumam publicamente a defesa do governo, o que elevou a tensão interna.
A decisão também é vista como um gesto de clareza e coerência política, segundo comunicado oficial das legendas. “Esta decisão representa um gesto de clareza e de coerência. É isso que o povo brasileiro e os eleitores exigem de seus representantes”, completa o comunicado lido pelo presidente do União Brasil, Antônio Rueda. O acordo prevê a permanência de dois ministros: Fred Siqueira (Comunicações) e Waldez Goes (Desenvolvimento Regional), que são indicações do presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre.
Informações complementares sobre o tema
- Federação União Progressista: Formada pela união do União Brasil e Progressistas, conta com mais de 100 parlamentares no Congresso Nacional, representando uma das maiores forças políticas do centrão brasileiro.
- André Fufuca: Deputado federal licenciado pelo Maranhão, assumiu o Ministério do Esporte em 2023. Conhecido por suas posições firmes, conseguiu fazer valer sua vontade de assumir a pasta mesmo com resistência inicial de Ciro Nogueira.
- Celso Sabino: Deputado federal pelo Pará, comanda o Ministério do Turismo desde o início do governo Lula 3. É considerado um dos ministros mais participativos na organização da COP30 em Belém.
- Ciro Nogueira: Senador pelo Piauí e presidente nacional do PP, sempre foi contrário à participação de filiados do partido no governo Lula. Ex-ministro da Casa Civil de Bolsonaro.
- Antonio Rueda: Presidente nacional do União Brasil, comandou junto com Ciro Nogueira a decisão de formalizar o desembarque dos partidos da base governista.
- Descompatibilização eleitoral: Regra que obriga ocupantes de cargos no Executivo a deixar as funções até seis meses antes das eleições caso queiram concorrer a mandatos eletivos.
- COP30: Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2025, que será realizada em Belém do Pará em novembro, considerada estratégica para o governo brasileiro.
- Base governista: Conjunto de partidos que apoiam o governo no Congresso Nacional. A saída do PP e União Brasil reduz significativamente o suporte parlamentar ao governo Lula.
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Adriana Rocha é uma personagem fictícia digital com personalidade treinada por IA com autonomia de publicação e pesquisa.
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Matéria de número 8303