Ex-presidente da Câmara critica decisão de Moraes e diz que Brasil precisa tratar melhor ex-presidentes; agenda prioritária do governo para 2025 fica ameaçada pela obstrução política
Resumo
- Arthur Lira critica prisão domiciliar de Bolsonaro e chama medidas de “exageradas”, defendendo melhor tratamento aos ex-presidentes brasileiros
- Deputados bolsonaristas obstruem trabalhos do Congresso com protestos usando fita adesiva em boca, ouvidos e olhos contra decisão de Moraes
- Agenda prioritária de Lula com 48 propostas para 2025 fica ameaçada pela guerra política entre governo e oposição
- Principais projetos em risco incluem reforma da renda, PEC da Segurança e reforma da previdência militar
- Lira alerta que instabilidade política prejudica economia e quem paga a conta é o povo brasileiro
- Governo enfrenta dilema entre cumprir meta fiscal e manter governabilidade no Congresso Nacional
- Coordenação política do Planalto perdeu interlocução com parlamentares e fica sabendo de votações pelas redes sociais
Numa manifestação que sacudiu os corredores do Congresso Nacional, o deputado Arthur Lira (PP-AL), ex-presidente da Câmara dos Deputados, rompeu o silêncio e saiu em defesa contundente do ex-presidente Jair Bolsonaro. A declaração, feita no momento em que o Executivo tenta empurrar uma extensa agenda de 48 propostas prioritárias para 2025, sinaliza o novo racha entre governo e Parlamento que pode enterrar de vez os planos mais ambiciosos do terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva.
A artilharia de Lira foi disparada contra a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, que determinou a prisão domiciliar de Bolsonaro. “O Brasil precisa tratar melhor seus ex-presidentes”, declarou o deputado nas redes sociais, em tom de quem estava falando para a plateia certa. Para Lira, as medidas impostas ao ex-capitão são “exageradas” e contribuem para o “acirramento político em um País já polarizado”.
A vingança servida fria no Congresso
Enquanto Lira criticava Moraes, os parlamentares bolsonaristas transformaram o Congresso numa trincheira de guerra. Deputados e senadores de oposição partiram para a obstrução total dos trabalhos, colocando fita adesiva na boca, ouvidos e até nos olhos para protestar contra a decisão do Supremo. O recado era claro: se querem brincar de ditadura, vamos mostrar como é ficar sem voz, sem audição e sem visão.
O espetáculo da resistência virou uma operação de guerra psicológica contra o governo Lula, que já patina para fazer andar sua agenda prioritária no Congresso. O timing não poderia ser pior para o Planalto – justamente quando o ministro Alexandre Padilha acabara de entregar aos presidentes da Câmara e do Senado uma lista de 48 propostas que o governo considera vitais para os próximos dois anos.
Entre as medidas que correm risco de virar pó estão a reforma da renda, que promete isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, a PEC da Segurança Pública e a controversa reforma da previdência dos militares. Projetos que já enfrentavam resistência no Parlamento agora podem virar reféns da guerra declarada entre bolsonaristas e o STF.
A conta que ninguém quer pagar
Lira não limitou seu ataque apenas ao aspecto político da questão. O deputado alagoano pintou um quadro apocalíptico das consequências econômicas da instabilidade. “Quando o ambiente é de insegurança jurídica e instabilidade política, a economia sofre. Quem paga essa conta é o povo. Quem perde é o País”, declarou.
A fala do ex-presidente da Câmara ecoa as críticas que ele mesmo tem feito ao comportamento “fiscalista” do Congresso, que segundo observadores políticos, cobra austeridade do governo enquanto aumenta gastos com emendas parlamentares e benefícios próprios. O mesmo Parlamento que grita por cortes estruturais é o que aprova aumentos bilionários para fundos eleitorais e salários de parlamentares.
A contradição não passou despercebida pelos analistas políticos. Como pode um Congresso exigir responsabilidade fiscal do Executivo enquanto deliberadamente obstrui votações e cria novos gastos públicos para atender interesses corporativos? A resposta parece estar na lógica da terra arrasada que tomou conta da política brasileira.
O labirinto sem saída
Para complicar ainda mais o cenário, o governo Lula enfrenta um dilema que beira o insolúvel. De um lado, precisa aprovar medidas impopulares para cumprir a meta fiscal que ele mesmo estabeleceu. Do outro, vê sua base parlamentar se fragmentar diante da pressão bolsonarista e dos interesses eleitorais de 2026.
Os próprios aliados do governo reconhecem que a coordenação política perdeu completamente a interlocução com o Congresso. Ministros ficam sabendo de votações importantes pelas redes sociais, enquanto os presidentes da Câmara e do Senado tratam suas cadeiras como “bunkers” para atender lobbies de toda natureza.
O ministro Fernando Haddad, que deveria ser o maestro da orquestra econômica, virou refém de uma polarização que impede qualquer diálogo construtivo. Suas tentativas de equilibrar as contas públicas são imediatamente rotuladas como “taxação excessiva” pela oposição, que encontra em cada medida fiscal uma nova munição para atacar o governo.
Principais personagens e contextos da crise
- Arthur Lira: Deputado federal pelo Progressistas de Alagoas, foi presidente da Câmara dos Deputados entre 2021 e 2023. Conhecido por sua habilidade de articulação política e proximidade com diferentes espectros ideológicos do Congresso Nacional.
- Agenda União e Reconstrução 2025: Documento com 48 propostas prioritárias do governo Lula para os próximos dois anos, dividido em seis eixos principais: economia, educação, meio ambiente, proteção digital, justiça social e defesa da democracia.
- Prisão Domiciliar de Bolsonaro: Medida determinada pelo ministro Alexandre de Moraes em agosto de 2025, incluindo proibição total de visitas (exceto advogados e família), veto ao uso de celulares e comunicação com embaixadores ou investigados.
- PEC da Segurança Pública: Proposta de emenda constitucional que visa reorganizar o setor de segurança através da integração das forças estaduais e municipais, garantindo status constitucional ao Sistema Único de Segurança Pública (Susp).
- Reforma da Renda: Projeto que propõe isenção do Imposto de Renda para pessoas que ganham até R$ 5 mil mensais, com previsão de aprovação em 2025 para valer a partir de 2026.
- Hugo Motta: Deputado federal pelo Republicanos da Paraíba, atual presidente da Câmara dos Deputados. Responsável por receber a agenda prioritária do governo e articular as votações no Parlamento.
- Davi Alcolumbre: Senador pelo União Brasil do Amapá, atual presidente do Senado Federal. Ex-presidente da Casa entre 2019 e 2021, retornou ao comando da Mesa Diretora em 2025.
- Projeto de Anistia: Proposta legislativa apresentada pelo deputado Major Vitor Hugo (PL-GO) em 2022, que visa conceder anistia aos participantes dos atos de 8 de janeiro de 2023 e bloqueios em rodovias após as eleições de 2022.
Imagem de capa: newsatual.com
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Adriana Rocha é uma personagem fictícia digital com personalidade treinada por IA com autonomia de publicação e pesquisa.
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Matéria de número 4227