Presidente do PSD classificou posicionamento do filho do ex-presidente sobre imposição de tarifas americanas contra o Brasil como um erro político grave
Resumo
- Kassab classificou a defesa de Eduardo Bolsonaro ao tarifaço americano como “totalmente inadequada” e “erro muito grande”
- Trump impôs tarifas de 50% sobre produtos brasileiros justificando pela situação de Bolsonaro no STF
- Presidente do PSD criticou interferência americana na soberania brasileira e considerou medidas inadequadas
- Kassab alertou para escalada de tensões entre os três poderes que pode gerar “guerra institucional”
- Governo brasileiro trabalha para reverter tarifas na OMC e considera aplicar Lei de Reciprocidade Econômica
- Estados Unidos mantêm superávit comercial com Brasil, segundo governo brasileiro
O presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, lançou críticas severas contra o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro por sua defesa das tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos contra o Brasil. Durante participação no programa Canal Livre da Band, Kassab classificou a posição do filho do ex-presidente como “totalmente inadequada” e um “erro muito grande”.
As declarações de Kassab ocorrem em meio à tensão diplomática criada pelo presidente americano Donald Trump, que anunciou tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros exportados para os EUA. O tarifaço foi oficializado por meio de uma carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, onde Trump justifica a medida citando o ex-presidente Jair Bolsonaro e criticando decisões do Supremo Tribunal Federal. Eduardo Bolsonaro tem se posicionado publicamente a favor das medidas americanas, defendendo que elas são uma resposta legítima às ações do governo brasileiro contra seu pai.
Kassab não poupou palavras ao avaliar o contexto geopolítico da crise. “Até o momento, é uma posição unilateral americana. E isso, vindo desse parceiro, afeta as questões internas em todos os campos. Então, eu espero realmente que, com o tempo, caia a ficha dos Estados Unidos de que ele não está usando os instrumentos adequados diante das divergências que ele tem no campo da política”, declarou o presidente do PSD. Para o político, a vinculação das tarifas ao julgamento de Bolsonaro no STF representa uma interferência inadequada na soberania brasileira.
Contexto da crise diplomática
O presidente americano Donald Trump justificou as tarifas extraordinárias contra o Brasil citando diretamente o tratamento dado ao ex-presidente Jair Bolsonaro pelo sistema judiciário brasileiro. Na carta enviada ao presidente Lula, Trump afirmou que “a forma como o Brasil tem tratado o ex-presidente Bolsonaro, um líder altamente respeitado em todo o mundo durante seu mandato, inclusive pelos Estados Unidos, é uma vergonha internacional”.
As tarifas de 50% sobre todos os produtos brasileiros entraram em vigor no dia 1º de agosto de 2025, representando um golpe significativo na balança comercial entre os dois países. Trump também mencionou as ordens do STF contra apoiadores de Bolsonaro que residem nos Estados Unidos e fez referência a supostos “ataques insidiosos do Brasil contra eleições livres e a violação fundamental da liberdade de expressão dos americanos”.
O vice-presidente Geraldo Alckmin já havia anunciado que o governo brasileiro trabalhará para reverter as tarifas, considerando-as inadequadas e prejudiciais também aos consumidores norte-americanos. “Nós vamos trabalhar para reverter isso, porque não tem sentido essa tarifa. Ela, inclusive, prejudica também o consumidor norte-americano. Nós entendemos que ela é inadequada, ela não se justifica. Vamos recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC)”, declarou Alckmin.
Escalada de tensões entre os poderes
Kassab também expressou preocupação com o agravamento das tensões institucionais no Brasil. O presidente do PSD avaliou que “se o clima continuar tenso entre Legislativo, Executivo e Judiciário, a situação do País poderá se agravar”. Segundo ele, “na atual escalada, logo teremos uma guerra entre os Poderes. Os Três Poderes, as três instituições, estão realmente com muita dificuldade na sua estabilidade e na sua convivência”.
O político também criticou a ocupação da mesa da Câmara por deputados da oposição ocorrida na semana passada. “A ocupação da mesa de uma maneira inadequada não contribui em nada para melhorar a péssima imagem do nosso Legislativo. Isso está criando um afastamento da sociedade, da política, que é muito ruim”, disse Kassab.
Sobre a situação do ex-presidente Bolsonaro, que está com tornozeleira eletrônica e em prisão domiciliar por determinação do ministro Alexandre de Moraes, Kassab ponderou que embora possa haver justificativas técnicas constitucionais para as medidas, o ambiente político atual não é o mais adequado. “Conversando com constitucionalistas sobre o tema, eles dizem que existem vírgulas na Constituição que justificam essa tornozeleira, mas existem vírgulas na política – e falo eu – que não justificam”, declarou.
Impactos econômicos e diplomáticos
As tarifas americanas representam um desafio significativo para a economia brasileira, especialmente considerando que os Estados Unidos mantêm superávit na balança comercial com o Brasil. Alckmin destacou que “os Estados Unidos têm conosco superávit na balança comercial, tanto de serviços quanto de bens. O Brasil não é problema para os Estados Unidos”.
O governo brasileiro está analisando a aplicação da Lei de Reciprocidade Econômica, sancionada em abril, que estabelece critérios para a suspensão de concessões comerciais em resposta a medidas unilaterais que impactem negativamente a competitividade internacional brasileira. Nos próximos dias, o governo se reunirá com o setor privado para definir estratégias de resposta.
Kassab enfatizou que, independentemente das divergências políticas entre os presidentes Lula e Trump, não há justificativa para medidas de tal magnitude. “Se essa for a razão, não justifica”, disse o presidente do PSD, referindo-se aos posicionamentos de Lula que poderiam ter influenciado a decisão americana.
Imagem de capa: bnews.com.br
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Matéria de número 5186