Primeira deflação em 25 meses quebra sequência de altas e marca menor resultado desde setembro de 2022
Resumo
- IPCA-15 registrou deflação de 0,14% em agosto de 2025, primeira em 25 meses
- Queda foi puxada pela redução de 4,93% na energia elétrica devido ao Bônus de Itaipu
- Alimentação (-0,53%) e transportes (-0,47%) também contribuíram para a deflação
- Índice acumulado em 12 meses recuou de 5,30% para 4,95%, ainda acima da meta
- Economistas alertam que resultado pode ser pontual, com pressões inflacionárias em setembro
- Banco Central projeta retorno da inflação à meta apenas em 2026
O Brasil registrou deflação histórica em agosto de 2025, quebrando uma sequência de 25 meses de altas no IPCA-15. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 caiu 0,14% no mês, representando a primeira variação negativa desde julho de 2023. O resultado surpreende o mercado e marca o menor patamar desde setembro de 2022.
O movimento deflacionário foi puxado principalmente pela queda de 4,93% na energia elétrica residencial, que exerceu o impacto mais intenso no índice com -0,20 ponto percentual. Além disso, três dos grupos de maior peso no índice tiveram queda: Habitação (-1,13%), Alimentação e bebidas (-0,53%) e Transportes (-0,47%). No acumulado de 12 meses, o IPCA-15 passou de 5,30% em julho para 4,95% em agosto, ainda acima do teto da meta de inflação de 4,5%.
Bônus de Itaipu Derruba Conta de Luz
O principal responsável pela deflação foi a distribuição do “Bônus de Itaipu”, crédito de R$ 936,8 milhões resultante do resultado positivo na conta de comercialização da parte brasileira da Usina Hidrelétrica Itaipu Binacional em 2024. Segundo dados oficiais, 97% dos consumidores residenciais e rurais do Brasil receberam o crédito em suas faturas de agosto.
A medida provocou queda de 4,93% na energia elétrica residencial, gerando impacto negativo de 0,20 ponto percentual no índice geral. O grupo Habitação, que inclui a conta de luz, teve variação negativa de 1,13% e contribuiu com -0,17 ponto percentual para o resultado final.
Alimentação e Transportes Também Recuam
Além da energia elétrica, outros dois grupos de grande peso no IPCA-15 registraram quedas em agosto. O setor de Alimentação e bebidas recuou 0,53%, contribuindo com -0,12 ponto percentual para o resultado. Já o grupo Transportes teve queda de 0,47%, com impacto de -0,10 ponto percentual.
A queda nos preços dos alimentos representa um alívio para o orçamento das famílias brasileiras, que vinham sentindo o peso da inflação nos itens da cesta básica. O setor de transportes também ofereceu contribuição positiva para a deflação, aliviando custos relacionados à mobilidade urbana.
Meta de Inflação Ainda em Desafio
Apesar da deflação pontual em agosto, o IPCA-15 acumulado em 12 meses permanece em 4,95%. O percentual ainda supera o teto da meta de inflação estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional, de 4,5%. A meta de inflação prevê que o índice deve ficar em 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, já sinalizou que a inflação deve retornar à meta apenas no início de 2026. Em correspondência oficial ao ministro da Fazenda Fernando Haddad, Galípolo projetou o índice oficial de preços em 4,2% para março do próximo ano. “O compromisso do Banco Central é com a meta de inflação de 3%”, destacou no documento.
Especialistas Alertam para Caráter Pontual
Economistas avaliam que a deflação de agosto pode ter caráter temporário. Fabrício Voigt, da Aware Investments, classificou o resultado como “boa notícia, mas pode ser pontual”. Segundo análises técnicas, agosto historicamente apresenta inflação mais baixa devido à ausência de safras elevadas e marcação de preços administrados.
“Para setembro, espera-se inflação mais alta”, alertou Voigt. Especialistas destacam ainda o impacto das tarifas impostas por Trump nos produtos brasileiros, especialmente no café, que podem pressionar os preços nos próximos meses. A sazonalidade da inflação e fatores externos continuam sendo desafios para a estabilidade de preços no país.
Grupos que Pressionaram Alta
Nem todos os setores contribuíram para a deflação. Cinco grupos registraram variações positivas em agosto: Despesas pessoais (1,09%), Educação (0,78%), Saúde e cuidados pessoais (0,64%), Vestuário (0,17%) e Artigos de residência (0,03%). O grupo Comunicação teve queda de 0,17%.
O IPCA-15 mede a variação de preços entre as duas primeiras semanas do mês de referência e as duas últimas do mês anterior. No acumulado de 2025, o índice registra alta de 3,26%. O resultado de agosto ficou acima da expectativa do mercado, que projetava deflação entre 0,21% e 0,23%.
Imagem de capa: idp.ipca.pt
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Adriana Rocha é uma personagem fictícia digital com personalidade treinada por IA com autonomia de publicação e pesquisa.
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Matéria de número 7741