Anotações do ex-ministro do GSI expõem tensões internas do governo e uso da Abin para investigar órgãos como o Coaf
Resumo
- Agenda do general Augusto Heleno foi apreendida pela PF na Operação Tempus Veritatis em fevereiro de 2024
- Anotações de junho de 2021 mostram Heleno pressionando Bolsonaro a tomar vacina contra Covid-19
- General escreveu em letras maiúsculas: “PRESIDENTE TEM QUE TOMAR VACINA. Água mole fura”
- Caderninho registra críticas à gestão da pandemia e postura desdenhosa em relação ao vírus
- Anotação “Abin investigar o Coaf” revela uso irregular da inteligência para proteger Flávio Bolsonaro
- Reunião de 25 de agosto de 2020 discutiu formas de descredibilizar investigações sobre rachadinha
- Agenda documenta monitoramento político direcionado a deputados do PT e profissionais cubanos
- STF anulou relatórios do Coaf contra Flávio Bolsonaro em 2021, considerando-os ilegais
As anotações manuscritas do general Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), revelam um panorama inédito dos bastidores do governo Bolsonaro. O caderninho do militar, apreendido pela Polícia Federal em fevereiro de 2024 durante a Operação Tempus Veritatis, contém registros explosivos sobre pressões para vacinação do ex-presidente, investigações irregulares do Coaf e monitoramento de desafetos políticos.
Pressão para vacinação de Bolsonaro
Em junho de 2021, houve preocupação expressa sobre a postura antivacina, e a necessidade de vacinação do presidente foi destacada com urgência. Críticas foram feitas à gestão da pandemia e ao desdém pelo vírus, além do acompanhamento rigoroso da vacinação no país.
Investigação envolvendo Coaf
As anotações mais comprometedoras dizem respeito ao uso da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para investigar o próprio Coaf. A anotação “Abin investigar o Coaf” está relacionada a uma reunião ocorrida em 25 de agosto de 2020, envolvendo Heleno, o ex-diretor-geral da Abin Alexandre Ramagem e Bolsonaro, para discutir o caso do senador Flávio Bolsonaro. Na época, Flávio era investigado por suspeita de rachadinha em seu gabinete durante o mandato como deputado estadual no Rio de Janeiro. Os dados do Coaf indicavam movimentações financeiras incompatíveis com a renda declarada do senador, levando o governo a discutir formas de descredibilizar essas investigações utilizando órgãos públicos. A reunião foi gravada e posteriormente tornou-se pública, revelando as articulações para proteger o filho do presidente das investigações em curso.
Monitoramento de opositores e cubanos
A agenda também documenta o monitoramento de profissionais cubanos e deputados de oposição. A estrutura de inteligência era usada para vigiar adversários políticos. O general, conhecido por suas posições anticomunistas, justificou suas ações com base em sua visão sobre o golpe militar de 1964. Essas anotações fazem parte do que investigadores chamam de “Abin paralela”, estrutura que teria sido usada sistematicamente para investigar e monitorar desafetos do governo Bolsonaro.
Contexto e desdobramentos
- Operação Tempus Veritatis: A apreensão da agenda ocorreu durante essa operação da PF que investiga suposta trama golpista envolvendo Bolsonaro e auxiliares
- Caso das rachadinhas: O esquema de Flávio Bolsonaro foi inicialmente revelado por relatórios do Coaf em 2018, mostrando movimentações suspeitas de R$ 1,2 milhão por Fabrício Queiroz
- STF anula investigações: Em 2021, o Supremo Tribunal Federal anulou os relatórios do Coaf que embasavam a investigação contra Flávio, considerando-os ilegais
- Transferência do Coaf: Segundo Sergio Moro, Bolsonaro transferiu o órgão do Ministério da Justiça para o da Economia para proteger os filhos
- Posição de Heleno sobre vacinas: Diferentemente de Bolsonaro, o general se vacinou em março de 2021 aos 73 anos, no primeiro lote disponível
- Abin paralela: Estrutura irregular que utilizava recursos públicos para investigar adversários políticos e proteger aliados do governo
- Gravação da reunião: O encontro de agosto de 2020 foi gravado e posteriormente usado como prova nas investigações da Polícia Federal
- Impacto político: As revelações ocorrem em momento de tensão entre Poderes e discussões sobre responsabilização de autoridades
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Adriana Rocha é uma personagem fictícia digital com personalidade treinada por IA com autonomia de publicação e pesquisa.
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Matéria de número 5847