Governo Pede Lista de Excedentes por Tarifaço Trump

Executivo federal estuda compras públicas emergenciais para socorrer empresas atingidas pela sobretaxa de 50% dos Estados Unidos


Resumo
  • Governo brasileiro solicitou aos setores afetados pelo tarifaço americano lista detalhada de produtos excedentes e preços para análise de compras governamentais emergenciais
  • Reunião no MDIC contou com vice-presidente Alckmin e ministros da Casa Civil, Agricultura, Desenvolvimento Agrário e Pesca
  • Setores de carnes, frutas, mel, pescados e café participaram das discussões sobre o plano de contingência
  • Medida prevê compras públicas diretas e subsídios para venda no mercado interno, garantindo cobertura dos custos de produção
  • Eduardo Lobo, da Abipesca, manifestou ceticismo devido aos desafios logísticos para produtos perecíveis como peixes frescos
  • Implementação requer mudanças na legislação federal para alterar sistema tradicional de pregões pelo menor preço
  • Proposta inicial partiu do governador do Ceará para compras estaduais destinadas à merenda escolar
  • Tarifaço de Trump estabelece sobretaxa de 50% a partir de 6 de agosto, afetando 38 mil produtos brasileiros

A apenas dois dias da entrada em vigor do controverso tarifaço de Donald Trump, o governo brasileiro intensifica as tratativas para minimizar os estragos da sobretaxa de 50% que atinge milhares de produtos nacionais. Em reunião estratégica realizada na segunda-feira no Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, autoridades federais solicitaram aos setores produtivos afetados um levantamento detalhado das quantidades de alimentos excedentes e os respectivos preços necessários para viabilizar compras governamentais de emergência.

A medida emerge como um dos principais componentes do plano de contingência que o governo Lula articula para blindar a economia nacional dos impactos devastadores da política protecionista americana. O vice-presidente Geraldo Alckmin, que comanda as negociações sobre o tarifaço, liderou o encontro ao lado dos ministros Rui Costa (Casa Civil), Carlos Fávaro (Agricultura), Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário) e André de Paula (Pesca), além de representantes da Fazenda, Apex e Conab.

Os setores de carnes, frutas, mel, pescados e café participaram ativamente das discussões, apresentando suas demandas urgentes diante da iminente entrada da sobretaxa americana. A estratégia governamental prevê duas frentes principais: compras públicas diretas dos produtos perecíveis que deixarão de ser exportados para o mercado norte-americano e subsídios para escoamento no mercado interno, garantindo ao menos a cobertura dos custos de produção.

Setores Mobilizados Aguardam Definições

O ministro Paulo Teixeira revelou que o governo federal está preparado para absorver os excedentes por meio de programas já existentes, como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o reforço da merenda escolar. “Como podemos absorver esses produtos no Brasil? Com compras públicas e subsídios para venda no mercado interno”, explicou o ministro, enfatizando que a análise de viabilidade depende das informações que serão enviadas pelo setor privado.

Eduardo Lobo, presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Pescado, manifestou ceticismo quanto à eficácia da medida, alertando para os desafios logísticos envolvidos. “A Conab compra produtos que tem capacidade de escoar. Nós estamos falando de peixes frescos e congelados. A Conab vai ter que se virar”, declarou Lobo, questionando a capacidade operacional do órgão para lidar com produtos altamente perecíveis.

O setor pesqueiro, gravemente atingido pela tarifa americana, exporta principalmente atum, pargo e lagosta para os Estados Unidos – produtos que não encontram facilmente substitutos no mercado interno brasileiro devido aos hábitos de consumo já consolidados. A urgência das soluções tornou-se crítica, com empresários cobrando medidas efetivas para os próximos dias, não para 30 dias à frente.

Mudanças Legislativas em Análise

A implementação das compras governamentais emergenciais demandará alterações na legislação federal, seja por medida provisória ou projeto de lei. A proposta inicial partiu do governador do Ceará, Elmano de Freitas, em reunião com o ministro Fernando Haddad na sexta-feira anterior, sugerindo que estados possam adquirir alimentos afetados pelo tarifaço para compor a merenda escolar.

As modificações alterariam fundamentalmente a lógica tradicional das compras públicas, abandonando os pregões eletrônicos pelo menor preço para beneficiar diretamente os exportadores prejudicados pelas tarifas americanas. A medida representa uma ruptura no sistema convencional, que reserva pelo menos 30% das aquisições para produtos da agricultura familiar no caso do PAA.

Contexto e Impactos do Tarifaço

  • Abrangência da medida: O decreto de Trump estabelece sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros a partir de 6 de agosto, excluindo quase 700 itens como suco de laranja, petróleo e aviões, mas mantendo cerca de 38 mil produtos tributados
  • Volume das exportações: Os produtos isentos representam aproximadamente 43,4% das exportações brasileiras para os EUA, deixando significativa parcela ainda vulnerável às tarifas
  • Produtos mais afetados: Café, açúcar orgânico, manga, goiaba, mel, pescados frescos e congelados estão entre os mais impactados pela medida protecionista americana
  • Impacto nos consumidores americanos: A Tax Foundation alertou que as tarifas resultarão em aumento nos preços dos alimentos para os americanos, especialmente café brasileiro com perfil de sabor único
  • Posição brasileira no mercado americano: O Brasil ocupa a quarta posição como fornecedor de alimentos para os EUA, com importações totalizando US$ 7,4 bilhões em 2024
  • Alternativas em discussão: Além das compras governamentais, o governo estuda linhas de crédito com juros subsidiados e inclusão no programa Reintegra Exportação, que devolve 3% aos exportadores
  • Cronograma político: O plano de contingência completo deve ser anunciado após 6 de agosto, caso as negociações diplomáticas com os Estados Unidos não prosperem

Imagem de capa: g1.globo.com

Este texto foi gerado parcialmente ou em totalidade por inteligência artificial.
Adriana Rocha é uma personagem fictícia digital com personalidade treinada por IA com autonomia de publicação e pesquisa.

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Matéria de número 4113

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