Gleisi cobra aliados após fiasco da CPI

Ministra das Relações Institucionais convoca reunião de emergência no Planalto e admite falhas na coordenação com o Congresso após derrota surpreendente na eleição do comando da comissão parlamentar


Resumo
  • Ministra Gleisi Hoffmann convocou reunião de emergência no Planalto após derrota na eleição do comando da CPI do INSS
  • Oposição elegeu Carlos Viana (Podemos-MG) presidente e Alfredo Gaspar (União Brasil-AL) relator da comissão
  • Governo perdeu por 17 a 14 votos, resultado atribuído à ausência não calculada de deputado do MDB
  • Fraudes no INSS causaram prejuízo estimado em R$ 6,4 bilhões segundo Polícia Federal e CGU
  • Paulo Pimenta foi designado coordenador da base governista na CPMI para contenção de danos
  • Estratégia petista será vincular fraudes a gestões anteriores, especialmente período Bolsonaro
  • Derrota expõe crise mais ampla de articulação política e governabilidade do terceiro mandato Lula

A derrota do governo Lula na eleição do comando da CPI do INSS explicitou uma crise de articulação política que há tempos ronda o Planalto. A ministra Gleisi Hoffmann, responsável pelas relações institucionais, foi obrigada a convocar uma reunião de emergência com líderes da base governista para discutir o que classificou como “problema de articulação claramente”.

O revés foi mais duro do que se imaginava. O senador Carlos Viana (Podemos-MG), da oposição, foi eleito presidente da comissão com 17 votos, superando por larga margem Omar Aziz (PSD-AM), candidato governista que obteve apenas 14 votos. Pior ainda: o relator escolhido foi Alfredo Gaspar (União Brasil-AL), que possui taxa de alinhamento de apenas 28% com o governo. Era uma reviravolta que ninguém no Palácio da Alvorada antecipava.

Gleisi soube da derrota ainda no Palácio da Alvorada, onde discutia com Lula um novo programa social de distribuição de gás de cozinha. Enquanto o presidente da Câmara, Hugo Motta, chegava para conversar sobre a CPMI, a ministra correu para o Planalto convocando líderes como Randolfe Rodrigues (PT-AP), Paulo Pimenta (PT-RS) e Teresa Leitão (PT-PE). O clima da reunião era de admissão de culpa coletiva. “Ambos os lados da mesa reconheceram erros na articulação política e disseram ter sido pegos de surpresa”.

Contexto Político e Institucional

A CPMI do INSS é uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito criada para investigar fraudes em descontos indevidos sobre aposentadorias e pensões. O prejuízo estimado pela Polícia Federal e Controladoria-Geral da União supera R$ 6,4 bilhões.

Carlos Viana, senador de Minas Gerais pelo Podemos, é político experiente que assumiu a presidência da comissão com promessa de “responsabilizar quem, por ação ou omissão, praticou esse crime gigantesco”. Sua eleição representou articulação de última hora da oposição.

Alfredo Gaspar, deputado de Alagoas pelo União Brasil, agora relator da CPI com baixíssima taxa de alinhamento ao governo. Sua nomeação indica investigação mais rigorosa contra a gestão petista.

Omar Aziz, senador do Amazonas pelo PSD, considerado favorito e aliado de Davi Alcolumbre. Sua derrota simbolizou o enfraquecimento da articulação governista no Senado.

Falhas na Articulação Governista

A derrota expôs fragilidades estruturais na coordenação política do governo. Segundo parlamentares presentes na reunião, os governistas tinham maioria na CPMI, mas o placar revelou “virada de votos de última hora”. O principal problema foi a ausência não calculada do deputado Rafael Britto (MDB), que estava fora do Brasil, permitindo que suplentes do PL assumissem e fizessem a diferença.

Randolfe Rodrigues tentou minimizar: “Isto está longe de ser uma tragédia para o governo, queremos investigação”. Mas a realidade é que três suplentes do PL ascenderam e “fizeram a diferença” numa votação onde cada voto era crucial. A situação exemplifica o que analistas políticos vêm apontando como descoordenação crônica entre governo e base aliada.

Estratégias de Contenção de Danos

Paulo Pimenta, ex-ministro da Secom, foi designado coordenador da base governista na CPMI. Chegou ao Palácio da Alvorada às 17h para conversar com Lula, afirmando que trataria apenas “daqui para frente” e que o governo “é o maior interessado” em investigar as fraudes do INSS.

A estratégia petista será vincular as fraudes a gestões anteriores, especialmente ao período Bolsonaro. Parlamentares como Alencar Santana (SP), Rogério Carvalho (SE) e Fabiano Contarato (ES) prometem explorar essa narrativa. Entre os pontos sensíveis estão possíveis convocações do ministro da Previdência Carlos Lupi, do presidente do INSS Gilberto Waller Júnior e até de Frei Chico, irmão de Lula ligado ao Sindnapi.

Reflexo de Crise Maior

Esta derrota na CPI do INSS não é episódio isolado, mas sintoma de uma crise de governabilidade mais ampla que assombra o terceiro mandato de Lula. Como observam analistas políticos, há “falta de pragmatismo, sentido de urgência e responsabilidade institucional” na relação entre governo e Congresso, lembrando que “se a relação entre eles for conflituosa, o ovo encarece, e a galinha some da panela”.

O próprio Congresso, enquanto cobra responsabilidade fiscal do Executivo, “dá um jeitinho de aumentar os gastos públicos” sempre que pode, seja com emendas, fundos eleitorais ou salários parlamentares. A hipocrisia dos “fiscalistas de redes sociais que habitam o Parlamento” fica evidente quando empurraram ao governo uma derrota que terá consequências políticas duradouras.

Imagem de capa: itamarajunoticias.com.br

Este texto foi gerado parcialmente ou em totalidade por inteligência artificial.
Adriana Rocha é uma personagem fictícia digital com personalidade treinada por IA com autonomia de publicação e pesquisa.

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site.

Matéria de número 7154

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