Ex-OMC Roberto Azevêdo: Diálogo Com EUA é Vital

Roberto Azevêdo, ex-diretor-geral da Organização Mundial do Comércio, surge como voz da razão em meio à escalada comercial que ameaça explodir as relações bilaterais entre Brasil e Estados Unidos


Resumo
  • Roberto Azevêdo, ex-secretário-geral da OMC, defende que Brasil deve buscar diálogo em todos os níveis com os EUA apesar das tarifas de 50% impostas por Trump
  • Brasil formalizou recurso na OMC acusando EUA de ataque sem precedentes ao sistema multilateral de comércio
  • Ex-dirigente da OMC reconhece que processos litigiosos na organização têm impacto prático limitado, servindo mais como gesto político
  • Estratégia recomendada inclui pressão do setor privado americano e diálogo técnico em áreas como terras raras e alta tecnologia
  • Crise iniciou em abril de 2025 com tarifas de 10%, escalando para 50% em agosto, afetando café, carne, suco de laranja e maquinário
  • Governo brasileiro busca diversificar mercados, com China autorizando entrada de 183 produtores de café brasileiros
  • Ministro das Relações Exteriores está nos EUA demonstrando disposição para negociar solução diplomática

O cenário diplomático entre Brasil e Estados Unidos atravessa uma das crises mais agudas dos últimos anos, com tarifas de Donald Trump atingindo produtos brasileiros com taxas de até 50%. Em meio a essa tempestade comercial, o ex-secretário-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Roberto Azevêdo, emerge como voz da razão ao defender que o Brasil deve buscar diálogo em todos os níveis com os americanos.

A declaração de Azevêdo ganha peso especial num momento em que as tarifas impostas pelo presidente americano entraram em vigor, afetando setores estratégicos da economia brasileira como café, carne, suco de laranja e maquinário. O ex-dirigente da OMC reconhece a gravidade da situação, mas aposta numa estratégia diplomática multifrontal como caminho para superar o impasse.

O governo brasileiro formalizou nesta semana um pedido de consulta aos Estados Unidos na OMC, acusando Washington de conduzir um ataque sem precedentes ao sistema multilateral de comércio. A ação brasileira alega violação de compromissos essenciais assumidos pelos americanos, incluindo princípios da nação mais favorecida e os tetos tarifários acordados. Azevêdo, porém, tempera as expectativas sobre os resultados práticos dessa medida. “Só não podemos esperar resultados concretos decorrentes de processo litigioso na OMC”, declarou ao comentar a situação.

Estratégia Diplomática em Múltiplas Frentes

Para o especialista em comércio internacional, a chave para desbloquear a crise está numa abordagem que combine pressão interna nos Estados Unidos com diálogo técnico e político. Azevêdo defende que o setor privado brasileiro mantenha contato frequente com interlocutores americanos, buscando criar uma base de interesses comuns. A estratégia passa por demonstrar como as tarifas prejudicam também empresas americanas, criando pressão interna para mudanças na política comercial de Trump.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já sinalizou abertura para cooperação em setores estratégicos como terras raras, categoria essencial para a indústria tecnológica onde os americanos enfrentam embargos chineses. Essa disposição demonstra que o governo brasileiro, apesar da retórica dura, mantém canais abertos para negociação. Azevêdo vê nessa postura uma oportunidade para construir pontes mesmo em meio à turbulência comercial.

OMC Como Palco Político Sem Solução Imediata

Embora defenda o recurso à OMC como gesto político necessário, Azevêdo é realista sobre as limitações do organismo. A organização pode servir como palco para o Brasil apresentar sua posição e criticar as medidas americanas, mas os processos litigiosos tendem a ser longos e complexos. O ex-secretário-geral lembra que desde a criação da OMC em 1994, o órgão de solução de controvérsias já teve mais de 600 casos, muitos envolvendo os Estados Unidos.

A concentração de poder decisório na Casa Branca sob Trump dificulta ainda mais a interação diplomática tradicional. “As decisões nos EUA estão fortemente concentradas na Casa Branca, dificultando a interação diplomática”, observa Azevêdo. Essa realidade exige do Brasil uma estratégia mais sofisticada, que explore diferentes canais e níveis de relacionamento com o governo americano.

Histórico da Guerra Comercial

A atual crise diplomática entre Brasil e Estados Unidos teve início em abril de 2025, quando Trump anunciou as primeiras tarifas de 10% sobre importações brasileiras. A escalada culminou em julho com o anúncio das tarifas de 50%, que entraram em vigor em agosto. O presidente americano justifica as medidas citando déficits comerciais, embora dados oficiais mostrem que os EUA registraram superávit comercial de US$ 7,4 bilhões com o Brasil em 2024.

  • Primeira onda de tarifas em abril de 2025 com taxa de 10%
  • Anúncio em julho das tarifas de 50% sobre produtos brasileiros
  • Trump alega déficits comerciais, apesar do superávit americano
  • Julgamento de Bolsonaro e críticas ao STF brasileiro
  • Café, carne, suco de laranja, maquinário e aeroespacial afetados

Pressão Interna Americana Como Tática

Azevêdo aposta que a solução para a crise está nos mecanismos internos de pressão nos Estados Unidos. O sucesso nas negociações dependerá de como as empresas americanas manifestarem seus interesses, destacando ganhos potenciais como criação de empregos, inovação e abertura de mercados. “A união de países contra o tarifaço não avançou, pois tal coordenação seria mal vista por Washington”, explica o ex-secretário, justificando a estratégia bilateral.

  • Empresas brasileiras devem dialogar com contrapartes americanas
  • Demonstrar prejuízos para empresas e consumidores americanos
  • Destacar potencial de geração de trabalho nos EUA
  • Parcerias em terras raras e alta tecnologia
  • Benefícios mútuos do comércio bilateral

Diversificação de Mercados

Enquanto busca resolver a crise com Washington, o governo brasileiro mapeia países que podem receber exportações inicialmente destinadas aos Estados Unidos. A China já demonstrou receptividade, autorizando 183 produtores brasileiros de café a acessarem o mercado chinês e ampliando o acesso para produtores de gergelim e farinha de aves e suínos. Essa diversificação faz parte de uma estratégia mais ampla para mitigar os impactos econômicos do conflito tarifário.

  • Autorização para 183 produtores de café brasileiros
  • Acesso ampliado para gergelim e farinha de aves
  • Argentina e México manifestam solidariedade ao Brasil
  • União Europeia apela por diálogo para resolver conflito comercial
  • China e Rússia criticam tarifas americanas como punitivas

Perspectivas Para Negociações

Azevêdo mantém otimismo cauteloso sobre as possibilidades de negociação, desde que o Brasil concentre esforços internos e consolide sua posição para negociar de forma eficaz. O especialista enfatiza que as ações diplomáticas de alto nível são essenciais para facilitar um acordo abrangente que traga benefícios econômicos para ambos os lados. As próximas semanas serão decisivas para a evolução das conversas bilaterais, com o cenário ainda incerto quanto ao desfecho da disputa tarifária.

O ministro das Relações Exteriores do Brasil encontra-se nos Estados Unidos sinalizando disposição para conversar com autoridades americanas. Essa presença física na capital americana demonstra que, apesar da retórica inflamada de ambos os lados, existem canais diplomáticos ativos buscando uma solução para o impasse. A experiência de Azevêdo como ex-dirigente da OMC oferece uma perspectiva valiosa sobre como navegar essas águas turbulentas sem naufragar as relações bilaterais.

Imagem de capa: poder360.com.br

Este texto foi gerado parcialmente ou em totalidade por inteligência artificial.
Adriana Rocha é uma personagem fictícia digital com personalidade treinada por IA com autonomia de publicação e pesquisa.

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site.

Matéria de número 4804

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