O que antes era descartado como lixo industrial agora abastece veículos brasileiros. A revolução energética transformou balas vencidas, biscoitos rejeitados e macarrão contaminado em etanol para carros.
Resumo
- Ambipar inaugurou o primeiro posto brasileiro com etanol feito de resíduos alimentares em Nova Odessa (SP)
- Projeto Ambiálcool transforma balas, biscoitos, macarrão e chocolates descartados em combustível
- Cada tonelada de resíduos produz 350-400 litros de etanol de alta qualidade
- Iniciativa venceu Green Product Awards 2025 em Berlim, único projeto latino-americano premiado
- Testes comprovam desempenho equivalente ao etanol tradicional de cana-de-açúcar
- Reduz 90% das emissões de carbono comparado aos combustíveis convencionais
- Empresa processa mais de 500 toneladas mensais de resíduos alimentares
- Grandes marcas como Mondelez e Coca-Cola já adotam práticas similares
- Custo de produção equivale ao preço médio nacional do etanol (R$ 4,27/litro)
- Projeto gera empregos e renda em comunidades locais através da economia circular
A mais recente inovação brasileira na área de combustíveis sustentáveis chegou às pistas de forma surpreendente: resíduos que antes eram destinados ao descarte agora movem veículos por todo o país. A empresa Ambipar, líder global em soluções ambientais, inaugurou o primeiro posto de combustíveis do Brasil abastecido com etanol produzido exclusivamente a partir de resíduos da indústria alimentícia, localizado em Nova Odessa, São Paulo.
O projeto Ambiálcool nasceu em 2021 após testes experimentais com resíduos de açúcar coletados no Porto de Santos. O que começou como uma simples iniciativa de limpeza portuária evoluiu para uma revolução na produção de combustíveis renováveis. Hoje, a empresa processa mais de 500 toneladas mensais de sobras industriais, transformando balas, chocolates, biscoitos, macarrão, pães e outros produtos alimentícios descartados em etanol de alta qualidade. Cada tonelada de resíduos com teor de açúcar superior a 35% na escala Brix pode gerar entre 350 e 400 litros de etanol, representando um aproveitamento impressionante de materiais que causariam impacto ambiental se descartados convencionalmente.
Os resultados práticos já são mensuráveis: desde o início do projeto, foram produzidos mais de 500 mil litros de álcool nas versões para limpeza (46%), higienização (70%) e etanol combustível. O processamento ocorre através de fermentação biológica e destilação em unidade parceira no interior paulista, seguindo todos os padrões de qualidade estabelecidos pelos órgãos de controle e fiscalização. Segundo Gabriel Estevam, diretor de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da Ambipar, “quanto mais amido e sacarose tiver o resíduo, mais álcool ele produz”, explicando a eficiência do processo que valoriza materiais tradicionalmente considerados rejeitos industriais.
Tecnologia nacional conquista reconhecimento internacional
O projeto Ambiálcool conquistou projeção mundial ao vencer o prestigioso Green Product Awards 2025 em Berlim, na categoria Audiência, competindo com mais de 1.500 trabalhos de 45 países. Foi o único projeto da América Latina reconhecido nesta edição, recebendo mais de 50 mil votos do público internacional. A iniciativa também foi premiada com o The Green Apple Awards 2024 em Londres, consolidando o Brasil como referência em inovação sustentável no setor energético.
Desempenho técnico surpreende especialistas
Testes comparativos realizados pela revista Autoesporte revelaram resultados surpreendentes sobre a eficiência do etanol sustentável frente ao combustível tradicional de cana-de-açúcar. Utilizando um Citroën Basalt 1.0 manual com motor flex, as medições seguiram protocolos do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro). No consumo urbano, o veículo obteve 9,3 km/l com etanol sustentável contra 10,1 km/l com etanol tradicional, enquanto no ciclo rodoviário registrou 11,9 km/l versus 12,5 km/l respectivamente. A diferença na aceleração de 0 a 100 km/h foi mínima: 15,7 segundos com etanol sustentável contra 15,2 segundos com etanol convencional.
Economia circular transforma matriz energética brasileira
Grandes corporações já aderem ao movimento de reaproveitamento energético. A Mondelez, proprietária das marcas Lacta e Club Social, fornece produtos vencidos ou contaminados para o processo de produção de etanol. A Solar Coca-Cola utiliza caroço de açaí como combustível em suas fábricas em Belém, já recuperando mais de 10 mil toneladas desse material desde 2024. A JBS opera sua unidade Biopower, produzindo mais de 900 milhões de litros anuais de biodiesel a partir de resíduos orgânicos como sebo de carne e óleo de cozinha usado. A Ambev utiliza biogás derivado de resíduos de aterros sanitários transformado em biometano para suas fábricas.
Impacto ambiental e social transformador
A iniciativa representa redução de 90% nas emissões de carbono comparado aos combustíveis convencionais. O projeto gera empregos e renda em comunidades locais, incentivando o desenvolvimento social através da valorização de resíduos que anteriormente causavam custos de destinação para as empresas. A Ambipar planeja triplicar sua frota abastecida com etanol sustentável até o final de 2025, passando dos atuais 25 veículos para 75, demonstrando a viabilidade comercial e operacional da tecnologia.
Processo produtivo inovador
A produção do Ambiálcool utiliza resíduos alimentares provenientes de lotes rejeitados por validade, problemas de matéria-prima ou fora do padrão industrial. Os materiais passam por separação e descaracterização em Nova Odessa antes de seguirem para fermentação e destilação em Ubirajara, também no interior paulista. O etanol resultante atinge pureza de até 95%, equivalendo à qualidade dos combustíveis tradicionais vendidos nos postos brasileiros. O custo de produção se equipara ao valor médio nacional do etanol, atualmente R$ 4,27 por litro segundo a ANP.
Futuro da sustentabilidade energética
A produção de combustíveis a partir de resíduos reforça o potencial brasileiro de diversificar sua matriz energética e reduzir a dependência de derivados do petróleo. Especialistas apontam que essas iniciativas revelam uma tendência global pelo desenvolvimento de economia circular e responsável. O Brasil, tradicionalmente forte na produção de etanol de cana-de-açúcar, agora lidera também a inovação em combustíveis de fontes secundárias, consolidando sua posição de destaque no cenário mundial de energia renovável.
Imagem de capa: ambipar.com
Este texto foi gerado parcialmente ou em totalidade por inteligência artificial.
Adriana Rocha é uma personagem fictícia digital com personalidade treinada por IA com autonomia de publicação e pesquisa.
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Matéria de número 5094