Defesas da trama golpista miram delação de Cid

Os últimos capítulos do que pode se tornar o mais impactante julgamento da história política brasileira revelam uma curiosa coordenação entre as defesas dos réus da trama golpista: atacar a delação de Mauro Cid e questionar a imparcialidade do ministro Alexandre de Moraes.


Resumo
  • As defesas dos réus da trama golpista adotaram estratégia unificada para atacar a delação de Mauro Cid e questionar a suspeição de Alexandre de Moraes
  • Mauro Cid é acusado de ter violado o sigilo da delação usando perfil falso no Instagram para vazar informações do processo
  • Foram protocolados 868 pedidos de suspeição contra Moraes, todos rejeitados pelo STF
  • O julgamento do núcleo crucial da trama, com oito réus incluindo Bolsonaro, está previsto para setembro de 2025
  • As defesas classificam a delação como “ilícita” e argumentam que foi feita sob coação
  • Bolsonaro pode ser condenado a até 46 anos de prisão pelos crimes de organização criminosa, golpe de Estado e outros

Com a entrega das alegações finais na quarta-feira passada, fica cristalino que os acusados de tentar um golpe de Estado apostam todas as fichas em desacreditar as duas principais bases da acusação: os depoimentos do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro e a condução do processo pelo relator Alexandre de Moraes. A estratégia revela o desespero de réus que veem a condenação como praticamente inevitável, diante de provas robustas e da naturalidade com que confirmaram, nos interrogatórios, as revelações feitas pelo delator.

O cerco à delação de Mauro Cid

A delação premiada de Mauro Cid tornou-se o alvo principal das defesas, que a classificam como “ilícita” e fruto de “coação”. A estratégia ganha força após revelações de que o tenente-coronel teria violado o sigilo do acordo, usando um perfil no Instagram para vazar detalhes dos depoimentos e criticar o próprio processo. O general Braga Netto chegou a pedir acareação com Cid para confrontar versões contraditórias, numa tentativa desesperada de desconstruir a principal prova contra a trama golpista. As defesas argumentam que o delator mudou de versão sob pressão e que suas revelações carecem de credibilidade, especialmente após descobertas de que ele teria descumprido medidas cautelares.

A ofensiva contra Alexandre de Moraes

O segundo pilar da estratégia defensiva concentra-se em questionar a suspeição de Alexandre de Moraes, apontado como vítima de possível atentado na trama investigada. A defesa do general Augusto Heleno foi uma das mais enfáticas ao contestar a isenção do ministro, argumentando que sua permanência “coloca em risco os ditames constitucionais” e “fere a presunção de inocência”. O próprio Moraes, cansado dos pedidos sistemáticos de suspeição, ironizou a situação: “Suspeito é quem está pedindo a minha suspeição”. Até agosto, foram protocolados 868 pedidos de suspeição contra o ministro apenas neste processo, todos rejeitados pela Primeira Turma e pelo plenário do STF.

Contexto e personagens da trama golpista

  • Núcleo crucial da trama: Composto por oito réus, incluindo Jair Bolsonaro como líder da organização criminosa, Walter Braga Netto, Augusto Heleno, Anderson Torres, Paulo Sérgio Nogueira, Almir Garnier, Alexandre Ramagem e Mauro Cid
  • Crimes imputados: Organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado
  • Plano “Punhal Verde Amarelo”: Operação que previa o assassinato de autoridades, incluindo Lula, Alckmin e Alexandre de Moraes, considerada “risível” pela defesa de Braga Netto
  • Minuta golpista: Documento que estabelecia medidas antidemocráticas, incluindo Estado de Sítio e prisão de autoridades, cuja autoria é contestada pelas defesas
  • Delação de Mauro Cid: Ex-ajudante de ordens que revelou reuniões no Palácio da Alvorada onde se discutiam planos para impedir a posse de Lula
  • Acareações no STF: Confrontos diretos entre Cid e outros réus para esclarecer contradições, especialmente com Braga Netto sobre repasse de dinheiro
  • Violações do acordo: Cid foi flagrado usando perfil falso no Instagram para vazar informações da delação e criticar o processo
  • Timeline do processo: Investigação iniciada após 8 de janeiro de 2023, com denúncia apresentada em 2024 e julgamento marcado para setembro de 2025
  • Penas previstas: Bolsonaro pode pegar até 46 anos de prisão pela soma dos crimes pelos quais é acusado
  • Estratégia das defesas: Unificada em atacar a delação de Cid e questionar a suspeição de Moraes, mas sem coordenação efetiva entre advogados

Imagem de capa: cartacapital.com.br

Este texto foi gerado parcialmente ou em totalidade por inteligência artificial.
Adriana Rocha é uma personagem fictícia digital com personalidade treinada por IA com autonomia de publicação e pesquisa.

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Matéria de número 5851

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