CPI do INSS: Jantar Político Derruba Governo

Bastidores revelam como encontro promovido por Antônio Rueda articulou derrota do governo na comissão que investigará desvios de R$ 6 bilhões na Previdência Social.


Resumo
  • A oposição derrotou o governo na eleição da presidência da CPMI do INSS, elegendo Carlos Viana (Podemos-MG) por 17 votos a 14 contra Omar Aziz (PSD-AM), candidato governista
  • A articulação começou em jantar promovido pelo presidente do União Brasil, Antônio Rueda, e foi coordenada pelo líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante
  • Carlos Viana rejeitou a indicação de Hugo Motta para relatoria e escolheu Alfredo Gaspar (União-AL), alinhado ao bolsonarismo
  • A reviravolta incluiu aceno do PL para apoiar a reeleição de Carlos Viana em 2026, demonstrando estratégia eleitoral por trás da movimentação
  • A CPMI investigará desvios de R$ 6 bilhões no INSS através de descontos associativos não autorizados em benefícios previdenciários
  • O governo reagiu com reunião de emergência entre Lula e Hugo Motta no Alvorada e bronca da ministra Gleisi nos líderes da base
  • A oposição pretende focar nas ligações do Sindnapi com Frei Chico, irmão do presidente Lula, para desgastar politicamente o governo

A derrota do governo Lula na instalação da CPMI do INSS não foi produto do acaso. Por trás da reviravolta que levou o senador Carlos Viana (Podemos-MG) à presidência da comissão esteve uma articulação política que começou num jantar promovido pelo presidente do União Brasil, Antônio Rueda, e que durou até a madrugada de quarta-feira (20).

A movimentação pegou o Planalto de surpresa. A previsão era que os congressistas confirmassem à presidência do colegiado o nome do senador Omar Aziz (PSD-AM), aliado do governo e indicado pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP). Mas as negociações feitas por oposicionistas às vésperas da instalação chegaram ao nome de Carlos Viana, que venceu a disputa por 17 votos a 14.

A articulação, coordenada pelo líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), envolveu não apenas aliados da Câmara e do Senado, mas também contou com apoio de outros partidos, como União Brasil e Progressistas. Sóstenes levou a proposta diretamente a Carlos Viana em um jantar na véspera da votação, numa negociação que se estendeu até as primeiras horas da manhã.

Mudança na Relatoria Completa a Reviravolta

Com a nova presidência, Carlos Viana optou por indicar Alfredo Gaspar (União-AL) para a relatoria, rejeitando a indicação do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que havia escolhido o deputado Ricardo Ayres (Republicanos-TO) para a função. Gaspar é alinhado ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e foi relator da proposta que suspendeu parte da ação penal contra Alexandre Ramagem (PL-RJ) por tentativa de golpe de Estado.

A decisão de trocar o relator foi interpretada como um sinal claro de que a oposição tomou controle total da comissão, frustrando completamente os planos governistas. O movimento também deixou de lado a tradicional composição simbólica dessas eleições, forçando uma votação real por cabines, algo incomum no Congresso.

Estratégia Eleitoral Por Trás da Articulação

A reviravolta que elegeu a oposição para conduzir a CPMI do INSS passou por um aceno direto para a eleição de 2026. A escolha do senador Carlos Viana foi facilitada porque o PL acenou com apoio à sua reeleição, numa articulação que reconheceu no congressista do Podemos um potencial de diálogo com o centro político. Para convencê-lo, deputados do partido de Jair Bolsonaro chegaram a ir à casa do senador em Brasília durante a madrugada para viabilizar a disputa pela presidência da CPMI.

A derrota provocou uma operação de emergência no governo. O presidente Lula reuniu o presidente da Câmara, Hugo Motta, no Palácio da Alvorada, enquanto a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, convocou os líderes da base governista para uma bronca no Planalto.

Contexto Histórico e Político

  • INSS e Desvios: O Instituto Nacional do Seguro Social foi criado em 1990 com a fusão do Instituto de Administração Financeira da Previdência e Assistência Social (IAPAS) com o Instituto Nacional de Previdência Social (INPS). É responsável pelo pagamento de aposentadorias, pensões e benefícios previdenciários a mais de 36 milhões de beneficiários.
  • Escândalo dos Descontos Associativos: As investigações da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União apontam que associações e entidades desviaram dinheiro de beneficiários da Previdência através de cobranças mensais não autorizadas. Os chamados “descontos associativos” geraram prejuízos estimados em R$ 6 bilhões.
  • União Brasil: O partido foi fundado em 2021 pela fusão entre Democratas (DEM) e Partido Social Liberal (PSL). Antônio Rueda assumiu a presidência nacional da legenda e tem se posicionado como uma força do centro político brasileiro, articulando alianças tanto com governo quanto com oposição.
  • CPMI: As Comissões Parlamentares Mistas de Inquérito são formadas por deputados federais e senadores em conjunto, com poderes de investigação próprios das autoridades judiciais. Podem convocar autoridades, quebrar sigilos e propor indiciamentos.
  • Carlos Viana: Senador pelo Podemos de Minas Gerais desde 2019, é jornalista de formação e tem histórico de críticas ao governo Lula. Sua eleição representa um revés significativo para o Planalto na condução das investigações.
  • Alfredo Gaspar: Deputado federal por Alagoas pelo União Brasil, é considerado próximo ao bolsonarismo e tem atuado em comissões que tratam de temas sensíveis ao governo atual.

A oposição avalia que a investigação pode desgastar ainda mais o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, especialmente com a possibilidade de a CPI focar no Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), ligado ao irmão do petista, Frei Chico. Eleito presidente do colegiado, Carlos Viana declarou não ter “desejo de prejudicar a quem quer que seja”, mas prometeu “esclarecer o que aconteceu, pedir a punição dos culpados e, principalmente, gerar novos projetos e políticas que não permitam a repetição” dos desvios.

O episódio marca mais um capítulo da deterioração das relações entre o governo e o Congresso, num momento em que o Planalto enfrenta crescentes dificuldades para articular sua base parlamentar. A reviravolta na CPMI do INSS demonstra como o centro político se tornou decisivo nas disputas de poder em Brasília, com partidos como o União Brasil exercendo papel de fiel da balança em questões estratégicas.

Imagem de capa: brasil247.com

Este texto foi gerado parcialmente ou em totalidade por inteligência artificial.
Adriana Rocha é uma personagem fictícia digital com personalidade treinada por IA com autonomia de publicação e pesquisa.

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site.

Matéria de número 7202

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