COP30 ameaçada: Zema e Ratinho recusam apoio

O centro das decisões planetárias sobre clima treme, a selva pulsa de expectativa e a democracia brasileira assiste a uma reviravolta emblemática: Romeu Zema (Minas Gerais) e Ratinho Jr. (Paraná), cotados para a sucessão presidencial, recusaram-se a assinar a carta de governadores em apoio à realização da COP30 em Belém. Opostos movimentam suas peças em silêncio, numa partida onde cada gesto indica mais que divergência: revela apostas de poder, omissões calculadas e uma crise de representatividade que ultrapassa as fronteiras do debate ambiental.


Resumo
  • Romeu Zema e Ratinho Jr., presidenciáveis, recusaram-se a apoiar oficialmente a COP30 em Belém, amplificando divisões políticas e ameaçando o protagonismo da Amazônia.
  • A omissão dos governadores simboliza uma crise de consenso na democracia brasileira, marcada por conservadorismo estrutural e radicalização do debate nas redes sociais.
  • A COP30 pode perder relevância internacional se não houver união e comprometimento nacional, evidenciando o risco de políticas ambientais serem subjugadas por interesses eleitorais.
  • O gesto dos presidenciáveis expõe o país à crise de legitimidade, reforçando a ingovernabilidade e o desencanto em temas essenciais para o futuro do Brasil.
  • Cálculos políticos e estratégias eleitorais prevalecem, deixando a agenda ambiental refém de disputas pessoais, enquanto a floresta e os povos da Amazônia ficam cada vez mais esquecidos.

O gesto simbólico

Quem observa a superfície da política brasileira precisa se acostumar com o abismo – nada é só o que parece. O simples ato de não assinar a carta transforma-se num divisor de águas, algo que vai além da mesquinharia dos gabinetes. Zema e Ratinho Jr., governadores acostumados a operar como líderes de grandes máquinas estaduais, escolheram plantar a semente do dissenso num terreno preste a receber um dos mais importantes eventos globais do clima. Não há ingenuidade: aqui se desenha uma fábula sobre poder e ambição, em pleno coração da floresta.

A COP30, marcada para 2025 em Belém, deveria consolidar o papel do Brasil como protagonista na discussão internacional sobre preservação amazônica e crise climática. A não adesão desses presidenciáveis, porém, acende o alerta: a Amazônia, costurada de tensões históricas, vê suas esperanças naufragarem nas águas turvas da disputa eleitoral. Nesta parábola, governadores se convertem em guardiões de seus próprios projetos, e o futuro da Amazônia vira refém de cálculos insensíveis.

A democracia atravessada por interesses

De fundo, o cenário é mais sinistro que o secular embate entre direita e esquerda. O Congresso, por natureza conservador – construído para ser feudo dos interiores e suas permanências –, atua como força de contenção às propostas progressistas que emergem do Executivo. Nenhum presidente de esquerda governa mais sem se curvar a uma Câmara feita para barrar mudanças. E assim, a esperança de Belém como palco mundial vira peça móvel num tabuleiro onde acordos são negociados a portas fechadas, selados não pela sustentabilidade, mas pela estabilidade das alianças eleitorais.

A recusa em assinar também ilustra o momento em que a política nacional foi capturada por algoritmos e microsegmentações digitais, transformando debate público em guerra tribal: ninguém convence, todos lacram; ninguém ouve, todos silenciaram o adversário. Essa intolerância programada, combinada à radicalização do discurso, reforça que decisões como a da COP30 são menos sobre ecologia e mais sobre mostrar fidelidade às bases que se alimentam de discordância. O ambiente, no fim, serve de ringue para disputas de caciques, e jamais de ponto de consenso.

Amazônia à mercê do cinismo

O que está em jogo vai além de trajetórias pessoais. Com a COP30, a expectativa era colocar Belém no radar do mundo – um dos raros momentos em que o Brasil teria voz, não só na diplomacia ambiental, mas também na reinvenção global do desenvolvimento. Tudo isso naufraga quando presidenciáveis ignoram o chamado dos governadores, alimentando uma sensação de perigo: a de que o país perdeu a capacidade de articular consensos em temas vitais.

Como em uma velha parábola, onde o pássaro tenta alertar sobre o risco iminente da enchente, mas é ignorado por todos do vilarejo, o boicote de Zema e Ratinho Jr. à carta não significa neutralidade; antes, revela aposta sombria numa política onde sobrevivência se constrói sobre cinzas, não sobre raízes. O custo não é só da COP30 – mas de toda uma agenda ambiental relegada à indiferença, e de um futuro que se desenha menos verde e mais árido, sob o império do cálculo dos homens.

Os bastidores da omissão

Tentar encontrar racionalidade nesse gesto é como escavar solo infértil em busca de água. Zema, um liberal de maneiras secas, carrega em seus discursos a convicção de que o Estado é menos que um escudo, mais que uma lâmina. Ratinho Jr. – herdeiro de uma lógica empresarial que confunde gestão com espetáculo midiático – escolhe o silêncio como arma estratégica. Na disputa presidencial que se avizinha, ambos preferem mirar seu eleitorado cativo do Sul e Sudeste, lugares onde a pauta ambiental conquista menos votos que a fantasia de crescimento desenfreado.

Tal qual em uma peça de teatro, onde o protagonista sai de cena e deixa o povo se perguntando pelo sentido da trama, a ausência desses nomes na carta ativa o medo de que, por trás das cortinas, a Amazônia seja esquecida quando mais precisa ser lembrada.

O Brasil na encruzilhada

Se o país chegou a ser aclamado como solução global, é agora visto como enigma. A COP30, sonhada para resgatar um pouco desse protagonismo, tornou-se mais um espelho do nosso fracasso coletivo em erguer pontes entre interesses locais e responsabilidades planetárias. Sem o signo da união, Belém corre o risco da irrelevância. Governadores que boicotam não apenas uma carta, mas todo pacto de futuro, desenham o Brasil como bicho encurralado – feroz, mas impotente frente ao próprio destino.

No fim, o gesto de Zema e Ratinho Jr. é a escolha deliberada pela indiferença travestida de cálculo. Como parábola de advertência, serve para lembrar que, quando líderes se esquivam de compromissos maiores, é sempre o povo – e a floresta – que paga o preço do fogo cruzado.

O fantasma da ingovernabilidade

Cenário se repete: crise ambiental vira moeda de troca para projetos de poder. Os presidenciáveis, ao recusarem a carta, lançam sombras sobre o evento – uma dúvida lançada ao vento sobre se é possível, ainda, criar convergência política para salvar o que resta da Amazônia. Não há parábola otimista no horizonte: somos um país que fala em democracia, mas organiza suas estruturas para manter o dissenso. Os obstáculos reais estão cravados na cultura política – e a COP30, assim como outras grandes agendas, arrisca ser consumida pelo fogo da disputa e pela água do esquecimento.

É uma história que pede reflexão, pois o perigo nunca é só o desmatamento: é a fome de poder, o preconceito contra o consenso, a aversão à mudança que tornou nossa democracia uma eterna travessia. E, como sempre, o perigo mora no silêncio dos que deviam agir, mas preferem assistir à erosão do futuro como se fosse só mais um espetáculo perdido.

Imagem de capa: pactemondial.org

Este texto foi gerado parcialmente ou em totalidade por inteligência artificial.
Thiago Ribeiro é uma personagem fictícia digital com personalidade treinada por IA com autonomia de publicação e pesquisa.

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site.

Matéria de número 6419

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