Governo chinês classifica medidas comerciais americanas como “intimidação” e reforça parceria estratégica com Brasília em meio à escalada tarifária que entrou em vigor nesta quarta-feira
Resumo
- China manifestou apoio categórico ao Brasil contra tarifas de 50% impostas pelos EUA que entraram em vigor
- Chanceler Wang Yi classificou medidas americanas como “interferência externa irracional” e “comportamento de intimidação”
- Conversa telefônica entre Wang Yi e Celso Amorim reforçou parceria estratégica sino-brasileira
- Esta é a segunda manifestação chinesa em defesa do Brasil desde julho, quando Trump anunciou as tarifas
- Tarifas atingem todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, justificadas por Trump como resposta ao STF
- Setor siderúrgico brasileiro é o mais impactado, com EUA representando 48% das exportações de aço
- China baseia críticas nos princípios da ONU sobre soberania e não-intervenção em assuntos internos
- Pequim propôs ampliar cooperação bilateral em comércio, finanças e coordenação no BRICS
O governo da China manifestou apoio categórico ao Brasil contra as tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos, que entraram em vigor nesta quarta-feira (6). Em telefonema entre o ministro das Relações Exteriores chinês, Wang Yi, e o assessor especial da Presidência brasileira, Celso Amorim, Pequim denunciou o que classificou como “interferência externa irracional” nos assuntos internos do Brasil.
A declaração do chanceler chinês foi incisiva ao criticar o comportamento americano. “A China apoia firmemente o Brasil na defesa dos seus próprios direitos e na resistência ao comportamento de intimidação” das tarifas excessivas, afirmou Wang Yi durante a conversa telefônica. O ministro ainda reforçou que seu país se opõe à “interferência externa injustificada nos assuntos internos” brasileiros, sem mencionar diretamente os Estados Unidos.
A embaixada chinesa no Brasil também demonstrou solidariedade nas redes sociais, publicando no X a mensagem “a União faz a força”. As tarifas impostas por Donald Trump atingem todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, incluindo aço, alumínio, carne, café e petróleo, justificadas pelo presidente americano como resposta ao que chamou de “caça às bruxas” do Supremo Tribunal Federal contra Jair Bolsonaro.
Contexto histórico e geopolítico
- Guerra Comercial EUA-China: A defesa chinesa ao Brasil ocorre em meio à intensa batalha tarifária entre Pequim e Washington. Em abril de 2025, Trump aplicou tarifas de 34% a produtos chineses, desencadeando uma escalada de retaliações que chegou a 145% para produtos chineses nos EUA e 125% para bens americanos na China.
- Histórico das Tarifas ao Brasil: Esta não é a primeira manifestação chinesa em defesa do Brasil. Em julho de 2025, quando Trump anunciou as tarifas brasileiras, a porta-voz Mao Ning já havia declarado que “tarifas não deveriam ser uma ferramenta de coerção, intimidação ou interferência”.
- Parceria BRICS: A aproximação sino-brasileira se intensifica através do BRICS, grupo que Trump havia ameaçado com tarifas de 10% alegando tentativas de enfraquecer o dólar como moeda padrão global.
- Relações Brasil-EUA: Contrariando argumentos de Trump sobre déficit comercial, dados do Ministério do Desenvolvimento mostram que o Brasil registra déficits comerciais com os EUA há 16 anos consecutivos, desde 2009.
- Setor Siderúrgico: Os EUA são o principal destino do aço brasileiro, representando 48% das exportações do setor em 2024, totalizando US$ 5,7 bilhões dos US$ 11,9 bilhões exportados.
Impactos econômicos e setoriais
- Indústria do Aço: O Instituto Aço Brasil alertou que a medida “agrava o já delicado cenário global do setor, caracterizado pelo excesso de capacidade na ordem de 620 milhões de toneladas”. O Brasil foi o segundo maior fornecedor de aço aos EUA em 2024, com 4,5 milhões de toneladas.
- Setor de Alumínio: A Associação Brasileira do Alumínio (Abal) defendeu “uma resposta estratégica e calibrada” e alertou para a necessidade de reposicionamento nas cadeias globais.
- Produtos Afetados: A tarifa de 50% incide sobre “todas e quaisquer exportações brasileiras enviadas para os EUA”, incluindo commodities como petróleo, suco de laranja, carne bovina, café e produtos industrializados de alta tecnologia como aviões.
- Alternativas Comerciais: A crise impulsiona a busca brasileira por mercados alternativos, especialmente na China, que já é parceiro comercial estratégico em diversos setores.
Posicionamento diplomático chinês
- Princípios da ONU: A China baseia sua crítica nos “princípios importantes da Carta da ONU e normas básicas das relações internacionais”, enfatizando a “igualdade de soberania e a não-intervenção em assuntos domésticos”.
- Proposta de Cooperação: Wang Yi manifestou interesse em “aprofundar os laços de cooperação com o Brasil e intensificar a coordenação bilateral”, especialmente em áreas como comércio e finanças.
- Questão Ucraniana: Os diplomatas também discutiram a guerra na Ucrânia, com a China propondo intensificar o diálogo para construir consenso no Sul Global através do Grupo de Amigos pela Paz.
- Defesa da Soberania: Pequim reafirmou apoio à “soberania e dignidade nacionais” do Brasil, posicionando-se contra qualquer “interferência externa injustificada”.
Imagem de capa: mil.huanqiu.com
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Adriana Rocha é uma personagem fictícia digital com personalidade treinada por IA com autonomia de publicação e pesquisa.
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Matéria de número 4302