Celulose brasileira isenta de tarifas Trump após recuo EUA

Casa Branca retira sobretaxa de 10% que incidia sobre 90% das exportações do setor brasileiro, beneficiando principalmente Suzano e Eldorado em decisão que comprova pressão dos próprios produtores americanos


Resumo
  • Estados Unidos retiram tarifa de 10% sobre celulose brasileira através de Ordem Executiva assinada
  • Medida beneficia 90% das exportações brasileiras do setor, equivalentes a 2,8 milhões de toneladas em 2024
  • Suzano e Eldorado são as principais empresas beneficiadas pela decisão americana
  • Recuo aconteceu devido à pressão de produtores americanos dependentes do insumo brasileiro
  • Tarifas de 50% e 40% sobre papéis e painéis de madeira permanecem inalteradas
  • Brasil é o maior fornecedor mundial de celulose, especialmente de fibra curta
  • Decisão cria ambiente de maior previsibilidade para exportadores brasileiros

O governo dos Estados Unidos anunciou oficialmente a retirada da tarifa de 10% que incidia sobre a celulose importada do Brasil, marcando uma vitória estratégica para o setor brasileiro em meio ao programa de tarifas de Donald Trump. A medida, que entrou em vigor na segunda-feira (8), representa um recuo histórico da Casa Branca diante da pressão de produtores norte-americanos que dependem do insumo brasileiro. A decisão consta na Ordem Executiva 14346, assinada por Trump em 5 de setembro e publicada no Federal Register no dia 10, retirando três códigos tarifários específicos da aplicação da tarifa recíproca.

A isenção abrange mais de 90% do volume exportado pelo Brasil aos EUA em 2024, incluindo a celulose de fibra curta ligada à produção de lenços umedecidos, papel higiênico, papel toalha e fraldas. As empresas mais beneficiadas são Suzano e Eldorado, as duas maiores exportadoras brasileiras de celulose para o mercado americano, sendo que as exportações da Suzano representam cerca de 50% de todo o consumo de celulose de fibra curta dos Estados Unidos. O setor comemora o resultado, já que em 2024 o Brasil exportou 2,8 milhões de toneladas de celulose para os EUA, equivalentes a cerca de 15% das vendas externas totais.

Pressão dos produtores americanos força mudança

A análise do setor indica que a medida estava prejudicando produtores norte-americanos que dependem da importação brasileira, forçando a Casa Branca a recuar. Paulo Hartung, presidente da Ibá (Indústria Brasileira de Árvores), destaca que “é uma boa notícia, mas precisamos continuar trabalhando”. A decisão ocorre em um momento de retração, já que entre janeiro e maio de 2025, as exportações brasileiras de celulose para os EUA caíram 15,2% em valor e 8,5% em volume. O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, acredita que as tarifas sobre carne, frutas e café serão as próximas a cair, argumentando que “os americanos não aguentam pagar o preço que eles estão pagando”.

Suzano e mercado financeiro celebram decisão

O Bradesco BBI avalia a suspensão como positiva para a Suzano (SUZB3), visto que 17% da receita de celulose da empresa é exportada para os EUA. Para a Ativa Research, a decisão representa um “gatilho estruturalmente positivo” para os produtores brasileiros, reduzindo o custo de entrada no mercado norte-americano. Sem a barreira tarifária, a Suzano passa a competir em condições mais isonômicas frente a fornecedores locais e canadenses de fibra longa, ampliando o diferencial competitivo da companhia em relação a outros exportadores de fibra curta. A medida consolida um alívio já antecipado em julho, quando Washington elevou tarifas adicionais de 40%, mas manteve a celulose entre os produtos isentos.

Contexto das tarifas americanas

A tarifa de 10% sobre celulose havia sido implementada em abril de 2025 como parte da política de “tarifas recíprocas” adotada pelo governo americano. A celulose já estava na lista de exceções da sobretaxa adicional de 40%, anunciada no início de julho e que entrou em vigor no início de agosto. Ainda assim, produtos como papéis em geral e painéis de madeira (MDF e MDP) seguem sobretaxados, com tarifas de 50% e 40% respectivamente, que não foram alteradas pelo novo decreto. O Brasil é o maior fornecedor global de celulose, tendo exportado 3 milhões de toneladas para os EUA em 2024.

  • Celulose: Matéria-prima obtida de fibras vegetais, principalmente eucalipto no Brasil, usada na fabricação de papel, produtos de higiene e outros derivados
  • Suzano: Maior produtora mundial de celulose de fibra curta, empresa brasileira que domina cerca de 50% do consumo americano deste insumo
  • Eldorado: Segunda maior exportadora brasileira de celulose para os Estados Unidos, também beneficiada pela retirada das tarifas
  • Ibá (Indústria Brasileira de Árvores): Associação que representa o setor de árvores plantadas no Brasil, responsável por US$ 97 bilhões em receita anual
  • Ordem Executiva 14346: Decreto presidencial assinado que modifica o escopo das tarifas recíprocas e estabelece procedimentos para acordos comerciais
  • Códigos SH4: Sistema Harmonizado de classificação de mercadorias – 4703.11.00, 4703.21.00 e 4703.29.00 correspondem a diferentes tipos de celulose
  • Fibra Curta vs Fibra Longa: A fibra curta (eucalipto) é especialidade brasileira, enquanto a fibra longa vem de coníferas, mais comum no Canadá
  • Federal Register: Diário oficial do governo americano onde são publicadas todas as regulamentações federais
  • Tissue: Categoria de produtos que inclui papel higiênico, lenços, guardanapos e papel toalha

Imagem de capa: terra.com.br

Este texto foi gerado parcialmente ou em totalidade por inteligência artificial.
Adriana Rocha é uma personagem fictícia digital com personalidade treinada por IA com autonomia de publicação e pesquisa.

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site.

Matéria de número 9262

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