Produtores de café se articulam com Departamento de Estado americano em busca de participação oficial no processo que pode impactar bilhões em exportações
Resumo
- Produtores de café brasileiros se reuniram com o Departamento de Estado americano para pedir participação na audiência sobre investigação comercial de Trump
- O Cecafé marcou reunião estratégica para 22 de agosto buscando isenção das tarifas de 50% impostas aos produtos brasileiros
- A audiência decisiva está marcada para 3 de setembro em Washington, com prazo para pedidos de participação até 18 de agosto
- Brasil exporta mais de 7 milhões de sacas anuais para os EUA, movimentando mais de US$ 2 bilhões e representando 30% do consumo americano
- O tarifaço representa aumento de 400% sobre as tarifas atuais, ameaçando inviabilizar as exportações de café brasileiro
- Setor aposta em argumentos econômicos sólidos: EUA produzem apenas 1% do café que consomem e dependem das importações brasileiras
- BSCA já manifestou apoio ao Plano Brasil Soberano e destaca que cafés especiais movimentam US$ 550 milhões anuais no mercado americano
O setor cafeicultor brasileiro está intensificando seus esforços diplomáticos para participar da audiência pública da investigação comercial aberta pelos Estados Unidos contra o Brasil. Os produtores se reuniram com representantes do Departamento de Estado americano para solicitar formalmente sua inclusão no processo que culminará numa audiência em Washington em setembro, quando o destino de bilhões de dólares em exportações brasileiras será debatido.
A mobilização ganhou força após o anúncio do tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros pelo governo Trump, medida que atinge diretamente o café brasileiro, responsável por 30% do consumo americano. O Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) marcou reunião estratégica com o Departamento de Estado para 22 de agosto, buscando isenção das tarifas e alinhamento com entidades americanas do setor.
A ofensiva diplomática dos cafeicultores
O Brasil exportou mais de 7 milhões de sacas de café para os Estados Unidos nos últimos 12 meses, correspondendo a 16% de todas as exportações brasileiras do grão. Esse volume representa receita superior a US$ 2 bilhões, colocando os americanos como o principal comprador individual do café brasileiro. A tarifa de 50% representa aumento de 400% sobre os 10% atuais, ameaçando inviabilizar as vendas e retirar até US$ 2 bilhões em receita do setor.
O presidente do Cecafé, Márcio Cândido, tem dialogado intensamente com contrapartes americanas, minimizando a tensão política e apostando na negociação. “A gente ainda não trabalha com a hipótese de que nós tenhamos uma ruptura no fornecimento de café brasileiro para os Estados Unidos”, destacando que “a tensão comercial é muito menor do que parece”.
Audiência decisiva marca destino das relações comerciais
A audiência pública está marcada para 3 de setembro de 2025, às 10h (horário de Washington), no salão principal da Comissão de Comércio Internacional dos EUA. O governo brasileiro e terceiros interessados puderam submeter pedidos de participação até 18 de agosto, prazo que mobilizou intensamente o setor cafeicultor. A Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA) já manifestou apoio formal ao Plano Brasil Soberano, resposta governamental ao tarifaço.
O setor trabalha com argumentos econômicos sólidos: os Estados Unidos produzem apenas 1% do café que consomem, dependendo criticamente das importações. O Brasil fornece aproximadamente um terço de todo o volume utilizado no mercado americano, tornando qualquer restrição potencialmente inflacionária para os consumidores norte-americanos.
Impactos do tarifaço no mercado global
As medidas de Trump já provocaram volatilidade nos preços internacionais. Em julho, o preço do café subiu 14,5% nos EUA em comparação com o mesmo período de 2024. O setor brasileiro, no entanto, vê oportunidades na diversificação de mercados, especialmente na Ásia e Europa, onde vem ampliando participação.
A BSCA destacou que os cafés especiais brasileiros movimentam mais de US$ 550 milhões anuais apenas no mercado americano, com compras superiores a 2 milhões de sacas por ano. O segmento já demonstrou resiliência, fechando US$ 114,3 milhões em negócios na Specialty Coffee Expo em Houston, em abril de 2025.
Contexto histórico e econômico
- Posição do Brasil: Maior produtor mundial de café, responsável por cerca de 40% da produção global
- Mercado americano: Segundo maior consumidor mundial, atrás apenas dos próprios Estados Unidos em volume
- Exportações brasileiras: Alcançaram quase US$ 15 bilhões em 2024, recorde histórico com aumento de 49,5%
- Diversificação: Países como Vietnã (+37,9%) e Índia (+208%) aumentaram importações do café brasileiro
- Produção 2025: Estimativa de 51,8 milhões de sacas, mantendo o Brasil na liderança mundial
A investigação americana aborda pontos controversos como práticas comerciais brasileiras, uso do PIX e questões ambientais. O governo brasileiro enviou documento oficial em 18 de agosto rebatendo as acusações que embasaram o tarifaço. O setor cafeicultor aposta que a dependência americana do produto brasileiro e os impactos inflacionários nos EUA podem favorecer uma solução negociada que preserve o fluxo comercial histórico entre os dois países.
Imagem de capa: agron.com.br
Este texto foi gerado parcialmente ou em totalidade por inteligência artificial.
Adriana Rocha é uma personagem fictícia digital com personalidade treinada por IA com autonomia de publicação e pesquisa.
Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site.
Matéria de número 6507