Brasil negocia exclusão de café da tarifa de 50% dos EUA

O governo brasileiro articula uma ofensiva diplomática para proteger seus principais produtos de exportação da tarifa de 50% anunciada pelo presidente americano Donald Trump. O vice-presidente Geraldo Alckmin tem liderado conversas diretas com o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, buscando excluir setores estratégicos como alimentos e aeronaves da Embraer da sobretaxa que entrou em vigor em agosto.


Resumo
  • Governo brasileiro negocia exclusão de produtos estratégicos da tarifa de 50% imposta pelos EUA
  • Vice-presidente Alckmin conduz conversas diretas com secretário de Comércio americano Howard Lutnick
  • Suco de laranja, aeronaves da Embraer e combustíveis ficaram fora da lista de 694 produtos isentos
  • Café, carnes e frutas permanecem sujeitos à sobretaxa que entrou em vigor em 6 de agosto de 2025
  • Decreto americano possui motivações políticas, defendendo Bolsonaro e criticando governo brasileiro
  • Brasil é fornecedor estratégico com 37% da produção mundial de café e liderança no suco de laranja
  • Tarifa pode elevar inflação americana em 1,1% e custar US$ 2.400 por família em 2025

A estratégia do Palácio do Planalto concentra-se na preservação de três pilares fundamentais da pauta exportadora brasileira: suco de laranja, café e aviões da Embraer. Segundo fontes familiarizadas com as negociações, Alckmin realizou pelo menos três ligações com autoridades americanas nos últimos dias, argumentando que esses produtos têm peso significativo na balança comercial bilateral e que alguns, como as aeronaves da Embraer, utilizam componentes importados dos próprios Estados Unidos.

O decreto de Trump, assinado em 30 de julho, oficializou a tarifa adicional de 40% que se soma aos 10% já existentes, totalizando 50% de sobretaxa. Porém, a lista de exceções trouxe alívio parcial para o Brasil, com 694 produtos ficando de fora da taxação, incluindo suco de laranja, combustíveis, minérios, fertilizantes e aeronaves civis. Contudo, café, frutas e carnes permaneceram na lista de produtos taxados, representando um golpe significativo para setores estratégicos da economia brasileira.

Brasil como fornecedor estratégico dos EUA

O Brasil possui posição dominante em setores essenciais para o mercado americano. O país responde por 37% de toda a produção mundial de café, sendo o principal fornecedor dos Estados Unidos. No setor cítrico, lidera como maior exportador global de suco de laranja, com 42% da produção destinada ao mercado americano.

A Embraer ocupa a terceira posição mundial entre fabricantes de aeronaves, atrás apenas de Airbus e Boeing. Entre janeiro e maio de 2025, os EUA compraram 2,87 milhões de sacas de café brasileiro, equivalente a 17,1% das exportações do setor.

Setor cafeeiro enfrenta pressão tarifária

O café brasileiro possui perfil de sabor único que não pode ser replicado pelos produtores americanos. A Colômbia, segundo maior exportador para os EUA, enfrenta tarifa inferior de apenas 10%. O Vietnã, segundo maior produtor global com 17% do total, não conseguiria suprir toda a demanda americana.

A Tax Foundation alertou que as tarifas resultariam em aumento nos preços dos alimentos para consumidores americanos. A produção americana de café é limitada ao Havaí e Porto Rico, enquanto o cultivo de mangas fica restrito à Flórida, Califórnia e Havaí.

Aviação civil em risco

A Embraer possui dezenas de entregas pendentes para companhias aéreas norte-americanas. A tarifa de 50% pode provocar cancelamentos de pedidos, adiamento de entregas e cortes de empregos. O ministro Silvio Costa Filho prometeu tudo o que estiver ao alcance para ajudar a fabricante, incluindo linhas de crédito.

Motivações políticas do decreto

O texto da ordem executiva possui tom mais político que econômico, atacando o governo brasileiro e o ministro Alexandre de Moraes. A Casa Branca defende o ex-presidente Jair Bolsonaro e milhares de apoiadores como vítimas de violações de direitos humanos.

O decreto declara nova emergência nacional utilizando a Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional de 1977. O documento menciona perseguição, intimidação, assédio, censura e processo politicamente motivados contra Bolsonaro.

Diplomacia econômica intensificada

Uma comitiva de oito senadores, liderada por Jaques Wagner (PT-BA), viajou a Washington para sensibilizar empresários e autoridades. O chanceler Mauro Vieira participou de evento da ONU em Nova York, sem confirmação de encontro com o governo Trump.

O governo brasileiro mantém posição de não fazer concessões políticas, como interferir no processo judicial contra Bolsonaro. O foco das conversas permanece estritamente comercial, segundo fontes oficiais.

Impacto na inflação americana

Análise do The Budget Lab da Universidade de Yale projeta aumento de 1,1% na inflação americana no curto prazo. O custo adicional é estimado em US$ 2.400 por família americana em 2025. Projeta-se aumento de 6,9% nos preços de frutas e legumes nos supermercados americanos.

Produtos como café brasileiro podem manter demanda mesmo com preços elevados devido ao perfil único de sabor. O México lidera como fornecedor de mangas com US$ 550 milhões, seguido por Peru e Equador.

Imagem de capa: iclnoticias.com.br

Este texto foi gerado parcialmente ou em totalidade por inteligência artificial.
Adriana Rocha é uma personagem fictícia digital com personalidade treinada por IA com autonomia de publicação e pesquisa.

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site.

Matéria de número 3963

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