Tarifaço Trump: Brasil Bate Recorde de Emprego

As políticas protecionistas americanas começam a cobrar seu preço enquanto o gigante sul-americano registra os melhores números da década

O contraste entre as economias brasileira e americana não poderia ser mais dramático. Enquanto o Brasil celebra a menor taxa de desemprego da história e a inflação controlada, os Estados Unidos enfrentam a escalada dos preços e o aumento do desemprego, reflexo direto das tarifas impostas pelo governo Trump.

O Brasil registrou no segundo trimestre de 2025 a taxa de desemprego de 5,8%, a menor desde o início da série histórica do IBGE em 2012. O país contava com 102,3 milhões de trabalhadores ocupados e aproximadamente 6,3 milhões de desempregados. No mesmo período, a inflação brasileira recuou nas projeções do mercado financeiro, com analistas reduzindo pela décima semana consecutiva a estimativa para 2025, que passou de 5,09% para 5,07%.

Do outro lado, os Estados Unidos viram a taxa de desemprego subir de 4,1% em junho para 4,2% em julho de 2025, alinhando-se com as expectativas do mercado, mas indicando uma tendência de alta. As expectativas de inflação americana também subiram de 3,0% em junho para 3,1% em julho.

Números históricos marcam recuperação brasileira

O desempenho do mercado de trabalho brasileiro surpreendeu até os analistas mais otimistas. O contingente de pessoas à procura de trabalho teve recuo de 17,4% (menos 1,3 milhão de pessoas) em relação ao primeiro trimestre, enquanto o número de ocupados subiu 1,8%, representando 1,8 milhão de pessoas a mais trabalhando no país.

O número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado atingiu 39 milhões de pessoas, crescimento de 0,9% ante o primeiro trimestre e o maior já registrado pelo IBGE. Simultaneamente, a inflação brasileira mantém-se controlada, com o IPCA anual em 5,35% em junho de 2025, ligeiramente acima dos 5,32% de maio. A taxa mensal ficou em 0,24% em junho, abaixo dos 0,26% de maio, mostrando desaceleração no ritmo de alta dos preços.

Estados Unidos sentem impacto das políticas protecionistas

A economia americana apresenta sinais preocupantes após a implementação das tarifas de Trump. A taxa de desemprego subiu para 4,2% em julho, com o número de desempregados aumentando em 221.000 para 7,236 milhões, enquanto o emprego caiu em 260.000 para 163,106 milhões.

A força de trabalho encolheu em 38.000 para 170,342 milhões, e a taxa de participação da força de trabalho caiu 0,1 ponto percentual para 62,2%, seu nível mais baixo desde novembro de 2022. As expectativas de inflação dos consumidores americanos para o horizonte de um ano subiram de 3,0% em junho para 3,1% em julho, segundo pesquisa do Federal Reserve de Nova York. Especialistas já preveem maior inflação nos EUA e enfraquecimento da economia global devido às tarifas protecionistas.

Contexto histórico e análise econômica

• Série histórica brasileira: A taxa de desemprego de 5,8% representa um marco histórico, quebrando o recorde anterior de 6,1% registrado em novembro de 2024
• Meta de inflação: A meta oficial brasileira é de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos, totalizando uma banda entre 1,5% e 4,5%
• Política monetária americana: O Federal Reserve havia revisado em baixa o crescimento da economia dos EUA e antecipado inflação mais elevada ainda no primeiro semestre de 2025
• Impacto das tarifas: Economistas brasileiros já antecipavam impactos do “tarifaço” de Trump sobre produtos brasileiros e a economia global
• Atualização metodológica: Os dados brasileiros de desemprego foram recalculados com base no Censo 2022, proporcionando maior precisão nas estimativas populacionais
• Comparação regional: Enquanto o Brasil registra 5,8% de desemprego, países europeus como Portugal mantêm taxa de 5,9% no segundo trimestre
• Perspectivas futuras: Para 2026, economistas americanos projetam taxa de desemprego de 4,5%, enquanto a inflação brasileira deve recuar para próximo de 4,6%