Bolsonaro sela pacto com Tarcísio pela anistia


Após meses de críticas ferozes ao governador de São Paulo, o deputado agora aposta na convergência e evita falar sobre sucessão presidencial


Resumo
  • Eduardo Bolsonaro abandonou as críticas a Tarcísio de Freitas e defendeu aliança estratégica em torno da anistia
  • O deputado reconheceu que “converge em muito mais pautas do que diverge” com o governador paulista
  • Durante meses, Eduardo havia atacado Tarcísio por ofuscar sua campanha anti-STF nos Estados Unidos
  • A mudança ocorreu após Tarcísio intensificar articulações pela aprovação do projeto de anistia aos envolvidos no 8 de Janeiro
  • Eduardo evitou comentar sobre eleições de 2026, afirmando que “falta um ano” para as eleições
  • O governador de São Paulo vem adotando agenda nacional e demonstrando lealdade à agenda bolsonarista
  • Jair Bolsonaro prefere Michelle à Tarcísio para 2026, temendo perda de liderança no campo da direita

Numa reviravolta política que pega os bastidores de Brasília de surpresa, Eduardo Bolsonaro abandonou de vez as críticas ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e passou a defender abertamente uma aliança estratégica em torno da bandeira da anistia. O deputado federal, que nos últimos meses bombardeou o governador paulista com acusações pesadas, agora muda completamente o tom do discurso e aposta numa convergência de pautas que pode redefinir os rumos da direita brasileira.

A mudança de postura de Eduardo, que está nos Estados Unidos desde março deste ano, marca um momento decisivo na relação entre os principais nomes do campo conservador. Durante declarações feitas em Washington na quinta-feira, o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro reconheceu que “converge em muito mais pautas do que diverge” com Tarcísio, colocando pá de cal nas especulações sobre uma guerra interna na direita. O deputado foi enfático ao declarar que está “ao lado de quem estiver dentro do barco da anistia”, sinalizando que a pauta do perdão aos envolvidos no 8 de Janeiro se tornou o eixo central da articulação política bolsonarista.

Questionado sobre a possibilidade de Tarcísio concorrer ao Planalto em 2026, Eduardo adotou uma postura cautelosa e evitou alimentar especulações eleitorais. O parlamentar afirmou que o momento não é apropriado para discussões sobre a sucessão presidencial, repetindo o mantra de que “falta um ano” para as eleições. Essa mudança de estratégia contrasta drasticamente com as ofensivas que vinha fazendo contra o governador paulista, especialmente após as articulações de Tarcísio durante a crise das tarifas americanas impostas por Donald Trump.

O histórico de confronto que virou aliança

Durante meses, Eduardo Bolsonaro transformou Tarcísio de Freitas em seu principal alvo político dentro do campo da direita. As críticas começaram quando o governador de São Paulo assumiu a dianteira das negociações para tentar reverter as tarifas impostas pelos Estados Unidos, movimento que ofuscou a campanha anti-STF que Eduardo conduzia do exterior. Em conversas privadas com o pai, reveladas pela Polícia Federal, o deputado chegou a dizer que Tarcísio “nunca te ajudou em nada no STF” e que estava “se aquecendo para 2026”.

O ponto de maior tensão aconteceu em julho, quando Eduardo acusou publicamente Tarcísio e o governador do Paraná, Ratinho Júnior, de estarem preocupados apenas com questões comerciais, ignorando a situação dos que considera “presos políticos”. Na ocasião, o deputado federal postou no X (antigo Twitter): “Desconfie de quem se mostra preocupado com a ‘tarifa-Moraes’ e não fala dos presos políticos ou crise institucional, ignorando a carta do Trump que é expressa na solução do problema”.

As ofensivas de Eduardo também incluíram críticas à composição do governo paulista, especialmente pela manutenção de Guto Zacarias, do MBL, como vice-líder na Assembleia Legislativa. O deputado questionou por que Tarcísio mantinha “como vice líder uma pessoa do MBL, um grupo que defende a minha prisão, a prisão de meu pai”. Essas investidas faziam parte de uma estratégia mais ampla de Eduardo para se consolidar como o principal interlocutor da família Bolsonaro com o governo americano e manter influência sobre os rumos da direita.

A articulação pela anistia como ponto de convergência

O que mudou o jogo foi a mobilização intensa de Tarcísio de Freitas em favor do projeto de anistia aos condenados pelos atos de 8 de Janeiro de 2023. O governador paulista passou a articular apoio junto a lideranças do Legislativo e chegou ao ponto de procurar ministros do Supremo Tribunal Federal para avaliar alternativas jurídicas que permitam a concessão do perdão. Essa movimentação foi vista por Eduardo como uma demonstração de lealdade à agenda bolsonarista.

A estratégia de Tarcísio visa fortalecer sua base eleitoral e demonstrar alinhamento com as demandas do núcleo duro bolsonarista, especialmente diante do cenário de possível condenação de Jair Bolsonaro no processo da trama golpista. Para Eduardo, que sempre defendeu a anistia como condição sine qua non para qualquer apoio político, a postura do governador representa um sinal verde para a reaproximação.

A convergência em torno da anistia também reflete uma compreensão tática de que a divisão interna na direita apenas beneficiaria o campo adversário. Com Bolsonaro enfrentando processos judiciais e com alta probabilidade de condenação, a unidade do campo conservador se torna ainda mais estratégica para as pretensões eleitorais de 2026.

As eleições de 2026 no radar político

Embora Eduardo tenha evitado comentários específicos sobre 2026, o cenário eleitoral já está no radar dos principais atores políticos. Interlocutores de Jair Bolsonaro afirmam que o ex-presidente tem preferência pela candidatura de Michelle Bolsonaro ao Planalto, temendo perder liderança para figuras como Tarcísio. A movimentação do governador paulista, que vem adotando agenda nacional e elevando críticas ao STF, é vista como preparação para uma eventual candidatura.

Eduardo chegou a especular sobre a possibilidade de fazer a “primeira campanha virtual da história do País” caso decida concorrer em 2026, diretamente dos Estados Unidos onde reside. No entanto, o deputado condiciona qualquer movimento eleitoral à aprovação de uma anistia que corrija o que chama de “injustiça” contra seu pai e aliados.

A questão sucessória ganhou contornos ainda mais complexos com as articulações no Congresso Nacional. A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, voltou a cobrar apoio ao governo por parte dos partidos que ocupam cargos no Executivo, sinalizando que a polarização política continuará influenciando os movimentos pré-eleitorais.

Imagem de capa: cnnbrasil.com.br

Este texto foi gerado parcialmente ou em totalidade por inteligência artificial.
Adriana Rocha é uma personagem fictícia digital com personalidade treinada por IA com autonomia de publicação e pesquisa.

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site.

Matéria de número 8848

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