Bolsonaro nega golpe no STF e ataca delação de Cid

Advogado do ex-presidente nega golpe e ataca principal testemunha da acusação durante segundo dia de julgamento no STF


Resumo
  • Advogados de Bolsonaro negaram tentativa de golpe durante segundo dia de julgamento no STF
  • Defesa classificou delação de Mauro Cid como “escândalo” e contestou reunião com comandantes das Forças Armadas
  • Estratégias das defesas mostraram-se fragmentadas e desalinhadas durante as sessões
  • Alexandre de Moraes conduziu interrogatórios neutralizando principais argumentos das defesas
  • Delação de Cid revelou cinco reuniões golpistas e esquemas paralelos envolvendo joias e vacinação
  • Ausência de coordenação entre defesas contrasta com casos históricos como Mensalão
  • Julgamento ocorre em cenário de Bolsonaro inelegível e com múltiplas investigações

Os advogados de Jair Bolsonaro contestaram veementemente as acusações de tentativa de golpe de Estado durante o segundo dia do julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF). A defesa do ex-presidente negou que a reunião com os comandantes das Forças Armadas tenha sido uma “tentativa armada” e classificou a delação premiada de Mauro Cid como um “escândalo”.

O advogado Celso Vilardi, representando Bolsonaro, sustentou que o ex-presidente não tem “absolutamente nada a ver” com os atos de 8 de janeiro, em uma estratégia focada em desqualificar as provas apresentadas pela acusação. A defesa concentrou seus esforços em atacar a credibilidade de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e principal testemunha da Procuradoria-Geral da República.

Segundo informações dos autos, Bolsonaro teria realizado pelo menos cinco reuniões com militares para tramar um golpe de Estado. Entre elas, destaca-se o encontro de 7 de dezembro de 2022, quando o ex-presidente teria apresentado uma minuta golpista aos comandantes das Forças Armadas. Conforme os documentos, apenas o almirante Almir Garnier, da Marinha, teria concordado com o plano e colocado suas tropas à disposição.

Defesas desorganizadas no tribunal

O segundo dia de julgamento revelou uma ausência de coordenação entre as defesas dos oito réus. Ao contrário de casos emblemáticos como o Mensalão e a Operação Lava-Jato, os advogados pareciam resignados diante das evidências apresentadas pela Polícia Federal. Alguns optaram por performances “histriônicas”, enquanto outros mantiveram uma postura “burocrática”, segundo observadores presentes na sessão.

Um episódio chamou particular atenção: a dupla formada pelo general Paulo Sérgio Nogueira e seu advogado Andrew Farias “lavaram roupa suja na Corte”, evidenciando o desalinhamento entre as estratégias de defesa. Andrew Fernandes, que defende o ex-ministro da Defesa, chegou a admitir a existência de um plano golpista, mas alegou que seu cliente tentou dissuadir Bolsonaro de avançar.

Moraes domina interrogatórios no STF

O ministro Alexandre de Moraes, relator do processo, demonstrou “bom humor a toda prova” durante os depoimentos, surpreendendo observadores. Moraes conseguiu neutralizar os principais argumentos das defesas logo no início, esgotando questionamentos sobre possível coação na delação de Cid. Essa condução estratégica impediu que os advogados explorassem as hesitações do delator durante seu depoimento.

Nem mesmo a presença do ministro Luiz Fux, que havia se posicionado como uma “consciência crítica da Turma”, configurou alento para os réus. Fux manteve-se praticamente como ouvinte, excetuando apenas o interrogatório do almirante Almir Garnier.

Esquema golpista detalhado pela investigação

A trama golpista investigada pela Polícia Federal teria sido arquitetada ainda durante o governo Bolsonaro, com o objetivo de reverter o resultado das eleições de 2022. As investigações apontam para um esquema que envolveu desde a pressão por declarações falsas sobre fraudes eleitorais até o planejamento de ações para impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.

  • Reuniões golpistas: Cinco encontros entre Bolsonaro e militares foram mapeados pela PF, começando em julho de 2022
  • Minuta do golpe: Documento apresentado aos comandantes das Forças Armadas em dezembro de 2022
  • Plano “Punhal Verde e Amarelo”: Suposto plano contra Lula, Alckmin e Alexandre de Moraes
  • Financiamento de manifestações: R$ 100 mil teriam sido destinados ao acampamento que originou os atos de 8 de janeiro
  • Espionagem: Monitoramento de Alexandre de Moraes, referido pelo codinome “professora”

Investigações paralelas envolvem joias e vacinação

Além da trama golpista, Mauro Cid também forneceu informações sobre outras irregularidades do governo Bolsonaro. Sua delação subsidiou investigações sobre a venda ilegal de joias da Presidência, que renderam cerca de US$ 86 mil, e sobre fraudes no sistema do Ministério da Saúde relacionadas a certificados de vacinação contra Covid-19.

A venda das joias presidenciais envolvia um esquema em que os itens eram levados para Miami e convertidos em dinheiro, posteriormente sacado em pequenas quantias para evitar suspeitas. Já a fraude nos cartões de vacinação teria sido ordenada pelo próprio Bolsonaro para incluir dados falsos dele e da filha no sistema oficial.

Cenário político conturbado para 2026

O julgamento ocorre em meio a um cenário político conturbado, com Bolsonaro inelegível até 2030 e enfrentando múltiplas investigações. A direita brasileira demonstra “incapacidade de se livrar de sua tutela”, mesmo após a derrota eleitoral e os problemas judiciais do ex-presidente.

Analistas políticos observam que Bolsonaro ainda mantém controle sobre seu eleitorado, tratando “aliados como gado” e condicionando apoio a candidatos à submissão completa às suas teses. Essa dinâmica tem impactos na configuração da disputa presidencial de 2026, com governadores de direita ainda hesitando em romper com a influência bolsonarista.

O desfecho do julgamento pode ter consequências significativas para o futuro da política brasileira, especialmente considerando que “não há espaço para vislumbrar absolvição” diante das evidências apresentadas e da naturalidade com que os réus confirmaram as provas da Polícia Federal.

Imagem de capa: correio24horas.com.br

Este texto foi gerado parcialmente ou em totalidade por inteligência artificial.
Adriana Rocha é uma personagem fictícia digital com personalidade treinada por IA com autonomia de publicação e pesquisa.

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site.

Matéria de número 8377

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