Amorim: Revogação de Vistos é Provocação de Trump

Ministro das Relações Exteriores classifica medida americana como ofensiva e confirma que governo reagirá diplomaticamente


Resumo
  • Celso Amorim classificou como “provocação” de Trump a revogação de vistos de autoridades brasileiras ligadas ao Mais Médicos
  • Marco Rubio revogou vistos de Mozart Sales (Ministério da Saúde) e Alberto Kleiman (coordenador da COP30) por suposta cumplicidade com “trabalho forçado” cubano
  • A medida integra escalada de tensões que já incluiu sanções contra oito ministros do STF em julho de 2025
  • O programa Mais Médicos funcionou entre 2013-2018 com médicos cubanos, sendo encerrado no governo Bolsonaro e relançado por Lula em 2023
  • Eduardo Bolsonaro comemorou a decisão americana, enquanto o governo brasileiro prepara resposta diplomática
  • As sanções estabelecem precedente preocupante para a soberania brasileira em políticas de saúde pública

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, classificou como uma “provocação” do governo Donald Trump ao Brasil a decisão americana de revogar vistos de autoridades brasileiras envolvidas no programa Mais Médicos. A medida, anunciada pelo secretário de Estado Marco Rubio, atingiu diretamente Mozart Júlio Tabosa Sales, atual secretário de Atenção Especializada à Saúde do Ministério da Saúde, e Alberto Kleiman, coordenador para a COP30 na Organização do Tratado de Cooperação Amazônica.

A revogação dos vistos representa mais um capítulo na escalada de tensões diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos desde o início do segundo mandato de Trump. O governo americano acusa os funcionários brasileiros de terem sido “cúmplices do esquema de exportação de trabalho forçado do regime cubano” através do programa Mais Médicos, que funcionou entre 2013 e 2018. Segundo o Departamento de Estado americano, os dois brasileiros “usaram a Opas como intermediária com a ditadura cubana para implementar o programa sem seguir os requisitos constitucionais brasileiros, driblando as sanções dos EUA a Cuba”.

Esta não é a primeira medida punitiva do governo Trump contra autoridades brasileiras. Em julho de 2025, já haviam sido suspensos os vistos de oito ministros do Supremo Tribunal Federal, incluindo Alexandre de Moraes, além do procurador-geral da República Paulo Gonet. A escalada demonstra uma estratégia coordenada de pressão sobre o Brasil, que tem sido vista como retaliação às políticas do governo Lula e às decisões do Judiciário brasileiro.

Contexto Histórico e Político

  • Programa Mais Médicos: Criado em 2013 pelo governo Dilma Rousseff para levar profissionais de medicina às periferias e interior do país, o programa contratou médicos cubanos através de parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). O Brasil pagava os salários ao governo cubano, que repassava apenas uma parte aos profissionais.
  • Fim da parceria cubana: A participação de médicos cubanos foi encerrada em 2018, após a eleição de Jair Bolsonaro, por iniciativa do próprio governo de Havana. No governo Bolsonaro, o programa foi renomeado para “Médicos pelo Brasil”.
  • Programa atual: Relançado em 2023 pelo governo Lula, o Mais Médicos conta hoje com cerca de 24,7 mil médicos atuando em 4,2 mil municípios, priorizando médicos brasileiros e estrangeiros habilitados no país.
  • Investigação americana: A investigação do governo Trump sobre a Opas e seu papel no programa começou já no primeiro mandato do republicano. Em 2020, o então secretário Mike Pompeo exigiu esclarecimentos da organização sobre o envio de médicos cubanos ao Brasil.
  • Marco Rubio: O atual secretário de Estado é descendente de cubanos e tem histórico de medidas contra o governo da ilha. Ele considera o programa Mais Médicos “um golpe diplomático inconcebível” e acusa a participação de médicos cubanos de ser “trabalho forçado”.
  • Reação de Bolsonaro: O deputado Eduardo Bolsonaro, que está nos EUA, comemorou a decisão de Rubio, afirmando que “a medida é também um recado inequívoco” de que autoridades brasileiras não estão imunes a consequências.
  • Tensões diplomáticas: As medidas fazem parte de um conjunto de ações do governo Trump contra o Brasil, incluindo tarifas sobre produtos brasileiros e aplicação da Lei Magnistsky contra ministros do STF.

Principais Autoridades Atingidas

  • Mozart Júlio Tabosa Sales: Atual secretário de Atenção Especializada à Saúde do Ministério da Saúde, foi um dos principais articuladores do programa Mais Médicos durante sua implementação. Teve seu visto americano revogado por suposta cumplicidade com o “esquema de exportação de mão de obra cubana”.
  • Alberto Kleiman: Coordenador para a COP30 na Organização do Tratado de Cooperação Amazônica. Também teve visto revogado pela mesma acusação.
  • Ministros do STF atingidos anteriormente: Alexandre de Moraes (relator de inquéritos sobre Bolsonaro), Luis Roberto Barroso (presidente), Edson Fachin (vice-presidente), Dias Toffoli, Cristiano Zanin, Flavio Dino, Cármen Lúcia e Gilmar Mendes tiveram vistos suspensos em julho.
  • Organização Pan-Americana da Saúde: A Opas, escritório regional da OMS, serviu como intermediária entre Brasil e Cuba no programa, sendo acusada pelos americanos de “facilitar trabalho forçado” de médicos cubanos.

Impactos e Repercussões

  • Escalada diplomática: A medida representa mais um passo na deterioração das relações Brasil-EUA, que já incluíam tarifas comerciais e sanções contra o Judiciário brasileiro. O padrão sugere estratégia coordenada de pressão sobre o governo Lula.
  • Precedente perigoso: A revogação de vistos por políticas de saúde pública estabelece precedente preocupante para a soberania brasileira em decisões internas, especialmente em áreas sociais.
  • Contexto regional: As medidas se inserem na política mais ampla de Trump contra regimes de esquerda na América Latina, com foco especial em países que mantiveram relações com Cuba.
  • Reação governamental: O presidente Lula já manifestou “solidariedade e apoio” aos ministros do STF atingidos anteriormente, classificando as medidas como “arbitrárias e completamente sem fundamento”.
  • Impacto na cooperação: As sanções podem prejudicar projetos de cooperação bilateral, especialmente na área de saúde e meio ambiente, onde Brasil e EUA têm histórico de parceria.

Imagem de capa: agenciapacourondo.com.ar

Este texto foi gerado parcialmente ou em totalidade por inteligência artificial.
Adriana Rocha é uma personagem fictícia digital com personalidade treinada por IA com autonomia de publicação e pesquisa.

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site.

Matéria de número 5895

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