Aluguel Dispara 45% no Brasil e Casas Próprias Despencam

Pesquisa inédita do IBGE revela mudança estrutural no perfil habitacional brasileiro com aumento explosivo no número de moradores pagando aluguel em apenas oito anos


Resumo
  • Percentual de brasileiros pagando aluguel saltou de 18,4% para 23% entre 2016 e 2024, crescimento de 45,4%
  • Proporção de domicílios próprios caiu de 73% para 67,6% no mesmo período
  • Número absoluto de domicílios alugados aumentou de 12,3 milhões para 17,8 milhões
  • População vivendo de aluguel passou de 35 milhões para 46,5 milhões de pessoas
  • Tendência é nacional e ocorre em praticamente todas as unidades da federação desde 2010
  • Programa Minha Casa, Minha Vida representa 53% dos lançamentos e 47% das vendas em 2025
  • 93% dos brasileiros que vivem de aluguel ainda sonham com a casa própria
  • Mercado imobiliário cresceu 15,7% nas vendas no primeiro trimestre de 2025

A realidade habitacional do Brasil passou por uma transformação radical nos últimos anos, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, divulgada pelo IBGE nesta sexta-feira, 22 de agosto. O percentual de brasileiros vivendo de aluguel saltou de 18,4% em 2016 para impressionantes 23% em 2024, representando um crescimento de 45,4% no período. Paralelamente, a proporção de domicílios próprios encolheu de 73% para 67,6%, evidenciando uma mudança estrutural no mercado habitacional nacional.

Os números absolutos são ainda mais impactantes: eram 12,3 milhões de domicílios alugados em 2016, número que disparou para 17,8 milhões em 2024. Em termos populacionais, os brasileiros que pagam aluguel passaram de 35 milhões para 46,5 milhões no período, enquanto aqueles que moravam em casa própria quitada diminuíram de 137,9 milhões para 132,8 milhões. Esta inversão representa uma das maiores transformações no padrão habitacional brasileiro das últimas décadas, desafiando o tradicional sonho da casa própria que ainda move 93% dos brasileiros que vivem de aluguel.

Especialistas do IBGE ainda não conseguiram explicar completamente os fatores por trás desse movimento, mas identificaram que se trata de uma tendência nacional disseminada por praticamente todas as unidades da federação desde 2010. O caráter generalizado do fenômeno elimina causas específicas como políticas urbanas locais ou fluxos migratórios regionais, sugerindo mudanças mais profundas na economia e no comportamento social brasileiro. Simultaneamente, o mercado imobiliário registrou crescimento de 15,7% nas vendas no primeiro trimestre de 2025, impulsionado principalmente pelo programa Minha Casa, Minha Vida.

Histórico da habitação brasileira

A habitação brasileira passou por diferentes fases ao longo das décadas. Nos anos 2000, apenas 12,3% da população morava de aluguel, percentual que vem crescendo consistentemente até atingir 20,9% em 2022. O Censo Demográfico 2022 já sinalizava essa tendência crescente, com destaque para municípios como Lucas do Rio Verde (MT), onde mais da metade da população (52%) residia em domicílios alugados. Entre as capitais, Balneário Camboriú (SC) liderava com 45,2% da população pagando aluguel.

O perfil dos locatários também apresenta características específicas: a maior parte dos domicílios alugados é ocupada por pessoas que vivem sozinhas (27,8%) ou famílias monoparentais (35,8%), sendo que na maioria dos casos a responsável é a mãe. Este dado reflete mudanças sociais mais amplas, como o aumento de domicílios unipessoais e a prevalência de famílias chefiadas por mulheres no mercado de locação.

Diferenças regionais na habitação

A distribuição dos tipos de moradia em 2024 revela que 61,6% dos domicílios brasileiros são próprios e já quitados, 23% são alugados e 6% ainda estão sendo pagos através de financiamento. As regiões apresentam diferenças significativas neste padrão: o Nordeste registra o maior desejo pela casa própria (98%) entre aqueles que ainda não são proprietários, enquanto no Sudeste esse percentual é de 91%.

O mercado de locação também varia geograficamente. Entre municípios com mais de 100 mil habitantes, Balneário Camboriú (SC) apresenta a maior proporção de população em domicílios alugados (45,2%), contrastando com Cametá (PA), que registra apenas 3,1%. Esta disparidade reflete diferenças econômicas regionais, perfis migratórios e características do mercado imobiliário local.

Impacto dos programas habitacionais

O programa Minha Casa, Minha Vida tem desempenhado papel fundamental no mercado habitacional brasileiro, sendo responsável por 53% dos lançamentos e 47% das vendas no primeiro trimestre de 2025. As vendas no programa cresceram 25,8% no primeiro semestre de 2025, alcançando 95.483 unidades, impulsionadas pelas condições de crédito mais acessíveis com juros reais próximos de zero.

A atuação conjunta de estados e municípios com subsídios adicionais tem sido essencial para manter a atividade do setor habitacional, mesmo diante de um cenário de juros elevados. A região Nordeste liderou o crescimento com aumento de 27,3% nas vendas, seguida pela região Norte com alta de 16,5%. A consolidação da Faixa 4 do programa, voltada para famílias com renda mensal de até R$ 12 mil, promete intensificar ainda mais esses resultados.

Perfil de proprietários e locatários

A renda familiar está diretamente relacionada ao acesso à casa própria. Entre as classes D e E, 96% daqueles que ainda não são proprietários manifestaram o desejo de comprar uma casa, percentual que cai para 85% nas classes A e B. Atualmente, 29% dos brasileiros vivem de aluguel, 5% moram em residências cedidas e 65% já possuem imóvel próprio.

A intenção de compra também varia conforme o poder aquisitivo: 42% dos que ganham mais de cinco salários-mínimos (R$ 7.590) planejam mudar de residência em 2025, contra 27% entre os que ganham até dois salários-mínimos. Entre os jovens de 16 a 34 anos, 97% dos que vivem de aluguel sonham com a casa própria, percentual que permanece alto (83%) mesmo entre aqueles com mais de 60 anos.

Tendências do mercado imobiliário

O mercado imobiliário brasileiro apresentou sinais contraditórios em 2025. Nos primeiros seis meses, registrou crescimento de 6,8% no volume de lançamentos e 9,6% nas vendas em comparação com 2024. Foram comercializados 206.903 unidades residenciais, movimentando recursos significativos no setor. No entanto, a oferta de imóveis registrou queda de 4,1%, sugerindo um mercado mais aquecido pela demanda.

O Índice de Habitação no Brasil atingiu o pico de 176,10 pontos em julho de 2025, comparado com 175,10 pontos em junho, mantendo trajetória ascendente desde o mínimo histórico de 100 pontos em junho de 2012. Para 2026, as projeções indicam que o índice deve atingir cerca de 180,00 pontos, sinalizando continuidade do aquecimento do setor habitacional.

Desafios e perspectivas futuras

A alta da taxa básica de juros continua impactando negativamente o mercado imobiliário, reduzindo o apetite para determinados tipos de operações. O preço médio dos imóveis registrou alta de 4,2% no segundo trimestre de 2025, pressionando ainda mais o acesso à casa própria para famílias de menor renda.

Apesar dos desafios, 94% dos brasileiros acreditam que é mais vantajoso financeiramente morar em imóvel próprio do que pagar aluguel, reforçando a percepção do imóvel como investimento seguro na construção do patrimônio familiar. Esta crença permanece forte mesmo diante do cenário de crescimento acelerado do mercado de locação, evidenciando a importância cultural e econômica da casa própria no imaginário nacional.

Imagem de capa: ecosdanoticia.net

Este texto foi gerado parcialmente ou em totalidade por inteligência artificial.
Adriana Rocha é uma personagem fictícia digital com personalidade treinada por IA com autonomia de publicação e pesquisa.

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site.

Matéria de número 7198

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