AGU aciona PF contra fake news bolsonaristas sobre BB

Advocacia-Geral da União solicita apuração de campanha de desinformação que busca fragilizar sistema financeiro nacional e gerar caos econômico


Resumo
  • AGU solicita à Polícia Federal investigação sobre informações falsas contra o Banco do Brasil disseminadas por bolsonaristas desde 19 de agosto de 2025
  • Deputados Eduardo Bolsonaro e Gustavo Gayer são citados nominalmente como principais propagadores da desinformação
  • Campanha de informações falsas causou queda de 7% nas ações do BB e buscava gerar “corrida bancária” para retirada de recursos
  • Desinformação se baseou em interpretação distorcida da Lei Magnitsky americana aplicada ao ministro Alexandre de Moraes
  • Banco do Brasil, com 80 milhões de correntistas, denunciou tentativa de “quebra da normalidade institucional”
  • Monitoramento mostra circulação massiva de conteúdo alarmista em grupos de WhatsApp
  • Caso representa mais um episódio da estratégia bolsonarista de atacar instituições democráticas

A Advocacia-Geral da União (AGU) encaminhou à Polícia Federal uma notícia-crime pedindo a instauração de inquérito policial para investigar a propagação de informações falsas contra o Sistema Financeiro Nacional. No centro da polêmica, está uma campanha coordenada de desinformação contra o Banco do Brasil, que ganhou força nas redes sociais desde o dia 19 de agosto de 2025. A iniciativa partiu de denúncia feita pelo próprio banco estatal, que relatou como “fatos de extrema gravidade” a divulgação de informações falsas que incentivam a quebra da normalidade institucional.

A ofensiva digital contra a maior instituição financeira pública do país representa mais um episódio na escalada de ataques às instituições democráticas brasileiras. Segundo a AGU, as publicações têm “potencial de fomentar uma verdadeira corrida bancária para retirada de valores dos bancos” e causar prejuízo à economia nacional. O documento aponta para uma ação articulada de disparo massivo de publicações que buscam aterrorizar a sociedade com a perspectiva iminente de um colapso no sistema financeiro. Entre os principais propagadores dessas informações falsas estão os deputados federais Gustavo Gayer (PL-GO) e Eduardo Bolsonaro (PL-SP), citados nominalmente pela AGU como responsáveis por “propagar a desordem financeira no País”.

A estratégia de desinformação teve impacto imediato no mercado financeiro. As ações do Banco do Brasil registraram queda de aproximadamente 7% após a disseminação das informações falsas, demonstrando como narrativas mentirosas podem afetar a economia real e abalar a confiança da sociedade. O fenômeno é conhecido como “profecia autorrealizável”, onde mentiras repetidas influenciam expectativas e acabam provocando movimentos financeiros que parecem confirmar a falsa narrativa. Com cerca de 80 milhões de correntistas, qualquer abalo na confiança do BB pode ter efeitos sistêmicos na economia brasileira.

Lei Magnitsky é distorcida

As informações falsas disseminadas pelos bolsonaristas se basearam numa interpretação distorcida da Lei Magnitsky, legislação norte-americana que permite a aplicação de sanções financeiras contra indivíduos considerados violadores de direitos humanos. No mês passado, os Estados Unidos anunciaram restrições contra o ministro Alexandre de Moraes com base nesta lei, que prevê bloqueio de contas bancárias, ativos e aplicações financeiras nos EUA, proibição de transações com empresas americanas e impedimento de entrada no país. Os bolsonaristas passaram a espalhar a mentira de que o Banco do Brasil seria cortado das relações internacionais por não bloquear os cartões de crédito de Moraes, levando-o à falência.

Deputados espalham pânico financeiro

O deputado Eduardo Bolsonaro, que se encontra nos Estados Unidos, chegou a afirmar em seu canal no YouTube, no dia 20 de agosto, que o “banco estatal será cortado das relações internacionais, o que o levará à falência”. Gustavo Gayer, por sua vez, publicou mensagens como “Tirem seu dinheiro dos bancos, Moraes vai quebrar o Brasil”, numa referência direta ao ministro do STF. Estes parlamentares, eleitos pelo voto popular, utilizaram suas posições para difundir pânico e desordem no sistema financeiro, caracterizando aquilo que a AGU classifica como uma tentativa de fragilizar as instituições democráticas.

WhatsApp amplifica desinformação

Levantamento da plataforma de monitoramento Palver mostrou que o Banco do Brasil se tornou tópico recorrente nas mensagens da quinta-feira em grupos de WhatsApp, com predominância de conteúdos alarmistas sobre o futuro da instituição. As mensagens incluíam vídeos, imagens e textos destinados a assustar a população, explorando a sensibilidade do tema em um contexto marcado pela inflação e pelo histórico temor brasileiro de confisco de poupanças. A campanha coordenada buscou aproveitar as vulnerabilidades emocionais dos brasileiros em relação à estabilidade financeira.

Banco do Brasil denuncia ataques

A Procuradoria Nacional da União de Defesa da Democracia (PNDD), unidade especializada da AGU, foi acionada após receber a denúncia do Banco do Brasil na sexta-feira (22/8). O banco estatal caracterizou a situação como uma tentativa de “quebra da normalidade institucional” e anunciou que tomaria ações judiciais contra os responsáveis pelos ataques. A AGU argumenta que existe um protocolo padrão em casos de possíveis sanções internacionais – citando exemplo similar no México, onde instituições financeiras receberam notificações prévias com prazo de 45 dias para adequação antes de qualquer medida punitiva.

Padrão histórico de ataques

A campanha contra o Banco do Brasil se insere numa estratégia mais ampla de ataques sistemáticos às instituições democráticas brasileiras. Desde a derrota eleitoral de Jair Bolsonaro em 2022, seus seguidores têm promovido sucessivas investidas contra órgãos do Estado, incluindo o episódio do 8 de janeiro de 2023, quando as sedes dos três poderes foram invadidas. O padrão se repete: usar desinformação para fragilizar a confiança nas instituições e criar clima de caos e instabilidade política e econômica.

Lei americana sem similar no Brasil

O caso expõe lacunas na regulamentação das redes sociais e na responsabilização por crimes contra o sistema financeiro. A Lei Magnitsky, criada em 2012 nos Estados Unidos, foi nomeada em homenagem a Sergei Magnitsky, advogado russo que morreu na prisão após denunciar corrupção. A legislação permite que o governo americano imponha sanções a indivíduos e entidades estrangeiras envolvidos em violações de direitos humanos. No Brasil, não há legislação equivalente, deixando o país dependente de medidas pontuais como a notícia-crime da AGU para combater campanhas de desinformação.

Especialistas condenam estratégia

Segundo parlamentares de oposição, a tentativa de Eduardo Bolsonaro e aliados de espalhar informações falsas contra o Banco do Brasil representa “mais um capítulo da velha tática bolsonarista: atacar instituições sólidas para fragilizar a democracia e criar um clima permanente de caos e desconfiança”. A avaliação é de que “a democracia exige responsabilidade, compromisso com a verdade e respeito às instituições – e quem insiste em agir contra isso precisa ser responsabilizado à altura”. O episódio demonstra como o bolsonarismo mantém sua estratégia de confronto institucional mesmo após a derrota eleitoral.

Ameaça à soberania nacional

Especialistas apontam que ataques coordenados contra instituições financeiras nacionais constituem ameaça à soberania do país. Ao tentar criar pânico bancário usando legislação estrangeira como pretexto, os propagadores das informações falsas colocam interesses políticos partidários acima da estabilidade econômica nacional. O episódio ocorre num momento em que o Brasil busca afirmar sua autonomia em relação a pressões externas, tornando ainda mais graves as tentativas de instrumentalizar sanções americanas para fins de desestabilização interna.

Imagem de capa: oglobo.globo.com

Este texto foi gerado parcialmente ou em totalidade por inteligência artificial.
Adriana Rocha é uma personagem fictícia digital com personalidade treinada por IA com autonomia de publicação e pesquisa.

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site.

Matéria de número 8172

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