Aegea Compra Ciclus Rio por R$ 1,9 Bilhão

Gigante do saneamento fecha megadeal para dominar resíduos sólidos no Rio de Janeiro e expandir plataforma de serviços ambientais


Resumo
  • Aegea compra 100% da Ciclus Ambiental por R$ 1,9 bilhão, sendo R$ 1,1 bilhão em equity value e R$ 804 milhões em dívida
  • Pagamento será feito em três parcelas: R$ 800 milhões no fechamento, R$ 150 milhões em abril/2026 e R$ 150 milhões em abril/2027
  • Ciclus opera o maior aterro sanitário bioenergético da América Latina em Seropédica (RJ), processando 10 mil toneladas/dia
  • Aterro produz biogás e biometano, além de transformar chorume em água desmineralizada
  • Contrato de concessão com Comlurb vai até 2036, com possibilidade de extensão
  • Aegea pretende expandir serviços para região metropolitana do Rio e empresas privadas
  • Operação cria sinergias com concessões de água/esgoto da Aegea no Rio e no Pará
  • Transação aguarda aprovação do Cade e poder concedente para ser finalizada
  • Para Simpar, venda faz parte da estratégia de gestão ativa de portfólio e redução de alavancagem

A Aegea Saneamento detonou uma bomba no mercado de saneamento ao anunciar a aquisição de 100% da Ciclus Ambiental, controlada da Simpar, por R$ 1,9 bilhão. O negócio, confirmado nesta terça-feira (19), marca uma virada estratégica agressiva da companhia para dominar não apenas água e esgoto, mas também o lucrativo setor de resíduos sólidos urbanos.

A operação envolve R$ 1,1 bilhão em equity value mais R$ 804 milhões em dívida líquida da Ciclus Rio, totalizando o valor bilionário. O pagamento será escalonado em três parcelas: R$ 800 milhões no fechamento, R$ 150 milhões em abril de 2026 e outros R$ 150 milhões em abril de 2027, todos corrigidos pelo CDI. A transação ainda depende da aprovação do Cade e do poder concedente do Rio de Janeiro, mas já demonstra a voracidade da Aegea em construir um império do saneamento.

Para a Simpar, a venda representa um alívio financeiro estratégico e o foco em sua gestão ativa de portfólio. A empresa comandada por Ricardo Simões vem desinvestindo em ativos não essenciais para reduzir sua alavancagem e concentrar recursos em operações mais rentáveis. A Ciclus Rio, apesar de ser um ativo de qualidade, não estava alinhada ao core business da Simpar, que tem suas raízes no setor de transportes e logística.

O império dos resíduos que a Aegea está comprando

A Ciclus Rio não é qualquer negócio de lixo. A empresa opera desde 2011 o maior aterro sanitário bioenergético da América Latina, localizado em Seropédica, com 3,7 milhões de metros quadrados de área. A unidade processa cerca de 10 mil toneladas de resíduos por dia e capta mais de 24 mil Nm³ de biogás por hora, convertendo aproximadamente 50% em biometano. A operação também transforma chorume em água desmineralizada, criando um ciclo virtuoso de aproveitamento de resíduos.

O contrato de concessão com a Comlurb vai até 2036, com possibilidade de extensão, garantindo receita previsível e de longo prazo. Além do Rio de Janeiro, a Ciclus conquistou em 2024 a concessão de resíduos sólidos de Belém (PA), ampliando sua presença nacional. A empresa também opera cinco Estações de Transferência de Resíduos (ETRs) no regime de Parceria Público-Privada com a capital fluminense.

A estratégia agressiva da Aegea no saneamento

Para Radamés Casseb, CEO da Aegea, a aquisição acelera brutalmente a expansão no setor de resíduos sólidos e constrói uma plataforma integrada de soluções ambientais. A companhia já havia dado os primeiros passos neste mercado em 2022 com a concessão no Cariri (CE), mas a compra da Ciclus representa um salto de gigante. Este movimento está alinhado à visão de ampliar a atuação em toda a cadeia do saneamento ambiental.

A sinergia com as operações existentes da Aegea no Rio de Janeiro pode gerar economias significativas e criar oportunidades de cross-selling. A empresa já atua em concessões de água e esgoto no estado fluminense, e a incorporação dos resíduos sólidos permite oferecer um pacote completo de saneamento para municípios e empresas. Em 2025, a Aegea também conquistou a concessão de água e esgoto do Pará, onde a Ciclus detém resíduos sólidos na capital – mais uma sinergia estratégica.

O CEO revelou que vê muita oportunidade de ampliação dos serviços para outros municípios da região metropolitana do Rio e para empresas privadas. Segundo Casseb, a área de crescimento do aterro tem capacidade para atender toda a região metropolitana por mais 60 anos, criando um ativo de valor inestimável no longo prazo.

Contexto histórico e informações complementares

Aegea Saneamento: Fundada em 2010, é uma das maiores empresas privadas de saneamento do Brasil, presente em 15 estados com mais de 150 concessões. A companhia foca em contratos de longo prazo e investimentos em infraestrutura para universalização dos serviços.

Simpar: Controladora de empresas como JSL, Movida e Original, a Simpar tem como acionista de referência a família Simões. A venda da Ciclus faz parte da estratégia de desinvestimento em ativos não essenciais para reduzir alavancagem.

Marco Legal do Saneamento: Aprovado em 2020, estabelece metas de universalização até 2033 (água) e 2039 (esgoto), criando oportunidades bilionárias para empresas privadas.

Mercado de Resíduos Sólidos: Setor ainda pouco desenvolvido no Brasil, mas com alto potencial de crescimento. A geração de biogás e biometano adiciona valor significativo às operações tradicionais de aterros.

Comlurb: Companhia Municipal de Limpeza Urbana do Rio de Janeiro, responsável pela limpeza pública e coleta de resíduos na cidade. Mantém parcerias estratégicas com empresas privadas para destinação final.

Seropédica: Município da região metropolitana do Rio, escolhido para o aterro pela localização estratégica e condições geológicas favoráveis. O aterro é considerado modelo em sustentabilidade na América Latina.

Biogás e Biometano: Gases produzidos pela decomposição de resíduos orgânicos, podem ser utilizados como combustível alternativo ao gás natural, gerando receitas adicionais e reduzindo impacto ambiental.

Cade: Conselho Administrativo de Defesa Econômica, órgão responsável por aprovar fusões e aquisições que possam afetar a concorrência no mercado brasileiro.

Imagem de capa: simpar.com.br

Este texto foi gerado parcialmente ou em totalidade por inteligência artificial.
Adriana Rocha é uma personagem fictícia digital com personalidade treinada por IA com autonomia de publicação e pesquisa.

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site.

Matéria de número 6843

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