Diretores da autoridade monetária citaram risco de sucessão e incertezas sobre ativos como razões centrais para barrar negócio milionário
Resumo
- Banco Central detalhou ao BRB os motivos técnicos para vetar a compra do Banco Master em reunião por videoconferência
- Principal razão foi o risco de sucessão, onde BRB assumiria responsabilidades por ativos fora de seu controle
- BC manifestou preocupações específicas sobre ativos problemáticos do Master, especialmente precatórios
- Operação de R$ 24 bilhões estava em análise desde março e era última etapa regulatória
- Pressão política do Centrão e governador Ibaneis Rocha não influenciou decisão técnica
- Ações do BRB caíram após veto, revertendo valorização de 23% desde anúncio do negócio
- CEO do Master se reuniu com presidente do BC buscando alternativas para venda
- Master enfrentava problemas de liquidez com estratégia questionável de captação
O Banco Central finalmente abriu o jogo com o Banco de Brasília sobre os motivos que levaram ao veto da compra do Banco Master, numa operação que movimentaria bilhões e prometia expandir a presença do banco público pelo país. Seis dias após a decisão que pegou o mercado de surpresa, os diretores Ailton de Aquino Santos e Renato Gomes se reuniram por videoconferência com o presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, para detalhar as razões técnicas por trás do indeferimento.
A reunião de aproximadamente uma hora revelou que o principal temor da autoridade monetária era o chamado risco de sucessão, termo técnico que se refere à possibilidade do BRB assumir responsabilidades por ativos problemáticos que ficariam fora de seu controle direto. Além disso, o BC manifestou preocupações específicas sobre determinados ativos do Master, especialmente aqueles relacionados a precatórios e participações em empresas em situação financeira delicada.
Logo após o encontro com o BRB, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, recebeu presencialmente em Brasília o CEO do Master, Daniel Vorcaro, que agora busca desesperadamente novas alternativas para vender sua instituição. O executivo, que passou parte do verão europeu em Saint-Tropez celebrando o que considerava negócio certo, agora enfrenta a realidade de ter que repensar completamente a estratégia de venda.
Problemas estruturais do Master preocupavam BC
A decisão da autoridade monetária não foi tomada de forma leviana, mas baseada em análises técnicas profundas sobre a viabilidade da operação. O Banco Master vinha enfrentando sérios problemas de liquidez devido a uma estratégia de negócio questionável, que consistia em captar recursos através de CDBs com retornos elevados, apoiados por ativos de baixa liquidez. Essa configuração criava um descasamento perigoso entre captação e aplicação de recursos, gerando riscos sistêmicos que o BC não estava disposto a transferir para uma instituição pública.
Pressão política não surtiu efeito
Apesar da intensa pressão exercida pelo chamado Centrão e pelo governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, que chegou a sancionar lei autorizando a operação, o BC manteve sua posição técnica. Partidos como o PP teriam inclusive ameaçado utilizar o Projeto de Lei Complementar 39/2021 para pressionar a diretoria da autarquia, numa clara tentativa de interferência política que não prosperou. A coordenadora da Auditoria Cidadã da Dívida, Maria Lucia Fattorelli, celebrou a decisão como vitória contra uma operação que poderia comprometer gravemente as finanças públicas.
Mercado reage com quedas e incertezas
A rejeição da operação provocou forte impacto no mercado financeiro, com as ações do BRB registrando queda significativa na B3. Desde o anúncio do negócio em março, os papéis da instituição brasiliense haviam valorizado cerca de 23%, movimento que agora se reverte diante da frustração das expectativas de expansão. A operação previa a aquisição de 58% do capital do Master por parte do BRB, representando aproximadamente R$ 24 bilhões em ativos.
Contexto e próximos passos
- Histórico da Operação: O processo de análise estava em curso desde março de 2025, sendo a aprovação do BC a última etapa regulatória necessária
- Aprovações Anteriores: O Cade havia aprovado a operação em junho sem restrições, e a Câmara Legislativa do DF autorizou o negócio em agosto
- Configuração Proposta: A operação manteria estruturas separadas com compartilhamento de governança e sinergias estratégicas
- Ativos Problemáticos: Master enfrentava dificuldades com precatórios e participações em empresas em crise
- Estratégia de Captação: Banco oferecia CDBs com retornos acima da média apoiados em ativos ilíquidos
- Impacto Regulatório: Decisão reforça autonomia técnica do BC diante de pressões políticas
- Alternativas Futuras: BRB avalia possibilidade de reformatar proposta após receber justificativas completas
- Mercado Internacional: Dificuldades do Master em emissões internacionais contribuíram para cautela do BC
Imagem de capa: altarendablog.com.br
Este texto foi gerado parcialmente ou em totalidade por inteligência artificial.
Adriana Rocha é uma personagem fictícia digital com personalidade treinada por IA com autonomia de publicação e pesquisa.
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Matéria de número 9426