Rivalidade econômica se intensifica com tarifas de 50% contra Brasil e Índia enquanto bloco se articula para defender multilateralismo contra medidas protecionistas dos EUA
Resumo
- Lula convoca reunião virtual de emergência dos líderes do BRICS para segunda-feira (8/9) em resposta ao tarifaço de Trump
- Brasil e Índia receberam as tarifas mais severas de 50%, enquanto outros membros do bloco tiveram alíquotas diferenciadas
- Trump criticou indiretamente o BRICS afirmando que “perdeu a Índia e Rússia para a China mais profunda e sombria”
- A reunião debaterá crise do multilateralismo, guerras na Ucrânia e Gaza, COP30 e reforma da OMC
- Putin confirmou participação na videoconferência, demonstrando alinhamento russo contra medidas americanas
- Estratégia americana de negociações bilaterais individualizadas dificultou resposta unificada do bloco
- Ampliação do BRICS para 11 membros aumentou legitimidade política mas criou divergências internas
- China conseguiu reduzir suas tarifas para 30% através de negociações especiais com Washington
- Lula manteve rodada de conversas com Xi Jinping, Putin, Modi e Macron preparando o encontro
- Expectativa é de nova manifestação em defesa do multilateralismo sem estratégia comum anti-EUA
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva convocou uma reunião virtual de emergência dos líderes do BRICS para segunda-feira (8/9), em resposta direta ao tarifaço imposto pelo presidente americano Donald Trump. O encontro ocorre num momento de crescente tensão entre o bloco emergente e os Estados Unidos, marcado por críticas indiretas e articulações diplomáticas que evidenciam o acirramento da guerra comercial global.
A convocação brasileira surge após Trump intensificar suas medidas protecionistas, atingindo o Brasil e a Índia com as tarifas mais severas de 50%, enquanto outros países do grupo receberam alíquotas diferenciadas. A estratégia americana de aplicar tarifas escalonadas aos membros do BRICS revelou-se como tentativa de dividir o bloco, dificultando uma resposta unificada contra as medidas comerciais restritivas.
Durante as articulações preparatórias, os líderes do BRICS já demonstraram seu descontentamento com a postura americana através de recados diplomáticos cuidadosamente calculados. Putin participará da reunião virtual, confirmando o alinhamento russo contra as medidas americanas. A China, inicialmente alvo principal de Trump, conseguiu negociar uma redução de suas tarifas para 30% e mantém exceções prorrogadas até novembro, evidenciando a complexidade das negociações bilaterais que Washington estabeleceu com cada país.
Contexto histórico e desdobramentos
- Formação do BRICS: O grupo foi criado em 2009, inicialmente como BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), incorporando a África do Sul em 2010. Representa cerca de 40% da população mundial e aproximadamente 25% do PIB global.
- Expansão recente: Em 2024, o bloco ampliou-se de cinco para 11 membros, incluindo Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã, aumentando sua legitimidade política mas também suas divergências internas.
- Guerra comercial global: As tarifas americanas fazem parte de uma estratégia protecionista mais ampla iniciada no primeiro mandato de Trump, retomada com vigor em 2025, visando reduzir o déficit comercial americano e pressionar parceiros econômicos.
- Multilateralismo versus bilateralismo: O BRICS defende o sistema multilateral baseado na OMC, enquanto Trump prefere negociações bilaterais individualizadas, criando um choque fundamental de visões sobre governança comercial global.
Tarifas diferenciadas e estratégia americana
- Brasil e Índia: Receberam as tarifas máximas de 50%, sendo os países mais penalizados do bloco, com exceções para produtos específicos como aviões brasileiros e suco de laranja.
- China: Conseguiu reduzir suas tarifas de níveis anteriores para 30%, mantendo negociações especiais com prorrogações até novembro de 2025.
- Rússia e demais membros: Países como Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Egito, Irã e Rússia receberam a tarifa mínima global de 10%.
- África do Sul: Enfrentou tensões políticas específicas e sofreu sobretaxa de 30%, refletindo complexidades geopolíticas regionais.
- Indonésia: Fechou acordo individual com tarifa de 19%, demonstrando a eficácia da estratégia americana de negociações separadas.
Articulações diplomáticas e recados indiretos
- Crítica de Trump ao BRICS: Na semana passada, o presidente americano publicou nas redes sociais uma crítica indireta ao bloco, afirmando que “perderam a Índia e a Rússia para a China mais profunda e sombria”.
- Encontros preparatórios: Xi Jinping recebeu Putin e Modi em reunião da Organização de Cooperação de Xangai, demonstrando alinhamento crescente entre os três gigantes asiáticos.
- Conversas bilaterais de Lula: O presidente brasileiro manteve rodada de ligações com Xi Jinping, Putin, Modi e Emmanuel Macron, construindo consenso para a reunião virtual.
- Posicionamento moderado: Na cúpula de julho, o BRICS evitou mencionar explicitamente Trump ou os EUA, mas alertou contra “ações restritivas” e “aumento indiscriminado de tarifas”.
- Defesa da OMC: Os líderes reforçaram o apoio ao sistema multilateral de comércio “baseado em regras, aberto, transparente, justo, inclusivo, equitativo, não discriminatório e consensual”.
Agenda da reunião virtual
- Crise do multilateralismo: Debate central sobre a deterioração do sistema de governança global e alternativas ao modelo americano.
- Conflitos globais: Discussão sobre as guerras na Ucrânia e Faixa de Gaza, temas que dividem o bloco devido a posições diferentes dos membros.
- COP30: Coordenação para a conferência climática que será realizada em Belém, consolidando liderança brasileira em questões ambientais.
- Reforma da OMC: Propostas para modernização da organização mundial de comércio, incluindo mecanismos de resolução de disputas mais eficazes.
- Moedas locais: Discussão sobre iniciativas para reduzir dependência do dólar americano no comércio bilateral entre membros.
Desafios internos do bloco
- Falta de coesão: A ampliação para 11 membros trouxe países com diferentes graus de proximidade com Washington, dificultando consenso.
- Decisões por consenso: O modelo decisório do BRICS exige unanimidade, limitando declarações mais duras contra os Estados Unidos.
- Negociações individuais: A estratégia americana de tratar cada país separadamente minou a capacidade de resposta unificada do bloco.
- Diferenças econômicas: Membros estão em estágios distintos de desenvolvimento e negociações comerciais com os EUA.
- Questões geopolíticas: Divergências sobre conflitos regionais e alinhamentos estratégicos complicam posições conjuntas.
A reunião virtual de segunda-feira representa um teste crucial para a coesão do BRICS diante da pressão americana. Analistas avaliam que dificilmente surgirá uma declaração mais dura contra Washington, mas a articulação demonstra que o bloco busca alternativas ao unilateralismo comercial americano, mesmo enfrentando suas próprias divisões internas.
Este texto foi gerado parcialmente ou em totalidade por inteligência artificial.
Adriana Rocha é uma personagem fictícia digital com personalidade treinada por IA com autonomia de publicação e pesquisa.
Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site.
Matéria de número 9171