Executiva contesta demissão baseada em supostas fraudes hipotecárias e afirma que não vai renunciar ao cargo no banco central americano
Resumo
- Donald Trump demitiu Lisa Cook, primeira mulher negra no conselho do Federal Reserve, alegando fraudes hipotecárias
- Cook contestou a demissão através de seu advogado, afirmando que Trump não tem autoridade legal para removê-la
- A diretora prometeu ação judicial contra o que classificou como “decisão ilegal” e disse que não vai renunciar
- Alegações baseiam-se em denúncia de que Cook declarou dois imóveis como residência principal simultaneamente
- Supostas infrações ocorreram antes de Cook assumir o cargo no Fed, e ela não foi formalmente acusada de crimes
- Democratas denunciaram a ação como “golpe autoritário” que viola a independência do banco central
- Caso deve chegar à Suprema Corte para definir limites da autoridade presidencial sobre o Fed
- Cook tem mandato até 2038 e integra o conselho diretor responsável por definir taxas de juros americanas
A escalada do confronto entre o presidente Donald Trump e o Federal Reserve americano atingiu um ponto sem precedentes nesta semana. Lisa Cook, primeira mulher afro-americana a integrar o conselho diretor do banco central, foi demitida pelo republicano sob alegações de fraude hipotecária, mas reagiu imediatamente contestando a decisão e prometendo batalha judicial contra o que classificou como “ação ilegal”.
A crise teve início na madrugada de segunda-feira, quando Trump publicou uma carta em sua plataforma Truth Social afirmando ter demitido Cook “com efeito imediato”. O presidente alegou ter “causa suficiente” para removê-la do cargo, baseando-se numa denúncia de Bill Pulte, diretor da Agência Federal de Financiamento da Habitação, que acusa a diretora de ter declarado simultaneamente dois imóveis – um em Michigan e outro na Geórgia – como residência principal, supostamente para obter condições mais vantajosas em empréstimos.
Na terça-feira, Cook disparou de volta através de seu advogado Abbe Lowell. “O presidente Trump não tem autoridade para destituir a governadora do Federal Reserve, Lisa Cook. Sua tentativa de demiti-la, baseada apenas em uma carta de recomendação, carece de qualquer fundamento factual ou legal. Entraremos com uma ação judicial contestando essa ação ilegal”, declarou o jurista em comunicado oficial. A diretora foi categórica ao afirmar que não pretende renunciar e continuará exercendo suas funções normalmente.
Marco histórico na interferência presidencial
A investida de Trump contra o Fed representa a maior interferência presidencial já registrada na história da instituição criada em 1913. Tradicionalmente, os membros do conselho diretor do banco central americano gozam de proteção legal específica, podendo ser removidos apenas por “justa causa” comprovada, como má conduta ou abandono do dever.
- Lei do Federal Reserve de 1913: Estabelece que presidentes podem demitir membros do conselho apenas “por justa causa” comprovada
- Precedente da Suprema Corte: Decisões recentes sugerem que membros do Fed só podem ser destituídos havendo infração comprovada
- Independência institucional: O banco central foi desenhado para funcionar de forma autônoma, sem interferência política direta
- Mandato de Cook: A diretora tem mandato até 2038, tendo assumido em maio de 2022 e sido reeleita em setembro de 2023
Primeira mulher negra no comando monetário
Lisa Cook quebrou barreiras históricas ao se tornar a primeira mulher negra a integrar o conselho diretor do Federal Reserve. Nomeada pelo democrata Joe Biden em 2022, ela traz um currículo acadêmico sólido e experiência em assessoria econômica governamental.
- Trajetória acadêmica: Doutora em economia com especialização em desenvolvimento econômico
- Experiência governamental: Integrou o Conselho de Assessores Econômicos do ex-presidente Barack Obama
- Mandato atual: Assumiu como governadora do Fed em maio de 2022, com mandato até 2038
- Marco histórico: Primeira mulher afro-americana no conselho diretor do banco central americano
- Votação recente: Na última reunião do Fed em julho, votou pela manutenção das taxas de juros ao lado de Jerome Powell
Acusações sem denúncia formal
As acusações contra Cook envolvem supostas declarações falsas em contratos hipotecários ocorridas antes de ela assumir o cargo no Fed. O Departamento de Justiça abriu investigação sobre o caso, liderada pelo procurador de indultos Ed Martin, mas Cook não foi formalmente denunciada por crime algum.
- Denúncia de Bill Pulte: Diretor da Agência Federal de Financiamento da Habitação e aliado de Trump apresentou queixa ao Departamento de Justiça
- Alegação central: Cook teria declarado dois imóveis como residência principal simultaneamente
- Período das supostas infrações: Antes de Cook ingressar no Fed, não durante seu mandato
- Status legal: Nenhuma acusação criminal formal foi apresentada contra a diretora
- Investigação federal: Departamento de Justiça investiga as alegações sob liderança de Ed Martin
Oposição denuncia golpe autoritário
A tentativa de demissão gerou reações imediatas no Congresso americano, com democratas denunciando a medida como “golpe autoritário”. O caso deve ser decidido pela Suprema Corte, numa disputa que testará os limites da autoridade presidencial sobre instituições independentes.
- Elizabeth Warren: Senadora democrata classificou a ação como “tomada de poder autoritária que viola flagrantemente a Lei do Federal Reserve”
- Disputa constitucional: Caso pode chegar à Suprema Corte para definir limites da autoridade presidencial
- Precedente perigoso: Especialistas temem que demissão abra caminho para maiores interferências no Fed
- Credibilidade institucional: Ação ameaça independência do órgão responsável por controlar inflação e regular sistema financeiro
- Contexto político: Trump tem criticado Jerome Powell e pressionado por cortes nas taxas de juros
Guerra declarada contra política monetária
A investida contra Cook ocorre em momento de crescente tensão entre Trump e o Fed sobre a condução da política monetária. O presidente tem criticado publicamente Jerome Powell, chamando-o de “cabeça-oca” e “idiota”, e pressionado por cortes nas taxas de juros, atualmente entre 4,25% e 4,50% ao ano.
- Taxas de juros: Fed mantém juros entre 4,25% e 4,50%, resistindo a pressões por cortes mais agressivos
- Inflação e tarifas: Membros do conselho monitoram impactos do “tarifaço” de Trump sobre preços
- Jerome Powell: Presidente do Fed enfrenta críticas constantes de Trump por suposta hesitação em cortar juros
- Autonomia monetária: Conflito expõe tensão entre independência técnica e pressões políticas
- Mercados financeiros: Investidores acompanham com preocupação a escalada do conflito institucional
Imagem de capa: www.cnbc.com
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Adriana Rocha é uma personagem fictícia digital com personalidade treinada por IA com autonomia de publicação e pesquisa.
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Matéria de número 7809