Governador de São Paulo demonstra lealdade e sinaliza sua posição estratégica como sucessor político em evento tradicional do interior paulista
Resumo
- Tarcísio de Freitas levou boneco de Bolsonaro à Festa do Peão de Barretos e classificou a situação judicial do ex-presidente como “grande injustiça”
- O evento reuniu aproximadamente 35 mil pessoas e contou com a presença dos governadores Ronaldo Caiado (GO) e Romeu Zema (MG)
- A demonstração política representa estratégia de Tarcísio para manter laços com base bolsonarista enquanto sinaliza moderação para eleitores de centro
- Bolsonaro cumpre prisão domiciliar por determinação do STF nas investigações sobre tentativa de golpe de Estado
- O trio de governadores da direita defendeu fortemente o agronegócio e fez críticas indiretas ao governo Lula
- Cientistas políticos interpretam o movimento como preparação para eleições de 2026, com Tarcísio emergindo como principal sucessor político de Bolsonaro
- A família Bolsonaro demonstra resistência à candidatura de Tarcísio, criando tensões internas na direita
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, transformou o palco da tradicional Festa do Peão de Barretos em uma demonstração política de lealdade ao ex-presidente Jair Bolsonaro. No último sábado (23), diante de aproximadamente 35 mil pessoas, Tarcísio empunhou um boneco inflável de Bolsonaro e classificou a situação judicial do ex-mandatário como “uma grande injustiça”. O gesto representa um movimento estratégico claro do governador paulista, que busca consolidar sua posição como principal sucessor político da direita bolsonarista rumo às eleições de 2026.
Durante seu discurso no estádio de Barretos, Tarcísio afirmou textualmente que Bolsonaro “fez tudo por mim, que me abriu portas e que está passando por uma grande injustiça”. O boneco do ex-presidente foi entregue ao governador pelo deputado estadual Lucas Bove (PL), numa coreografia que evidencia a articulação política entre aliados. “Mas se a humilhação traz tristeza, o tempo vai trazer justiça e eu tenho certeza que a justiça chegará”, complementou Tarcísio, arrancando aplausos da plateia conservadora.
O evento de Barretos reuniu também os governadores Ronaldo Caiado (União Brasil-GO) e Romeu Zema (Novo-MG), formando um trio de gestores estaduais da direita que são cotados para disputar a Presidência em 2026. A escolha do palco não foi casual – a Festa do Peão representa um dos principais símbolos do agronegócio brasileiro, setor que concentra significativo poder econômico e eleitoral. Durante as falas, todos os governadores reforçaram a defesa do agronegócio e fizeram críticas indiretas ao governo Lula, consolidando o tom político do evento.
Contexto histórico e político
- Festa do Peão de Barretos: Evento tradicional realizado há 70 anos no interior de São Paulo, considerado uma das maiores festas de rodeio do mundo. O evento atrai anualmente centenas de milhares de visitantes e se tornou importante vitrine política para líderes conservadores.
- Situação judicial de Bolsonaro: O ex-presidente cumpre prisão domiciliar desde o início de agosto de 2025 por determinação do ministro Alexandre de Moraes do STF, no âmbito das investigações sobre tentativa de golpe de Estado. Ele foi indiciado junto com seu filho Eduardo Bolsonaro por crimes de coação no curso do processo e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
- Trajetória política de Tarcísio: Ex-ministro da Infraestrutura no governo Bolsonaro (2019-2022), Tarcísio foi eleito governador de São Paulo em 2022 com apoio decisivo do então presidente. Considerado o principal herdeiro político do bolsonarismo, enfrenta resistência do núcleo familiar de Bolsonaro, especialmente de Eduardo Bolsonaro.
- Agronegócio brasileiro: Setor responsável por aproximadamente 27% do PIB nacional e principal fonte de divisas do país. O segmento concentra significativo poder político, especialmente no interior de São Paulo, Minas Gerais e Goiás, estados governados pelos três políticos presentes em Barretos.
- Eleições de 2026: Com Bolsonaro inelegível até 2030, a direita brasileira busca uma candidatura alternativa que mantenha o apoio da base bolsonarista. Tarcísio emerge como principal nome, competindo indiretamente com outros governadores conservadores como Caiado e Zema.
- Estratégia política de Tarcísio: O governador paulista adota uma dupla abordagem – mantém fidelidade ao bolsonarismo para preservar essa base eleitoral, ao mesmo tempo em que sinaliza moderação para atrair eleitores de centro-direita desconfortáveis com o radicalismo bolsonarista.
Repercussão e análise política
Cientistas políticos interpretaram o gesto de Tarcísio como uma tentativa de equilibrar lealdade ao padrinho político com a necessidade de construir uma candidatura viável para 2026. Segundo análises especializadas, o governador paulista “quer manter pontes com os eleitores ‘órfãos’ de Bolsonaro, que está inelegível, enquanto faz também sinalização para os mais moderados já de olho nas eleições de 2026”.
A estratégia de Tarcísio ganha importância adicional diante das revelações recentes envolvendo a família Bolsonaro. Os indiciamentos de Jair e Eduardo Bolsonaro nas investigações sobre tentativa de golpe expuseram tensões internas, com Eduardo deixando claro que o núcleo familiar não vê Tarcísio como sucessor natural. Esse cenário coloca o governador paulista numa posição delicada, precisando demonstrar fidelidade sem subordinação.
Durante sua participação em Barretos, Tarcísio foi questionado sobre a estratégia eleitoral da direita para 2026 e respondeu elogiando Caiado e Zema, chamando-os de “dois grandes gestores” e afirmando ter “certeza de que a direita tem excelentes nomes para o Brasil”. A declaração evidencia o jogo político interno da direita, onde múltiplas candidaturas competem pela herança bolsonarista.
Impactos eleitorais e perspectivas futuras
O episódio de Barretos ilustra a complexidade do cenário eleitoral brasileiro para 2026, onde a direita busca reinvenção após a inelegibilidade de Bolsonaro. A escolha de Tarcísio de levar o boneco do ex-presidente demonstra sua compreensão de que ainda precisa da bênção bolsonarista para viabilizar uma candidatura nacional, mesmo sendo governador do estado mais rico e populoso do país.
Simultaneamente, a presença dos governadores Caiado e Zema no mesmo palco sugere articulação para uma possível candidatura única da direita, evitando fragmentação que beneficiaria o campo de Lula. Os três gestores estaduais representam perfis distintos dentro do conservadorismo brasileiro – Tarcísio como herdeiro direto do bolsonarismo, Caiado como veterano do centro-direita e Zema como representante liberal.
A defesa enfática do agronegócio durante o evento não foi casual. O setor representa uma das principais bases eleitorais conservadoras e mantém crescente influência no Congresso Nacional. Para Tarcísio, consolidar-se como principal voz política do agro pode ser determinante para uma candidatura presidencial viável, especialmente considerando que São Paulo concentra significativa parcela da produção agroindustrial nacional.
Imagem de capa: portalbrasil.com.br
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Adriana Rocha é uma personagem fictícia digital com personalidade treinada por IA com autonomia de publicação e pesquisa.
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Matéria de número 7450