PF Revela: Bolsonaro Movimentou R$30,5 Mi em Esquema

Ex-presidente recebeu recursos suspeitos durante período crítico das investigações golpistas


Resumo
  • Bolsonaro movimentou R$30,5 milhões entre março de 2023 e fevereiro de 2024, segundo relatório do Coaf usado pela Polícia Federal
  • Maior parte dos recursos (R$19,2 milhões) veio de 1,2 milhão de transferências via Pix, sugerindo campanha coordenada de doações
  • PF identificou que Bolsonaro e Eduardo transferiram R$2 milhões de forma fracionada para evitar alertas bancários
  • Pai e filho utilizaram contas das esposas para dissimular origem e destino dos recursos financeiros
  • Relatório subsidiou indiciamento de Bolsonaro e Eduardo por coação no processo e tentativa de abolição do Estado Democrático
  • Coaf identificou cerca de 50 movimentações atípicas envolvendo o núcleo bolsonarista
  • Recursos foram destinados principalmente a advogados e para financiar atividades de Eduardo nos Estados Unidos
  • Movimentações coincidiram com período de intensificação das investigações sobre trama golpista

A Polícia Federal identificou uma movimentação financeira que revela as dimensões do poder econômico de Jair Bolsonaro mesmo após deixar a Presidência da República. Entre março de 2023 e fevereiro de 2024, o ex-presidente movimentou R$30,5 milhões em suas contas bancárias, conforme relatório elaborado pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) e utilizado nas investigações que culminaram no indiciamento do ex-mandatário e do deputado Eduardo Bolsonaro.

Os números são categóricos: R$30.576.801,36 ingressaram nas contas de Bolsonaro no período analisado, enquanto R$30.595.430,71 foram sacados ou transferidos. O volume impressiona não apenas pela cifra, mas pelo contexto em que ocorreu – justamente quando o cerco judicial se apertava em torno do ex-presidente e as investigações sobre a tentativa golpista ganhavam força. A movimentação aconteceu de forma fragmentada e estratégica, com mais de 60% dos créditos oriundos de Pix, totalizando mais de 1,2 milhão de operações que somaram R$19,2 milhões.

A análise da Polícia Federal não para nos números brutos. O relatório aponta indícios de que Bolsonaro e Eduardo utilizaram artifícios para dissimular origem e destino dos recursos, incluindo o uso das contas das esposas para despistar investigadores. Mais grave ainda: a PF identificou que pai e filho transferiram R$2 milhões de forma parcelada para evitar alertas dos órgãos de controle bancário, uma técnica conhecida no combate à lavagem de dinheiro.

Origens e Destinos do Dinheiro

Das fontes que alimentaram o cofre bolsonarista, R$19,2 milhões vieram de 1,2 milhão de transações via Pix – uma média de R$16 por transferência que sugere campanha coordenada de doações. Outros R$8,7 milhões têm origem em 52 resgates de CDB/RDB, indicando aplicações financeiras substanciais. Completam o rol R$1,3 milhão de três operações de câmbio, R$373 mil de proventos presidenciais, R$304 mil de transferências diversas e R$166 mil de resgates de aplicações. Entre os principais remetentes constam o PL, empresas e pessoas físicas não identificadas no relatório público. No caminho inverso, os maiores destinatários foram seus advogados, destacadamente a conta de Paulo Bueno, além de transferências para Eduardo Bolsonaro que chegaram a R$111 mil apenas no início de 2025.

Estratégias de Ocultação

A sofisticação da operação chama atenção dos investigadores. Bolsonaro “atuou deliberadamente, de forma livre e consciente, desde o início de 2025 e com maior ênfase nos meses de maio, junho e julho de 2025 – quando se acentuaram as ações de Eduardo Bolsonaro no exterior – com a finalidade de se desfazer dos recursos financeiros que tinha em sua posse imediata”. O timing não é coincidência: Eduardo mudou-se para os Estados Unidos justamente para angariar apoio internacional contra as investigações brasileiras. O fracionamento das transferências seguiu padrão conhecido de lavagem de dinheiro, mantendo valores abaixo dos limites que disparam alertas automáticos no sistema bancário.

Contexto das Investigações

O relatório do Coaf foi peça fundamental no indiciamento de Bolsonaro e Eduardo pelos crimes de coação no curso do processo e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito. As movimentações suspeitas somam cerca de 50 comunicações de operações atípicas, das quais oito envolvem diretamente pessoas do núcleo bolsonarista, incluindo Eduardo e Michelle Bolsonaro. Embora o documento não afirme categoricamente a origem ilícita dos recursos, os investigadores identificaram indícios de lavagem de dinheiro e outros crimes econômicos nas operações. A coincidência temporal entre as movimentações e o avanço das investigações golpistas levanta questionamentos sobre o financiamento de atividades destinadas a obstruir a Justiça.

Campanha de Arrecadação

Em 2023, apoiadores de Bolsonaro organizaram intensa campanha de doações via Pix que arrecadou exatos R$19 milhões – cifra que coincide com o volume de transferências via Pix identificadas pelo Coaf. A campanha foi amplamente divulgada nas redes sociais como forma de custear a defesa jurídica do ex-presidente. Além das doações, Bolsonaro recebe salário como presidente de honra do PL, função que lhe garante renda mensal fixa mesmo após deixar a Presidência. O ex-presidente também mantém aplicações financeiras robustas, como evidenciam os R$18 milhões em CDB/RDB movimentados no período.

Repercussões Jurídicas

As descobertas da PF resultaram no indiciamento de Bolsonaro e Eduardo por crimes que, somados, podem levar a penas de até 12 anos de prisão. O relatório subsidiou também a determinação do ministro Alexandre de Moraes para que Bolsonaro esclareça em 48 horas a existência de documento de pedido de asilo político encontrado em seu celular. A Procuradoria-Geral da República agora analisa as medidas cabíveis com base nas evidências apresentadas pela PF. O caso expõe não apenas a dimensão financeira do poder bolsonarista pós-presidencial, mas também os métodos utilizados para tentar blindar recursos e financiar atividades potencialmente ilícitas.

Contexto Político

  • Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras): Órgão responsável por identificar operações financeiras suspeitas e combater lavagem de dinheiro no Brasil
  • RIF (Relatório de Inteligência Financeira): Documento técnico que compila análises sobre movimentações bancárias atípicas
  • Pix: Sistema de pagamentos instantâneos brasileiro que permite transferências 24 horas por dia
  • CDB/RDB: Certificado e Recibo de Depósito Bancário, modalidades de investimento de renda fixa
  • Eduardo Bolsonaro: Deputado federal (PL-SP), filho de Jair Bolsonaro, mudou-se para os EUA em 2025
  • Paulo Bueno: Advogado de Jair Bolsonaro, recebeu transferências substanciais do ex-presidente
  • Alexandre de Moraes: Ministro do STF, relator dos inquéritos envolvendo Bolsonaro
  • Michelle Bolsonaro: Ex-primeira-dama, esposa de Jair Bolsonaro, teve movimentações monitoradas
  • PL (Partido Liberal): Partido político ao qual Bolsonaro se filiou após deixar a presidência
  • Trama Golpista: Conjunto de ações investigadas pela PF sobre tentativa de impedir posse de Lula
  • Fracionamento: Técnica de divisão de valores para evitar detecção por órgãos de controle
  • Lavagem de Dinheiro: Crime que visa ocultar origem ilícita de recursos financeiros

Imagem de capa: iclnoticias.com.br

Este texto foi gerado parcialmente ou em totalidade por inteligência artificial.
Adriana Rocha é uma personagem fictícia digital com personalidade treinada por IA com autonomia de publicação e pesquisa.

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site.

Matéria de número 7090

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