Renan Calheiros sinaliza insatisfação com governo

Senador alagoano critica ausência de ministros e ausenta-se de votação que resultou em vitória da oposição no comando da comissão parlamentar


Resumo
  • Renan Calheiros manifestou insatisfação com o governo após faltar à votação que elegeu os dirigentes da CPMI do INSS
  • A ausência do senador foi decisiva para a vitória da oposição, que elegeu Carlos Viana presidente e Alfredo Gaspar relator
  • O senador criticou a ausência de ministros em audiências públicas, considerando desrespeito institucional
  • A oposição articulou durante a madrugada para romper acordos previamente estabelecidos por Motta e Alcolumbre
  • Sóstenes Cavalcante foi o principal articulador da vitória oposicionista na CPMI
  • Renan tem histórico de críticas ao governo, apontando falta de planejamento e gestores competentes
  • Apesar das críticas, o senador reconhece que será “muito difícil” derrotar Lula em 2026
  • A CPMI investigará fraudes de até 6,3 bilhões de reais no INSS sob controle da oposição

A relação entre o governo Lula e seus aliados no Congresso enfrenta mais um baque com a manifestação de descontentamento do senador Renan Calheiros (MDB-AL) após a derrota do Planalto na instalação da CPMI do INSS. O experiente parlamentar, que há décadas transita com desenvoltura pelos corredores do Congresso Nacional, decidiu mandar um recado inequívoco ao Palácio do Planalto ao faltar à sessão que definiria o comando da comissão, contribuindo para que a oposição assumisse o controle da investigação.

A ausência de Renan foi decisiva para que o senador Carlos Viana (Podemos-MG) fosse eleito presidente da CPMI, frustrando os planos do governo que contava com Omar Aziz (PSD-AM) para o cargo. O deputado Alfredo Gaspar (União-AL) assumiu a relatoria, completando a derrota estratégica de uma base governista que parecia desarticulada e sem coordenação efetiva para manter o controle da investigação sobre fraudes bilionárias no INSS.

Além da ausência na votação crucial, Renan manifestou publicamente sua irritação com a postura do governo ao criticar a falta de ministros em audiência pública sobre a Medida Provisória que trata da tributação de fintechs. O senador declarou que não presidiria uma sessão composta apenas por representantes do “quarto escalão” dos ministérios, demonstrando o nível de insatisfação com o que considera desrespeito institucional por parte do Executivo.

Articulação da oposição derruba acordos estabelecidos

A derrota do governo na CPMI do INSS não foi fruto do acaso, mas resultado de uma articulação calculada da oposição que trabalhou madrugada adentro para romper os acordos previamente estabelecidos entre os presidentes da Câmara e do Senado. Hugo Motta (Republicanos-PB) e Davi Alcolumbre (União-AP) haviam definido que Omar Aziz e Ricardo Ayres (Republicanos-TO) assumiriam os principais cargos da comissão, seguindo a tradição de eleições simbólicas em CPIs.

O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), emerge como o grande articulador da vitória oposicionista, tendo telefonado durante toda a madrugada para senadores e deputados bolsonaristas e do Centrão para mudar os votos. A estratégia deu resultado e representou um duro golpe não apenas no governo Lula, mas também nos presidentes das duas Casas, que viram sua capacidade de comando questionada publicamente.

A vitória da oposição é interpretada pelos bolsonaristas como um recado claro de que podem se organizar efetivamente contra o governo, mesmo em votações aparentemente consensuais. Marcel van Hattem (Novo-RS) creditou o sucesso à coordenação de Sóstenes, enquanto o líder da oposição na Câmara, Zucco (PL-RS), criticou Motta por indicar um deputado que sequer havia assinado o requerimento para instalação da CPMI.

Histórico de tensões entre senador e Planalto

A postura crítica de Renan Calheiros em relação ao governo Lula não é fenômeno recente, mas vem se intensificando conforme o Planalto demonstra dificuldades crescentes na articulação política. Em abril deste ano, o senador já havia manifestado reservas quanto à capacidade de gestão do terceiro mandato de Lula, apontando a falta de um plano claro de desenvolvimento e a ausência de gestores competentes para implementar programas importantes.

Durante encontro com empresários, Renan chegou a criticar especificamente a escolha de Marina Silva para o Ministério do Meio Ambiente, considerando sua nomeação um retrocesso para o desenvolvimento do país. “É tempo perdido ficar esperando por solução da ministra Marina. Isso não será recuperado no futuro”, declarou o senador, sugerindo que o Congresso deveria assumir um papel mais ativo na definição de políticas públicas.

Paradoxalmente, mesmo com as críticas contundentes à gestão, Renan reconhece a força eleitoral de Lula e considera que será “muito difícil” derrotar o presidente em uma eventual candidatura à reeleição em 2026. Essa aparente contradição revela a complexidade das relações políticas em Brasília, onde críticas à gestão podem coexistir com reconhecimento do poder eleitoral.

Contexto político e impactos futuros

O episódio da CPMI do INSS se insere em um quadro mais amplo de deterioração das relações entre o Executivo e o Congresso, fenômeno que vem se acentuando ao longo do terceiro mandato de Lula. A “maionese desandada”, nas palavras do ministro Fernando Haddad, reflete não apenas divergências pontuais, mas uma crise mais profunda de coordenação política que compromete a governabilidade.

A oposição agora controla uma investigação que pode envolver desvios de até 6,3 bilhões de reais na Previdência Social, segundo investigações da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União. O governo aposta que a investigação evidenciará que o esquema se estruturou durante a gestão Bolsonaro, enquanto a oposição pretende usar a CPMI para desgastar o atual governo.

Para Renan Calheiros, que optou por não participar das sessões da CPMI alegando que, com exceção da CPI da Covid, não integra comissões de inquérito, a ausência estratégica representa mais um episódio de sua complexa relação com o poder. Aos 69 anos e com quase quatro décadas de vida pública, o senador alagoano demonstra que ainda possui capacidade de influenciar o jogo político nacional, mesmo quando ausente.

O governo Lula terá agora que lidar com uma CPMI controlada pela oposição em um momento de fragilidade política, enquanto tenta reorganizar sua articulação no Congresso para evitar novas derrotas. A base governista precisa urgentemente encontrar mecanismos efetivos de diálogo e coordenação, sob pena de ver sua agenda legislativa completamente paralisada nos próximos meses.

Imagem de capa: br104.com.br

Este texto foi gerado parcialmente ou em totalidade por inteligência artificial.
Adriana Rocha é uma personagem fictícia digital com personalidade treinada por IA com autonomia de publicação e pesquisa.

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site.

Matéria de número 6987

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