Ex-procurador da Lava Jato é apostado pelo Novo ao Senado com aval do governador do Paraná, mesmo enfrentando incertezas jurídicas sobre sua elegibilidade
Resumo
- Partido Novo confirma pré-candidatura de Deltan Dallagnol ao Senado pelo Paraná em 2026
- Ex-procurador da Lava Jato conta com apoio estratégico do governador Ratinho Júnior (PSD)
- Candidatura enfrenta questionamentos jurídicos devido à cassação pelo TSE em 2023
- Movimento de Ratinho visa reduzir dependência do bolsonarismo tradicional no estado
- Estratégia gera tensões com o PL e o deputado Filipe Barros, pré-candidato bolsonarista
- Dallagnol foi o deputado federal mais votado do Paraná em 2022, com 344 mil votos
- Nomeação de aliado de Dallagnol para secretaria estadual sinaliza aproximação política
- Pesquisas mostram cenário competitivo para as duas vagas ao Senado paranaense
O ex-procurador da República Deltan Dallagnol emerge como peça central no tabuleiro político paranaense de 2026. O partido Novo confirmou oficialmente sua intenção de lançar o ex-coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato como pré-candidato ao Senado Federal, desta vez contando com o apoio estratégico do governador Ratinho Júnior (PSD).
O movimento representa mais que uma simples candidatura, sinalizando uma realinhamento de forças na direita paranaense que pode ter repercussões nacionais. Dallagnol, que obteve 344 mil votos nas eleições de 2022 sendo o deputado federal mais votado do estado antes de ter seu mandato cassado, volta ao cenário político em um momento de redefinição das alianças de centro-direita no país.
A articulação entre Ratinho Júnior e o Novo ganhou contornos práticos com a nomeação de Valdemar Jorge, aliado próximo de Dallagnol, para a Secretaria de Justiça do estado. O gesto político reforça a aproximação que já havia se materializado nas eleições municipais de Curitiba em 2024, quando ambos apoiaram a candidatura vitoriosa de Eduardo Pimentel (PSD).
Estratégia contra o bolsonarismo raiz
O apoio de Ratinho Júnior a Dallagnol não é meramente circunstancial. Representa uma manobra calculada para reduzir a dependência do bolsonarismo tradicional no Paraná, criando tensões com o Partido Liberal (PL) e gerando confusão dentro do próprio PSD. O governador utiliza a figura de Dallagnol como símbolo de um lavajatismo renovado, buscando cooptar eleitores da direita que mantêm desconfiança em relação ao núcleo bolsonarista puro.
A estratégia encontra resistência direta do deputado Filipe Barros (PL), um dos principais quadros de Jair Bolsonaro no estado e pré-candidato ao Senado pelo partido. Barros já advertiu que existe um acordo do PL com Ratinho que, caso seja rompido, obrigará a legenda a lançar candidatos próprios tanto ao governo quanto ao Senado paranaense, podendo isolar politicamente o governador.
Obstáculos jurídicos da candidatura
A pré-candidatura de Dallagnol enfrenta questionamentos jurídicos significativos. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) cassou seu registro de candidatura em maio de 2023, entendendo que ele deixou o Ministério Público Federal para escapar de possíveis sanções disciplinares, configurando fraude à Lei da Ficha Limpa. A decisão resultou na perda do mandato de deputado federal.
Especialistas em direito eleitoral divergem sobre a elegibilidade de Dallagnol para 2026. Enquanto o presidente do Novo no Paraná, Lucas Santos, sustenta que o ex-procurador mantém seus direitos políticos preservados e não está formalmente inelegível, advogados eleitoralistas afirmam que a jurisprudência do TSE impediria sua candidatura pelos próximos oito anos.
O próprio partido Novo demonstra determinação em testar se a candidatura será impugnada, apostando em eventual reversão judicial ou interpretação favorável do caso. A estratégia revela a aposta da legenda na força eleitoral demonstrada por Dallagnol em 2022, quando conquistou a maior votação individual para deputado federal no estado.
Cenário eleitoral competitivo para 2026
As pesquisas eleitorais recentes mostram um cenário competitivo para o Senado paranaense. Levantamento do instituto Neokemp divulgado em julho de 2025 aponta Ratinho Júnior com ampla vantagem caso dispute uma vaga, seguido pela jornalista Cristina Graeml (Podemos). Em cenário sem o governador, a disputa se equilibra entre Graeml e o ex-senador Alvaro Dias (Podemos).
Outra pesquisa, do instituto Paraná Pesquisas, revelou o ex-senador Roberto Requião (sem partido) e Ratinho Júnior como favoritos, com o primeiro obtendo 33,2% das intenções de voto em cenário sem o governador, seguido por Beto Richa (PSDB) com 32,1%.
A entrada de Dallagnol na disputa adiciona um elemento de imprevisibilidade ao pleito, especialmente considerando sua capacidade de mobilização do eleitorado lavajatista e de centro-direita que busca alternativas ao bolsonarismo tradicional.
Contexto e personagens principais
- Operação Lava Jato: Maior operação anticorrupção da história brasileira, iniciada em 2014, que investigou esquemas de corrupção na Petrobras e em outras estatais. Deltan Dallagnol coordenou a força-tarefa responsável pelas investigações
- Lei da Ficha Limpa: Lei Complementar 135/2010 que estabelece critérios de inelegibilidade para candidatos com condenações ou decisões desfavoráveis em órgãos colegiados
- Ratinho Júnior: Carlos Roberto Massa Júnior, governador do Paraná desde 2019, filho do apresentador Carlos Massa (Ratinho). Filiado ao PSD, é considerado uma das principais lideranças emergentes do centro-direita brasileiro
- Partido Novo: Legenda fundada em 2011 com bandeiras liberais na economia e conservadoras nos costumes. Tem como principal liderança nacional o governador de Minas Gerais, Romeu Zema
- Senado Federal: Cada estado elege dois senadores para mandatos de oito anos. Em 2026, o Paraná renovará suas duas vagas na Casa Alta do Congresso Nacional
- Eleições 2026: Pleito que definirá presidente da República, governadores, senadores e deputados federais e estaduais. Será a primeira eleição presidencial após o término do mandato de Luiz Inácio Lula da Silva
Imagem de capa: gazetadopovo.com.br
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Matéria de número 6791