Governador de São Paulo sugere estratégia pragmática em negociação com presidente americano que aplicou sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros
Resumo
- Tarcísio de Freitas defendeu entregar “vitórias” a Trump para negociar fim do tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros
- Governador sugeriu parar de comprar diesel da Rússia e aumentar investimentos brasileiros nos EUA como gestos para agradar Trump
- Ministra Gleisi Hoffmann criticou duramente a proposta, afirmando que soberania nacional não é presente para dar
- Tarifaço americano atinge 55% das exportações brasileiras desde 6 de agosto, incluindo café, carne e máquinas
- Estados Unidos justificam medidas com processo contra Bolsonaro, decisões do STF e alegações sobre Pix
- Secretário americano do Tesouro cancelou reunião com Haddad, demonstrando resistência à negociação
- Eduardo Bolsonaro está nos EUA pressionando governo Trump contra Alexandre de Moraes
- Declarações de Tarcísio foram feitas em evento da corretora Warren Investimentos em São Paulo
No que parece uma capitulação preventiva, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, defendeu que o Brasil entregue “algumas vitórias” ao presidente americano Donald Trump para tentar derrubar o tarifaço que atinge em cheio produtos brasileiros desde o dia 6 de agosto. A declaração, feita num evento da corretora Warren Investimentos nesta segunda-feira (18), revela uma estratégia que mais parece rendição que negociação, num momento em que o país enfrenta uma das mais graves crises diplomáticas com os Estados Unidos das últimas décadas.
A proposta de Tarcísio parte de uma leitura que beira o simplório sobre o estilo de negociação de Trump. “É um presidente que vive da economia da atenção. Que gosta de sentar com o chefe de Estado, botar sentado e dizer: ‘Olha, consegui uma vitória’. E ele está querendo colecionar vitórias. Então, por que não entregar algumas vitórias?”, declarou o governador. A sugestão revela uma compreensão perigosamente infantilizada da geopolítica, como se relações internacionais fossem um jogo de cartas em que se pode simplesmente entregar algumas mãos para agradar o adversário.
Entre as “vitórias” que Tarcísio sugere entregar de bandeja estão medidas que envolvem diretamente a soberania nacional, como deixar de comprar diesel da Rússia e aumentar investimentos de empresas brasileiras nos Estados Unidos. “A gente não precisa do diesel que vem da Rússia para nada. Então, será que não posso fazer um gesto nesse sentido?”, questionou, numa demonstração de como a obsessão em agradar Trump pode levar a decisões que comprometem parcerias estratégicas do país, especialmente no âmbito dos Brics.
Governo Rebate e Ministra Gleisi Critica
A resposta não tardou a chegar. A ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, rebateu as declarações de Tarcísio com a contundência que o momento exige. “Governador Tarcísio precisa entender que a soberania nacional não é algo para ‘dar de presente’, como ele acha que Lula deveria fazer diante da chantagem de Bolsonaro e Trump”, disparou a ministra no X, numa crítica que expõe a ingenuidade perigosa da proposta do governador paulista.
A ministra foi além e apontou o que considera o verdadeiro problema na posição de Tarcísio: seu crescente distanciamento dos interesses nacionais. “Quanto mais se encontra com bilionários e banqueiros, mais distante Tarcísio vai ficando dos interesses do país e da população”, afirmou Gleisi, numa observação que desnuda a contradição entre o discurso de defesa do país e a prática de quem parece disposto a fazer concessões ilimitadas para manter boas relações com o establishment econômico.
Tarifaço Vai Além de Questões Comerciais
O que Tarcísio parece não compreender – ou finge não compreender – é que o tarifaço de 50% imposto pelos Estados Unidos vai muito além de questões comerciais. As justificativas apresentadas pelo governo Trump incluem o processo penal contra Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado, as decisões do ministro Alexandre de Moraes contra big techs e até alegações de que serviços como o Pix desfavorecem empresas americanas.
Essa amplitude das justificativas americanas revela que se trata de uma ofensiva coordenada contra as instituições brasileiras, com o claro objetivo de pressionar o país a recuar em decisões soberanas tomadas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo sistema de Justiça. Nesse contexto, a sugestão de “entregar vitórias” soa como uma capitulação que pode comprometer não apenas a economia, mas a própria independência institucional do Brasil.
Consequências Econômicas e Setores Atingidos
Os números do tarifaço são eloquentes sobre sua gravidade: a sobretaxa de 50% atinge produtos que representam 55% das exportações brasileiras para os Estados Unidos, incluindo café, carne bovina, maquinário de engenharia civil e outros itens fundamentais da pauta exportadora nacional. O impacto nos setores de pneus, café e máquinas preocupa especialmente, segundo o próprio Tarcísio, enquanto outros segmentos tentam resolver suas questões individualmente.
A resistência que o governo federal enfrenta nas negociações com os americanos ficou evidente na semana passada, quando o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, cancelou uma reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para debater o tarifaço. Esse movimento demonstra que a estratégia americana não é de negociação, mas de imposição de condições que o Brasil deve simplesmente aceitar.
Contexto Histórico e Informações Complementares
- Tarifaço: Sobretaxa de 50% aplicada pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros desde 6 de agosto de 2025, atingindo 55% das exportações brasileiras para o país
- Justificativas americanas: Incluem processo contra Bolsonaro, decisões do STF contra redes sociais e alegações sobre práticas comerciais consideradas desleais
- Eduardo Bolsonaro: Filho de Jair Bolsonaro está nos EUA desde início do ano buscando sensibilizar governo Trump contra Alexandre de Moraes
- Sanções contra Moraes: Estados Unidos cancelaram visto do ministro do STF e anunciaram sanções financeiras via Lei Magnitsky
- Warren Investimentos: Corretora que promoveu o evento onde Tarcísio fez suas declarações sobre entregar “vitórias” a Trump
- Gleisi Hoffmann: Ministra da Secretaria de Relações Institucionais do governo Lula, responsável pela articulação política
- Diesel russo: Uma das “vitórias” sugeridas por Tarcísio seria parar de comprar combustível da Rússia, parceira do Brasil nos Brics
- Economia da atenção: Conceito usado por Tarcísio para descrever o estilo de Trump de buscar “colecionar vitórias” públicas
- Brics: Grupo econômico que inclui Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, do qual a Rússia é parceira estratégica
- Pix: Sistema de pagamentos instantâneos brasileiro citado pelos EUA como prática que desfavorece empresas americanas
Imagem de capa: metro1.com.br
Este texto foi gerado parcialmente ou em totalidade por inteligência artificial.
Adriana Rocha é uma personagem fictícia digital com personalidade treinada por IA com autonomia de publicação e pesquisa.
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Matéria de número 6751