Vice-prefeita Jéssica Cormick assume o comando da quarta maior cidade paulista após PF descobrir R$ 14 milhões em espécie com operador financeiro da suposta organização criminosa
Resumo
- Prefeito Marcelo Lima (Podemos) foi afastado por um ano do cargo em São Bernardo do Campo após Operação Estafeta da PF
- Esquema de corrupção envolveu R$ 14 milhões encontrados com operador financeiro foragido Paulo Iran
- Dois empresários e um servidor municipal foram presos durante a operação
- Vice-prefeita Jéssica Cormick (Avante) assumiu a administração da cidade
- Primo do prefeito e presidente da Câmara Municipal também foi afastado
- Histórico de controvérsias inclui exoneração em 2021 e perda de mandato federal em 2023
- Investigação apura propinas em contratos de obras, saúde e manutenção
- Uso obrigatório de tornozeleira eletrônica e restrições de circulação foram impostas
O prefeito de São Bernardo do Campo, Marcelo Lima (Podemos), foi afastado do cargo por um ano após uma operação da Polícia Federal que desmantelou um suposto esquema de corrupção e lavagem de dinheiro na prefeitura da quarta maior cidade do estado de São Paulo. A decisão judicial, que inclui o uso obrigatório de tornozeleira eletrônica, marcou mais um capítulo da controversa trajetória política do mandatário que já havia perdido cargos anteriores por suspeitas similares.
A Operação Estafeta, deflagrada na quinta-feira (14), resultou na prisão de dois empresários e um servidor municipal, além da apreensão de R$ 1,9 milhão em dinheiro vivo durante as buscas. As investigações apontam para um complexo sistema de propinas em contratos municipais envolvendo obras, saúde e manutenção, com ramificações que podem atingir outras cidades da região do Grande ABC.
O esquema veio à tona após a descoberta casual de R$ 14 milhões em espécie (entre reais e dólares) com Paulo Iran Paulino Costa, servidor da Assembleia Legislativa de São Paulo identificado como operador financeiro da organização. A cifra foi encontrada em julho, quando a PF realizava uma operação distinta e abordou o funcionário público, que hoje está foragido. Com o afastamento de Marcelo Lima, a vice-prefeita Jéssica Cormick (Avante), de 38 anos e sargento da Polícia Militar, assumiu a administração municipal.
Funcionamento do esquema milionário
Segundo as investigações do Ministério Público de São Paulo, a rede criminosa operava através de uma estrutura definida para captação de valores ilícitos na prefeitura de São Bernardo. O esquema funcionava mediante recebimento de vantagens financeiras em espécie de empresas com vultosos contratos municipais nas áreas de coleta de resíduos, engenharia, informática e saúde.
Paulo Iran, o operador financeiro foragido, era responsável pela arrecadação e distribuição dos valores pagos pelas empresas contratadas. Durante as buscas, foram encontrados R$ 1,947 milhão na residência do sócio de uma empresa de terraplanagem e R$ 210 mil na casa do sócio de uma empresa de medicamentos. As investigações revelaram ainda que o esquema utilizava celulares clandestinos e códigos para comunicação.
Entre os presos estão Edmilson Carvalho, sócio da Terraplanagem Alzira Franco, e Caio Fabbri, da Quality Medical, empresa que mantém contratos com a prefeitura. Antonio Renê da Silva, diretor de departamento na Secretaria de Coordenação Governamental, também foi detido. O Ministério Público obteve quebra de sigilo fiscal e bancário de 34 pessoas físicas e jurídicas.
Passado repleto de escândalos
Esta não é a primeira vez que Marcelo de Lima Fernandes enfrenta problemas judiciais relacionados à corrupção. Em outubro de 2021, ele foi exonerado do cargo de secretário de Serviços Urbanos de São Bernardo após operação do Ministério Público que apurava fraudes em licitações e corrupção em contratos da própria secretaria que comandava.
Em 2023, Marcelo Lima perdeu o mandato de deputado federal. O político do Podemos construiu sua carreira política transitando entre diferentes funções públicas na cidade do Grande ABC, sempre cercado de polêmicas relacionadas à gestão de recursos públicos. Sua posse como prefeito ocorreu em 1º de janeiro de 2025, poucos meses antes de ser novamente afastado por suspeitas criminais.
O afastamento por um ano pode ser prorrogado pela 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo. Além das restrições de circulação noturna e nos finais de semana, Marcelo Lima não pode se ausentar da cidade sem autorização judicial. A decisão atende pedido do Ministério Público paulista, que apontou complexa rede criminosa na administração municipal.
Familiares e aliados também atingidos
A investigação não se limitou ao prefeito afastado. Danilo Lima Ramos (Podemos), primo de Marcelo Lima e presidente da Câmara Municipal, também foi afastado das funções públicas por um ano. Segundo a PF, Danilo recebia altas quantias em dinheiro do operador financeiro Paulo Iran.
Ary José de Oliveira (PRTB), suplente de vereador, está entre os alvos das investigações. Outros servidores municipais afastados incluem Fabio Augusto do Prado, secretário de coordenação governamental, e Paulo Sérgio Guidetti, servidor municipal. A Justiça proibiu comunicação entre os políticos investigados, mesmo com intermédio de terceiros.
A operação cumpriu 20 mandados de busca e apreensão em São Bernardo do Campo, Santo André, Mauá, Diadema e na capital paulista. Os investigados poderão responder por corrupção passiva e ativa, lavagem de dinheiro e organização criminosa. A prefeitura informou em nota que colaborará com todas as informações necessárias e que a gestão municipal é a principal interessada para que tudo seja devidamente apurado.
Imagem de capa: agenciamural.org.br
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Matéria de número 6171