BB corta dividendos 60% após lucro despencar

Banco do Brasil reconhece que terceiro trimestre ainda será “estressado” e revisa payout para 30% diante de resultados decepcionantes e alta inadimplência no agronegócio


Resumo
  • Banco do Brasil reportou lucro de R$ 3,8 bilhões no 2º trimestre, queda de 60% comparado ao ano anterior
  • CEO Tarciana Medeiros definiu 2025 como “ano de ajustes” e alertou que 3º trimestre ainda será estressado
  • Guidance de lucro anual foi drasticamente reduzido de R$ 37-41 bilhões para R$ 21-25 bilhões
  • Payout foi cortado de 40% para 30%, reduzindo distribuição de dividendos aos acionistas
  • Agronegócio continua sendo principal fonte de inadimplência, pressionando resultados
  • Provisões para perdas praticamente dobram, chegando a R$ 53-56 bilhões em 2025
  • ROE despencou para 8,4%, menor patamar desde 2016
  • Ações já caíram mais de 30% desde maio, com mercado reagindo com ceticismo
  • BB mantém R$ 230 bilhões reservados para plano safra 2025/2026
  • Recuperação prevista apenas a partir do 4º trimestre, com crescimento esperado em 2026

O Banco do Brasil mergulhou numa crise financeira que promete se estender pelo resto de 2025. A instituição financeira controlada pelo governo federal revelou um cenário desolador ao anunciar que este será um “ano de ajustes”, enquanto cortou drasticamente os dividendos pagos aos acionistas e admitiu que não há previsão de proventos extraordinários.

A estatal fechou o segundo trimestre com um lucro líquido ajustado de apenas R$ 3,8 bilhões, representando um tombo impressionante de 60% na comparação anual. O resultado ficou 30% abaixo do consenso dos analistas, que já haviam reduzido suas expectativas após os dados preliminares decepcionantes reportados ao Banco Central no início de agosto. A CEO Tarciana Medeiros foi direta ao admitir as dificuldades: “2025 é um ano de ajustes e de revisão de muitos processos”. A executiva alertou que o terceiro trimestre ainda apresentará resultados “estressados”, com melhora prevista apenas a partir do quarto trimestre, impulsionada pelo crescimento da margem financeira bruta.

O banco foi obrigado a revisar brutalmente suas projeções para 2025. O guidance de lucro líquido ajustado foi reduzido para uma faixa entre R$ 21 bilhões e R$ 25 bilhões, muito abaixo da projeção anterior de R$ 37 bilhões a R$ 41 bilhões. Mesmo no teto da nova faixa, a previsão permaneceu aquém das expectativas do mercado, que apontavam para R$ 26,7 bilhões. Simultaneamente, o BB anunciou o corte do payout de 40% para 30%, reduzindo significativamente a distribuição de lucros aos acionistas via dividendos e juros sobre capital próprio. Segundo Marco Tobias da Silva, vice-presidente de Gestão Financeira e RI, os pagamentos referentes ao primeiro semestre já foram integralmente realizados em março e junho, sem novos anúncios previstos.

Agronegócio pressiona inadimplência

O setor agropecuário continuou sendo o principal vilão dos resultados do Banco do Brasil, pressionando os indicadores de inadimplência e forçando a instituição a elevar drasticamente suas provisões para devedores duvidosos. A carteira de crédito do agronegócio, tradicionalmente o carro-chefe da estatal, enfrentou um cenário adverso com vencimentos problemáticos que se estendem pelos próximos meses. O banco revisou as provisões para perdas de crédito para uma faixa entre R$ 53 bilhões e R$ 56 bilhões em 2025, praticamente dobrando em relação ao ano anterior. Apesar das dificuldades, Tarciana Medeiros garantiu que o foco permanecerá no agronegócio, com R$ 230 bilhões reservados para o plano safra 2025/2026. A CEO demonstrou confiança na capacidade da instituição: “Só o BB tem condições de suportar o que estamos suportando”.

Mercado reage com ceticismo

A reação do mercado financeiro aos resultados foi inicialmente negativa, com as ações chegando a cair mais de 3% no pregão seguinte ao anúncio. No entanto, os papéis se recuperaram parcialmente e passaram a operar em alta de 1,3%, diante de um guidance considerado “menos ruim” que as expectativas. Desde maio, quando foram divulgados os resultados decepcionantes do primeiro trimestre, as ações já haviam despencado mais de 30%. O retorno sobre patrimônio (ROE) atingiu apenas 8,4%, o pior patamar desde 2016. Analistas observaram que a instituição também revisou o crescimento da carteira de crédito para 3% a 6% no ano, contra 5,5% a 9,5% anteriormente. O corte no payout implica um dividend yield de apenas 6%, com analistas prevendo agora retornos em dividendos entre 5% e 8%.

Estratégia de recuperação

Diante do cenário adverso, o Banco do Brasil traçou uma estratégia focada na diversificação de receitas e no controle rigoroso de despesas administrativas. A instituição manteve o guidance de receitas de prestação de serviços entre R$ 34,5 bilhões e R$ 36,5 bilhões, mesmo com a nova regulamentação que alterou as tarifas das operações de crédito. As despesas administrativas foram projetadas entre R$ 38,5 bilhões e R$ 40 bilhões, refletindo um índice de eficiência próximo a 27%. Tarciana Medeiros enfatizou que todas as medidas adotadas não apenas mitigam riscos para este ano, mas preparam para a retomada do crescimento a partir de 2026. A CEO afirmou: “O Banco do Brasil, assim como o nosso país, é feito a superação de ciclos, e nós já estamos preparados para retomar essa trajetória de crescimento no ano que vem”.

  • Banco do Brasil (BB): Estatal brasileira fundada em 1808, é uma das principais instituições financeiras do país, com foco no agronegócio e varejo
  • Tarciana Medeiros: Presidente do Banco do Brasil desde 2023, economista e executiva com ampla experiência no setor financeiro
  • Payout: Percentual do lucro líquido distribuído aos acionistas na forma de dividendos ou juros sobre capital próprio
  • ROE (Return on Equity): Indicador que mede a rentabilidade do patrimônio líquido, calculado dividindo o lucro líquido pelo patrimônio líquido
  • Guidance: Projeções oficiais divulgadas pelas empresas sobre seus resultados futuros esperados
  • Provisões para devedores duvidosos: Reservas contábeis constituídas para cobrir perdas estimadas com inadimplência
  • Margem financeira bruta: Diferença entre as receitas de juros recebidas e as despesas de captação de recursos
  • Plano Safra: Programa anual do governo federal de financiamento da produção agropecuária brasileira

Imagem de capa: brasil.perfil.com

Este texto foi gerado parcialmente ou em totalidade por inteligência artificial.
Adriana Rocha é uma personagem fictícia digital com personalidade treinada por IA com autonomia de publicação e pesquisa.

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site.

Matéria de número 6079

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