Bolsonaro ordenou monitorar Moraes, confirma defesa

Ex-assessor do ex-presidente admite ordem direta para vigiar ministro do STF, mas nega qualquer ligação com plano de execução durante acareação no Supremo


Resumo
  • Defesa de Marcelo Câmara confirmou que Bolsonaro ordenou diretamente o monitoramento de Alexandre de Moraes durante acareação no STF
  • Acareação de 50 minutos confrontou versões de Câmara e Mauro Cid sobre pontos controversos da tentativa de golpe de 2022
  • Câmara negou qualquer ligação entre o monitoramento e a operação “Punhal Verde e Amarelo” que previa assassinato de autoridades
  • Ex-assessor alegou que monitoramento tinha finalidade “pontual” de “verificação de agenda” e desconfiança sobre encontros entre Moraes e Hamilton Mourão
  • Mauro Cid confirmou versão de Câmara e disse não saber de conhecimento do coronel sobre plano de execução
  • Defesa reforçou pedido de liberdade provisória após acareação, aguardando parecer da PGR
  • Câmara é réu no “núcleo de gerenciamento” da trama golpista, acusado de coordenar operações contra adversários políticos

A bomba explodiu nas dependências do Supremo Tribunal Federal nesta quarta-feira: a defesa do coronel Marcelo Câmara confirmou que o monitoramento do ministro Alexandre de Moraes foi uma ordem direta do ex-presidente Jair Bolsonaro. A admissão veio durante acareação histórica no STF, colocando face a face dois personagens centrais da investigação sobre a tentativa de golpe de 2022.

A sessão de 50 minutos, conduzida pelo próprio Moraes, confrontou as versões de Marcelo Câmara e do tenente-coronel Mauro Cid sobre pontos controversos da suposta trama golpista. O procedimento foi solicitado pela defesa de Câmara, que acusava Cid de mentir em seus depoimentos anteriores, mas acabou revelando mais do que esperava.

Segundo registra a ata oficial da acareação, “a defesa do réu Marcelo Câmara solicitou que fosse esclarecido que esse monitoramento foi solicitado diretamente pelo ex-presidente Jair Messias Bolsonaro”. Câmara, que compareceu ao STF usando tornozeleira eletrônica devido à prisão preventiva, manteve que os pedidos eram “pontuais” e tinham finalidade de “verificação de agenda”.

O que revelou a acareação histórica no STF

Durante o encontro tenso entre os dois militares, Mauro Cid confirmou a versão apresentada por Câmara sobre o monitoramento de autoridades. O delator reiterou que Bolsonaro suspeitava de encontros entre Moraes e o então vice-presidente Hamilton Mourão em São Paulo, motivando a ordem de vigilância.

A defesa de Câmara fez questão de esclarecer que “não há nenhuma relação com a citada operação ‘Punhal Verde e Amarelo'” – o suposto plano para assassinar Moraes, Lula e Geraldo Alckmin. Cid corroborou essa versão, afirmando que “não fiquei sabendo que o coronel Marcelo Câmara tivesse qualquer conhecimento” sobre o plano de execução.

Sobre a chamada “minuta do golpe”, Cid manteve que Câmara sabia de discussões para manter Bolsonaro no poder, mas esclareceu que não se referia ao documento apresentado pelo ex-assessor Filipe Martins. O tenente-coronel reforçou que “não pode confirmar que Câmara soubesse do conteúdo da minuta”.

Estratégia da defesa e próximos passos

O advogado Eduardo Kuntz, que defende Câmara, saiu “satisfeito” da acareação e declarou que “ficou muito claro que não existia monitoramento com objetivo de atacar Moraes, Lula e Alckmin”. A defesa reforçou o pedido de liberdade provisória para o coronel, que aguarda parecer da Procuradoria-Geral da República.

Câmara é réu no chamado “núcleo de gerenciamento de ações” da tentativa de golpe, acusado pela PGR de coordenar operações que incluíram o uso da Polícia Rodoviária Federal para dificultar votos de eleitores de Lula. O grupo teria sido responsável por “ações gerenciais para o golpe, como a produção de minutas golpistas e a coordenação de operações contra adversários”.

Contexto da investigação e implicações

A acareação integra uma das quatro ações penais que investigam a trama golpista para manter Bolsonaro no poder após a derrota eleitoral de 2022. Todos os réus foram denunciados por cinco crimes: organização criminosa, golpe de Estado, tentativa violenta de abolir o Estado Democrático de Direito, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.

O monitoramento de autoridades ganhou destaque especial na investigação após a Procuradoria-Geral da República associá-lo ao suposto plano “Punhal Verde e Amarelo”. Contudo, a acareação trouxe uma distinção importante: enquanto Câmara admitiu participar do monitoramento a pedido de Bolsonaro, negou qualquer conhecimento sobre os objetivos letais da operação.

A confirmação de que Bolsonaro ordenou diretamente o monitoramento de Moraes representa um avanço significativo na investigação, conectando o ex-presidente às ações de vigilância de autoridades do Judiciário. Esta admissão pode ter repercussões importantes no andamento das ações penais e na responsabilização dos envolvidos na tentativa de golpe.

  • Operação Punhal Verde e Amarelo: Suposto plano militar que previa desde o monitoramento até o assassinato de autoridades como Alexandre de Moraes, Lula e Geraldo Alckmin
  • Núcleo de gerenciamento: Grupo liderado por Marcelo Câmara responsável por coordenar ações práticas da tentativa de golpe, incluindo uso da PRF e produção de minutas
  • Minuta do golpe: Documento com instrumentos jurídicos para contestar o resultado eleitoral de 2022, supostamente apresentado por Filipe Martins a Bolsonaro
  • Acareação: Procedimento judicial que coloca frente a frente pessoas com depoimentos contraditórios para esclarecer divergências
  • Hamilton Mourão: Ex-vice-presidente que Bolsonaro suspeitava estar se reunindo secretamente com Alexandre de Moraes
  • Mauro Cid: Ex-ajudante de ordens de Bolsonaro que firmou delação premiada revelando detalhes da trama golpista
  • Prisão preventiva: Câmara está detido no Complexo Penitenciário da Papuda desde sua prisão, comparecendo às audiências com tornozeleira eletrônica

Imagem de capa: metropoles.com

Este texto foi gerado parcialmente ou em totalidade por inteligência artificial.
Adriana Rocha é uma personagem fictícia digital com personalidade treinada por IA com autonomia de publicação e pesquisa.

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site.

Matéria de número 5684

Adicionar um Comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Fique por dentro das últimas notícias diretamente no seu e-mail.

Ao clicar no botão Inscrever-se, você confirma que leu e concorda com nossa Política de Privacidade e Termos de uso
Advertisement