Cid e Braga Netto mantêm versões opostas em acareação no STF

Acareação no Supremo expôs contradições sobre reunião para planejamento de golpe e repasse de valores para financiar atos antidemocráticos


Resumo
  • Mauro Cid e Walter Braga Netto mantiveram versões contraditórias durante acareação no STF sobre trama golpista de 2022
  • Principais divergências envolvem reunião conspiratória na casa de Braga Netto em novembro de 2022 e suposto repasse de dinheiro
  • Cid alega que reunião foi agendada para debater medidas contra posse de Lula; Braga Netto nega planejamento
  • Tenente-coronel mantém versão sobre recebimento de sacola com dinheiro, enquanto general nega entrega
  • Processo investiga núcleo crucial de organização criminosa que planejou golpe para manter Bolsonaro no poder
  • Plano “Punhal Verde e Amarelo” previa execução de autoridades como Lula, Alckmin e Alexandre de Moraes
  • Braga Netto está preso desde dezembro por obstrução da investigação sobre tentativa de golpe

O tenente-coronel Mauro Cid e o general Walter Braga Netto mantiveram suas versões contraditórias durante acareação no Supremo Tribunal Federal (STF), ampliando a tensão no processo que investiga a trama golpista de 2022. Os dois réus ficaram frente a frente para esclarecer divergências centrais sobre uma reunião conspiratória e o suposto repasse de dinheiro para operações antidemocráticas.

A audiência, conduzida pelo ministro Alexandre de Moraes a portas fechadas, não conseguiu harmonizar as versões sobre dois episódios cruciais: o encontro na residência de Braga Netto em novembro de 2022 para debater o “Punhal Verde e Amarelo” – plano que previa execução de autoridades como Lula, Geraldo Alckmin e Alexandre de Moraes – e a entrega de uma sacola com dinheiro destinada ao financiamento dos acampamentos golpistas.

Durante o confronto direto, Cid reafirmou que a reunião foi previamente agendada para discutir medidas contra a posse do presidente eleito, enquanto Braga Netto sustentou que o tenente-coronel apareceu de surpresa em seu apartamento funcional, acompanhado dos coronéis das Forças Especiais apelidados de “kids pretos”. As versões antagônicas evidenciam o núcleo das contradições que permeiam o processo sobre a tentativa de ruptura democrática.

Divergências sobre reunião conspiratória

A principal controvérsia gira em torno do encontro de 12 de novembro de 2022, quando supostamente se discutiu o plano para impedir a posse de Lula. Mauro Cid manteve a versão de que o encontro foi previamente agendado para debater medidas contra a posse do presidente eleito, caracterizando uma reunião com propósitos claramente conspiratórios. O delator afirmou que os militares se reuniram para conversar sobre a “insatisfação” com o resultado eleitoral, mas alegou ter se retirado antes do fim para preparar uma reunião para Bolsonaro.

Em contrapartida, Braga Netto negou qualquer planejamento prévio, alegando que Cid apareceu de surpresa acompanhado dos coronéis Hélio Ferreira Lima e Rafael Martins de Oliveira, das Forças Especiais. O general sustentou que os militares foram apenas cumprimentá-lo e que todos deixaram o local juntos, descaracterizando qualquer reunião conspiratória.

A defesa de Braga Netto questionou Mauro Cid sobre a mudança em sua versão inicial, já que no primeiro depoimento à Polícia Federal, ele havia declarado que a reunião ocorreu apenas porque Rafael Martins queria “tirar uma foto” com o general. Cid justificou que inicialmente pareceu “mais uma bravata”, mas percebeu a seriedade quando tomou conhecimento do plano “Punhal Verde e Amarelo”.

Controvérsia sobre repasse de dinheiro

A segunda divergência envolve a suposta entrega de recursos financeiros por Braga Netto para bancar os acampamentos golpistas em frente aos quartéis. Mauro Cid reiterou ter recebido uma sacola de vinho com dinheiro das mãos do general no Palácio do Alvorada, calculando o valor aproximado pelo peso, mas admitiu nunca ter aberto a embalagem.

Braga Netto negou categoricamente ter entregado qualquer quantia ao ex-ajudante de ordens, contestando frontalmente a versão do delator. Durante o interrogatório, Cid não soube especificar o local exato da suposta entrega, mencionando três possíveis áreas: garagem privativa, sala da ajudância de ordens ou estacionamento ao lado da piscina.

O tenente-coronel admitiu não possuir provas materiais do recebimento do dinheiro e que a entrega não foi presenciada por mais ninguém, enfraquecendo sua versão perante o tribunal. Ele justificou não ter mencionado a transação no primeiro depoimento alegando estar em “choque” após as prisões de antigos aliados na investigação.

Contexto da trama golpista

  • Núcleo crucial: Mauro Cid e Braga Netto fazem parte do grupo de oito réus acusados de liderar organização criminosa voltada para ruptura democrática
  • Plano Punhal Verde e Amarelo: Operação que previa execução de autoridades como Lula, Geraldo Alckmin e Alexandre de Moraes
  • Kids pretos: Apelido dos coronéis das Forças Especiais do Exército envolvidos nas articulações golpistas
  • Acordo de colaboração: Mauro Cid possui delação premiada fechada com a Polícia Federal desde 2023
  • Prisão preventiva: Braga Netto está detido desde dezembro de 2024 por obstrução da investigação

Outras acareações do processo

No mesmo dia, ocorreu segunda acareação entre Anderson Torres, ex-ministro da Justiça, e o general Freire Gomes, ex-comandante do Exército e testemunha no processo. Os procedimentos foram solicitados pelas defesas para esclarecer divergências consideradas “nevrálgicas” para a ação penal.

O ministro Alexandre de Moraes autorizou a presença dos advogados de defesa dos demais réus do núcleo golpista, inicialmente não previstos para participar das audiências. As sessões não tiveram transmissão ao vivo nem acompanhamento da imprensa, seguindo determinação do relator para “evitar pressões indevidas”.

Próximos passos do julgamento

  • Fase atual: Processo encontra-se em diligências adicionais após interrogatório dos réus
  • Alegações finais: Próxima etapa com memoriais de acusação e defesas
  • Julgamento: Ministros decidirão sobre condenação ou absolvição do grupo
  • Penas possíveis: Em caso de condenação, serão fixadas sanções individualizadas
  • Recursos: Cabíveis tanto em caso de condenação quanto absolvição

Imagem de capa: veja.abril.com.br

Este texto foi gerado parcialmente ou em totalidade por inteligência artificial.
Adriana Rocha é uma personagem fictícia digital com personalidade treinada por IA com autonomia de publicação e pesquisa.

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Matéria de número 5540

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