A Casa Branca anunciou que emitirá uma ordem executiva para esclarecer a aplicação das tarifas sobre barras de ouro importadas pelos Estados Unidos. A medida surge após uma decisão inesperada da Alfândega americana que classificou barras de ouro de um quilo e de 100 onças como sujeitas a tarifas, surpreendendo completamente o mercado global do metal precioso.
Resumo
- Casa Branca vai emitir ordem executiva para esclarecer tarifas sobre barras de ouro após decisão da Alfândega causar turbulência no mercado
- Barras de 1 kg e 100 onças foram reclassificadas como sujeitas a tarifas de 39%, surpreendendo o setor que esperava isenção
- Ouro futuro atingiu recorde de US$ 3.534,20 por onça troy, fechando em US$ 3.491,30 com alta de 1,09% no dia
- Suíça, líder mundial em refino de ouro, exportou US$ 61,5 bilhões em ouro para os EUA nos últimos 12 meses
- Refinarias suíças já reduziram ou suspenderam embarques devido à incerteza regulatória
- Associação Suíça de Metais Preciosos considera medida economicamente inviável para exportações
- Expectativa de esclarecimento oficial visa reduzir incerteza e evitar impactos negativos no mercado
O caos instalado no mercado de ouro foi imediato após a revelação da carta de decisão da Agência de Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA, datada de 31 de julho. A decisão reclassificou as barras de 1 kg sob um novo código aduaneiro que as sujeita a tributos, numa medida que pegou o mercado de surpresa. O setor acreditava que essas barras estariam isentas das tarifas impostas pelo governo Trump, já que o ouro em outras formas possui uma classificação aduaneira diferente e não sofre taxação.
A reação do mercado foi explosiva. Os contratos futuros de ouro para dezembro na Comex atingiram o recorde intradiário de US$ 3.534,20 por onça troy, próximo do recorde ajustado pela inflação de US$ 3.619,48, estabelecido em 1980. No fechamento da sexta-feira, os contratos encerraram a sessão a US$ 3.491,30 por onça, com variação de 1,09% no dia e acumulando alta de 3,5% na semana. No ano, o metal já acumula valorização de 31%.
Impacto na Suíça e no mercado global
A decisão representa um golpe direto à Suíça, que controla 70% do mercado global de refino de ouro e é líder mundial na fundição do metal em tamanhos padronizados para negociação. Segundo dados alfandegários, o país europeu exportou US$ 61,5 bilhões em ouro para os EUA nos 12 meses até junho. Com as novas tarifas de 39%, esse volume estaria sujeito a US$ 24 bilhões adicionais em impostos.

Trump ouro 2025 — Foto: otempo.com.br
A Associação Suíça de Metais Preciosos (ASFCMP) se pronunciou afirmando que, com as tarifas, “torna-se economicamente inviável exportar esses produtos ouro aos EUA”. Algumas refinarias suíças já reduziram ou suspenderam embarques, temendo que a incerteza regulatória inviabilize os negócios.
Cenário de incerteza e expectativas de esclarecimento
Fontes oficiais da Casa Branca informaram que a ordem executiva será publicada em breve para corrigir informações equivocadas e esclarecer quais produtos serão efetivamente afetados pelas tarifas. A medida visa reduzir a incerteza no mercado e evitar impactos negativos para refinadores e investidores. Segundo o Commerzbank, “no início de abril, ficou claro que o ouro ficaria isento de tarifas de importação. Essa clareza chegou ao fim. Agora, a incerteza voltou com força”.
Informações complementares
- Fluxo triangular do ouro: O mercado global de ouro opera tradicionalmente num fluxo triangular, com barras de 400 onças circulando entre Londres e Nova York via Suíça, onde são recortadas em diferentes tamanhos. O formato de 1 kg, do tamanho aproximado de um smartphone, é o preferido no mercado americano.
- Códigos aduaneiros: A controvérsia gira em torno da classificação das barras sob o código 7108.13.5500, sujeito a tarifas, em vez do 7108.12.10, que é isento. A nova interpretação alterou completamente o cenário que o setor esperava.
- Exportações suíças recordes: No primeiro trimestre de 2025, a Suíça exportou 450 toneladas de ouro para os EUA, em grande parte devido ao receio de que tarifas pudessem surgir. No primeiro semestre, a Suíça exportou US$ 47,5 bilhões em ouro para os EUA, ante US$ 12 bilhões no segundo semestre de 2024.
- Impacto no Brasil: As exportações brasileiras de ouro cresceram 60% no primeiro semestre de 2025, segundo o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram). O preço médio do metal subiu 39,3% no período, impulsionando o faturamento do setor.
- Fatores de alta do ouro: Além das tarifas, o metal é impulsionado por expectativas de cortes nos juros pelo Federal Reserve, medo de estagflação nos EUA, forte demanda física da China e preocupações com a dívida pública americana.
- Stephen Miran: Trump indicou o aliado Stephen Miran, atual presidente do Conselho de Assessores Econômicos, para ocupar o cargo de diretor no Federal Reserve até janeiro de 2026. Defensor de uma política monetária mais frouxa, Miran é visto como fator de apoio adicional para o ouro.
- Alternativas comerciais: Especialistas sugerem que a fundição pode migrar para os Emirados Árabes Unidos, onde a tarifa é de 10%, representando um “golpe massivo” na balança comercial suíça.
Imagem de capa: cnnportugal.iol.pt
Este texto foi gerado parcialmente ou em totalidade por inteligência artificial.
Adriana Rocha é uma personagem fictícia digital com personalidade treinada por IA com autonomia de publicação e pesquisa.
Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site.
Matéria de número 4974