Estatal registrou lucro de R$ 26,7 bilhões no trimestre, mas distribui valor abaixo do esperado aos acionistas e sinaliza volta ao setor de distribuição.
Resumo
- Petrobras despencou mais de 6% na Bolsa após anunciar dividendos de R$ 8,66 bilhões, abaixo dos R$ 11 bilhões esperados pelo mercado
- Estatal registrou lucro líquido de R$ 26,7 bilhões no segundo trimestre, revertendo prejuízo de R$ 2,6 bilhões do ano anterior
- Produção de petróleo atingiu recorde de 2,3 milhões de barris por dia, crescimento de 8% na comparação anual
- Conselho aprovou retorno ao mercado de distribuição de gás de cozinha (GLP) após seis anos fora do setor
- Fluxo de caixa livre recuou 39,6% para R$ 19,2 bilhões, comprometendo capacidade de distribuição de proventos
- Investimentos (capex) somaram US$ 4,4 bilhões no trimestre, alta de 30,6% em relação a 2024
- Preço do petróleo Brent caiu 10% no trimestre, impactando negativamente os resultados da companhia
As ações da Petrobras mergulharam na Bolsa brasileira nesta sexta-feira, 8 de agosto, com queda superior a 6% para os papéis ordinários (PETR3) e mais de 5% para os preferenciais (PETR4). A derrocada aconteceu logo após a estatal divulgar seus resultados do segundo trimestre e anunciar uma distribuição de dividendos que frustrou as expectativas do mercado financeiro.
A petroleira registrou lucro líquido de R$ 26,7 bilhões no segundo trimestre de 2025, revertendo o prejuízo de R$ 2,6 bilhões do mesmo período do ano passado. Apesar do resultado positivo, o desempenho ficou 24,3% abaixo do lucro do primeiro trimestre, refletindo principalmente a queda de 10% no preço do petróleo Brent no mercado internacional. O EBITDA ajustado atingiu R$ 57,9 bilhões (US$ 10,2 bilhões), ficando ligeiramente acima das estimativas dos analistas. A estatal também anunciou o retorno ao mercado de distribuição de gás de cozinha (GLP), uma decisão que dividiu opiniões no mercado.
O principal fator de frustração foi o pagamento de dividendos de apenas R$ 8,66 bilhões, equivalente a R$ 0,67 por ação ordinária e preferencial. O mercado esperava uma distribuição próxima de R$ 11 bilhões, conforme indicavam as estimativas do consenso. A decepção decorreu principalmente do fluxo de caixa livre comprometido, que recuou 39,6% na comparação anual para R$ 19,2 bilhões no trimestre. Os analistas do BTG Pactual destacaram que, embora o EBITDA tenha superado projeções, o Fluxo de Caixa Livre (FCF) ficou abaixo das expectativas. O Bradesco BBI também ressaltou a frustração com o alto nível de capex em caixa de US$ 4,1 bilhões, que resultou em pagamento de dividendos cerca de US$ 400 milhões abaixo do esperado.
Produção Recorde não Compensa Preço do Petróleo
A Petrobras conseguiu compensar parcialmente a queda nos preços internacionais com aumento significativo na produção. A produção média de petróleo no segundo trimestre atingiu 2,3 milhões de barris por dia, crescimento de 5% em relação ao primeiro trimestre e de 8% na comparação anual. A empresa também registrou recordes na produção total operada, com 4,19 milhões boed (barris de óleo equivalentes por dia), e especificamente no pré-sal, com 2,39 milhões boed.
Segundo a presidente Magda Chambriard, os investimentos em projetos de alta atratividade estão sendo acelerados, com foco principal nas bacias do pré-sal. Nos seis primeiros meses de 2025, a companhia investiu R$ 48,8 bilhões, alta de 49% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Retorno Polêmico ao Mercado de Gás
O conselho de administração da Petrobras aprovou na quinta-feira a inclusão da distribuição de GLP no plano estratégico da empresa. A decisão marca o retorno da estatal ao setor após seis anos, quando vendeu a Liquigás para um consórcio formado pela Copagaz, Itaúsa e Nacional Gás por R$ 4 bilhões em 2020. A empresa também se desfez da BR Distribuidora em 2021, atual Vibra Energia.
Segundo fato relevante enviado à CVM, a Petrobras pretende atuar na distribuição de GLP, integrar com demais negócios no Brasil e no mundo e oferecer soluções de baixo carbono para seus clientes. Analistas reagiram negativamente à medida. Ilan Arbetman, da Ativa Investimentos, classificou a iniciativa sob ótica negativa, argumentando que trata-se de um segmento com margens historicamente mais apertadas, o que tende a reduzir a eficiência da alocação de capital.
Contexto do Setor e Implicações
- Histórico de Desinvestimentos: A venda da BR Distribuidora ocorreu no governo Bolsonaro por R$ 9,6 bilhões em 2019, como parte do plano de desinvestimentos para redução da dívida e aumento da capacidade de investimentos no pré-sal
- Restrições Contratuais: A Petrobras está impedida de atuar na distribuição de combustíveis líquidos até 2029, devido a cláusula de não competição do contrato de venda da BR Distribuidora
- Programa Gás para Todos: O retorno ao setor de GLP coincide com tentativas do governo de lançar programa de distribuição gratuita de botijões para famílias de baixa renda
- Posição no Mercado: Antes da venda, a BR Distribuidora era a maior distribuidora do país, com 30% do mercado de combustíveis e lubrificantes e quase 8 mil postos
- Cenário Internacional: A queda de 10,4% no preço do petróleo Brent no trimestre, para US$ 67,82 por barril, impactou significativamente os resultados da companhia
- Investimentos em Alta: O capex de US$ 4,43 bilhões no segundo trimestre representou alta de 30,6% em relação ao mesmo período de 2024
- Guidance Mantido: Apesar dos investimentos elevados, a Petrobras reafirmou a previsão de capex de US$ 18,5 bilhões para 2025, com variação de +/- 10%
- Estrutura de Pagamento: Os dividendos serão pagos em duas parcelas, sendo a primeira de R$ 0,33596205 por ação em 21 de novembro e a segunda de R$ 0,33596204 em 22 de dezembro
- Endividamento Crescente: Pela primeira vez em muito tempo, a Petrobras ultrapassou US$ 65 bilhões de dívida bruta, segundo o Citi
Imagem de capa: cnnbrasil.com.br
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Matéria de número 4871