Conselho de Administração aprova retorno estratégico da estatal ao setor de distribuição após seis anos fora do negócio
Resumo
- Conselho de Administração da Petrobras aprova retorno oficial ao setor de distribuição de combustíveis após seis anos de ausência
- Foco inicial será na distribuição de gás liquefeito de petróleo (GLP), conhecido como gás de cozinha
- Cláusulas contratuais impedem retorno aos combustíveis líquidos até 2029, quando expira acordo com Vibra
- Presidente Magda Chambriard defende estratégia de “portas abertas” para maximizar agregação de valor
- Decisão ocorre em contexto de pressão política por preços menores, especialmente do presidente Lula
- Mercado reage negativamente, com ações da Petrobras recuando 2% e analistas criticando margens apertadas do setor
- Estratégia inclui integração com negócios internacionais e oferta de soluções de baixo carbono
- Movimento pode intensificar competição e pressionar margens das distribuidoras privadas existentes
A Petrobras dá sinal verde para uma nova ofensiva no mercado de combustíveis. Em decisão histórica tomada na quinta-feira (7), o Conselho de Administração da estatal brasileira aprovou oficialmente a volta ao setor de distribuição de combustíveis, marcando o retorno da empresa a um segmento que abandonou há seis anos com a venda da BR Distribuidora.
A decisão estratégica coloca a petroleira de volta aos trilhos de uma operação integrada “do poço ao posto”, como definiu a presidente da companhia, Magda Chambriard. O movimento representa uma guinada na estratégia da empresa, que durante o governo anterior se desfez de ativos considerados não essenciais para focar na exploração e produção de petróleo no pré-sal.
Inicialmente, o foco será na distribuição de gás liquefeito de petróleo (GLP), conhecido como gás de cozinha. A estatal não pode retornar imediatamente à venda de combustíveis líquidos como gasolina e diesel devido a cláusulas contratuais que impedem a concorrência com a Vibra (ex-BR Distribuidora) até 2029. No entanto, a empresa já sinaliza interesse em explorar todas as oportunidades disponíveis quando essas restrições expirarem.
Estratégia de expansão e integração vertical
A nova diretriz aprovada pelo Conselho estabelece que a Petrobras deve “atuar em negócios rentáveis e de parcerias nas atividades de distribuição, observadas as disposições contratuais vigentes”. O plano inclui três pilares fundamentais: retomar a distribuição de GLP, integrar essa atividade aos demais negócios da empresa no Brasil e no exterior, e oferecer soluções de baixo carbono aos clientes.
Durante teleconferência com investidores, Chambriard foi enfática sobre as ambições da empresa: “Tudo o que for necessário, seja no B2B (venda de empresa para empresa), para o grande consumidor, seja uma venda para o consumidor final em postos de combustíveis, seja na direção do gás, nós queremos portas abertas para optar pela empresa para melhor agregação de valor possível”. A executiva deixou claro que a Petrobras busca maximizar a captura de valor em toda a cadeia produtiva.
A estratégia de vendas diretas já está sendo testada em outros segmentos. A empresa avança em vendas diretas de diesel no Centro-Oeste, focando especialmente no agronegócio. Esse modelo, segundo a companhia, está alinhado com a ideia de “monetizar” o petróleo nacional e ampliar participação de mercado.
Contexto político e pressão por preços menores
A decisão ocorre em meio a pressões políticas crescentes sobre os preços dos combustíveis. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem criticado publicamente os valores praticados pelos distribuidores, especialmente do gás de cozinha. Em maio, durante evento na Paraíba, o presidente expressou indignação com a diferença entre o preço de saída da refinaria (R$ 37) e o valor final ao consumidor, que pode chegar a R$ 140 em alguns estados.
O movimento da Petrobras coincide com os planos do governo federal de lançar o programa “Gás para Todos”, que pretende distribuir botijões gratuitos para famílias de baixa renda. A presença direta da estatal no mercado é vista pelo governo como forma de ampliar a concorrência e pressionar por preços mais justos.
Desde a privatização da Liquigás em 2020, o preço médio do botijão de 13kg subiu 43,3%, saltando de cerca de R$ 75 para os atuais R$ 107, com picos locais chegando a R$ 156. Essa escalada de preços tem sido alvo constante de críticas do governo federal e aumentado a pressão por maior participação da Petrobras no segmento.
Resistência do mercado e impacto nas ações
A decisão foi recebida com ceticismo pelos analistas de mercado. A Ativa Investimentos classificou a medida como negativa, argumentando que se trata de “um segmento com margens historicamente mais apertadas, o que tende a reduzir a eficiência da alocação de capital”. O Citi alertou para o ritmo elevado de investimentos da empresa, que se aproxima da orientação de US$ 18,5 bilhões para o ano.
As ações da Petrobras reagiram negativamente à notícia, chegando a recuar cerca de 2% durante o pregão de sexta-feira (8). O movimento contrário das ações reflete as preocupações dos investidores com a diversificação para segmentos de menor rentabilidade e o aumento dos compromissos de capital da empresa.
Analistas questionam se a empresa possui a expertise logística necessária para competir efetivamente no varejo de combustíveis, setor que demanda alta eficiência operacional e capilaridade de distribuição. A XP destacou que, embora os resultados trimestrais tenham ficado em linha com as expectativas, a geração de caixa e os dividendos ficaram abaixo do esperado.
Panorama histórico e comparações setoriais
- BR Distribuidora: Vendida em 2019 por R$ 9,6 bilhões para a Vibra Energia, era a maior distribuidora do país com 30% do mercado de combustíveis e quase 8 mil postos
- Liquigás: Alienada em 2020 por R$ 4 bilhões para consórcio formado por Copagaz, Itaúsa e Nacional Gás Butano
- Justificativa original: As vendas fizeram parte do plano de desinvestimentos para reduzir dívida e aumentar investimentos no pré-sal
- Marca BR: Licença para uso da marca pela Vibra expira em 28 de junho de 2029, quando a Petrobras poderá avaliar novas estratégias
- Restrições contratuais: Cláusula de não competição impede retorno aos combustíveis líquidos até 2029
- Contexto atual: Petrobras como fornecedora apenas, sem participação direta nas margens de distribuição
Implicações para o setor energético nacional
- Competição intensificada: Distribuidoras privadas como Vibra, Ipiranga e Raízen enfrentarão maior pressão competitiva
- Pressão sobre margens: Expectativa de redução nas margens de lucro das distribuidoras existentes
- Redução de disparidades regionais: Movimento pode diminuir diferenças de preços entre regiões
- Transição energética: Planos incluem oferta de soluções de baixo carbono aos clientes
- Integração internacional: Estratégia prevê conexão com negócios da Petrobras no exterior
- Modelo B2B: Foco inicial em vendas corporativas antes da eventual expansão para varejo
Imagem de capa: eixos.com.br
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Matéria de número 4859